Reencontro de acordes

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Passar uma tarde no parque tinha sido a decisão mais aceita entre a família e a banda para aproveitarem a folga de alguns dias

Momo corria com Seoyeon, brincando de bicho pega com a criança pelo grande campo livre.
Jeongyeon, Jihyo, Jyeon e Arthur estavam deitados, cada casal aproveitando a companhia um do outro, e, por fim, Jinyoung e Chaeyoung tinham uma típica conversa de adolescentes com os hormônios à flor da pele, como bandas em comum.

Estava uma tarde calma e relaxante, praticamente perfeita. O sol não estava forte, mas não deixava de aparecer, algumas brisas refrescantes sopravam algumas vezes. O parque não estava nem lotado, nem muito deserto, na medida perfeita.

Bem, estaria tudo bem se Jeongyeon não tivesse avistado uma pessoa não muito querida perto demais.

— Amor, eu...

— Eu também vi ela... E ela nos viu... Ai, Deus...

Lá estava ela, Tzuyu, antiga baterista da banda.

[...]

1985

— Tzuyu, você está tocando fora do ritmo e muito alto, a voz da Jih mal dá para escutar.

— Você não sabe do que está falando, sua estúpida. Eu estou no ritmo certo, ok? Você é que está tocando lento e baixo demais.

Revirou os olhos para a guitarrista, sentando-se no sofá e colocando os pés na mesa de centro.

— É uma música lenta, sua estúpida! E tira os pés da mesa, você não está na sua casa!

— Ah... Como você é chata...

Tirou os pés bufando alto para a guitarrista.

— Ok, qual é o seu problema?! Caralho, por que você sempre faz tudo igual uma merda?! Eu não te aguento mais! Ninguém te aguenta mais! Se você não gosta da banda, só sai, caralho!

Gritou, jogando o copo que segurava na parede. Jihyo se assustou, ainda não entendia bem inglês e nem fazia nem 6 meses que tinha se mudado com sua família. Apenas conseguia cantar com a ajuda de Jeongyeon, que lhe ensinava a pronúncia certa.

— "O que está acontecendo? Está tudo bem?"

Perguntou em português para a loira, que suspirou ao lembrar que ela estava na sala. Odiava perder o controle quando ela estava vendo.

— "Estamos apenas"-

— Fala em inglês, porra! Você não está naquele fim de mundo de onde você saiu!

— Tzuyu, dá pra você calar a porra da sua boca, sua filha da puta?!

— Quer saber? Eu cansei! Vão tomar no cu!

[...]

Momoring, Anata wa kore ga totemo jōzudesu, omedetōgozaimasu!
(Momoring, você é muito boa nisso, parabéns!)

Jihyo falou com um pouco de dificuldade, olhando para Jeongyeon para confirmar se tinha falado corretamente. Ela ficou feliz ao ver o sorriso no rosto da loira e a expressão surpresa de Momo.

— Oh, Jihyo-san, hontōni arigatō gozaimashita. Uta mo jōzu desu ne!

— O que isso significa?!

Perguntou animada, ficando totalmente focada em Momo. Adorava aprender novos idiomas como ninguém.

— Hontōni arigatō gozaimashita significa "muito obrigado" ou "estou muito grato a você". Uta mo totemo jōzu deshita ne! Significa "Você também cantou muito bem!".

— Oh, que legal, obrigado, Momoring.

O momento foi interrompido pela porta sendo aberta, deixando todas confusas. Porém, ao ver a mulher alta entrando, os sorrisos desapareceram.

— Que merda é essa? Por que tem outra bateria aqui?

— Talvez porque você sumiu por 2 meses depois de dizer que estava cansada.

Jeongyeon respondeu, abrindo uma lata de cerveja e dando um gole longo.

— E então vocês arrumam outra sem falar comigo? Sequer tentaram saber onde eu estava?

— Não, a gente não queria saber onde você estava.

Jihyo e Momo permaneciam em silêncio, deixando as primas brigarem entre si. As duas eram um tanto explosivas, então era melhor deixá-las conversando apenas entre si.

— Como assim?! Vocês passam dois meses sem me ver e não dão a mínima?! Que ótimas parceiras de banda eu tenho! Palmas para vocês duas!

Bateu palmas de forma irônica, com uma expressão nada agradável. Jeongyeon, por sua vez, permanecia sentada, sem a mínima vontade de discutir novamente com ela.

— Não, não damos a mínima, sabe por quê? Porque você é uma merda de uma irresponsável, insuportável e que não aceita que só faz merda. É isso que você é!

— O que?! Depois que você apareceu com essa daí, você tá cheia de gracinha. Sou eu que faço essa banda funcionar. Sem mim, vocês não são nada!

— Você está muito enganada, a Momo mal entrou na banda e já está sendo amada. Ela, ao contrário de você, sabe trabalhar em uma banda. Já que não funcionamos sem você, vá tocar sua bateria em algum show sem a gente e, de preferência, nunca mais apareça.

Tzuyu tinha até pensado em avançar em Jeongyeon, porém, mesmo sendo mais alta, era mais fraca que a loira. Tinha um corpo magro, enquanto Jeongyeon tinha braços e pernas fortes, devido à alta carga de treino.

— Você está fodida na minha mão! Pode deixar que você nunca mais vai ver minha cara pessoalmente, apenas nos jornais. E eu nunca mais quero ver a sua.

Saiu da casa batendo a porta com força, fazendo até mesmo um quadro pendurado cair.

[...]

Desde então, Tzuyu criou sua própria banda, fazia sucesso, porém nunca chegou aos pés do sucesso de Reign of Queens, sempre estaria atrás de Jeongyeon.

— Olha só o que o destino nos trouxe...

A mesma voz sarcástica e tediosa de sempre. Se aproximava com calma do casal no chão.

— Pensei que nunca mais iria olhar na nossa cara. Ah, não. É realmente difícil. Sempre estamos nas revistas mesmo.

— Haha, como você é engraçada! Uma verdadeira rainha do humor.

Genius | 3mix - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora