Laços inquebráveis

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"Hoje, às 19:35, a prisão de Yoo Jeongyeon foi confirmada. Fãs se reuniram em volta das viaturas pedindo a soltura da guitarrista, alegando legítima defesa. Caso não esteja por dentro do caso, após receber uma ligação de Son Chaeyoung, baixista da banda, que havia sido agredida novamente pelo pai, Jeongyeon e Jihyo foram até o local. Jihyo saiu junto com a vítima, deixando apenas Jeongyeon e o pai, Son Doyoon, onde ela o teria espancado quase causando a morte do homem. Em momento algum ela apresentou resistência à sua condenação. Isso é tudo por hoje. Tenham uma boa noite."

A jornalista finalizou sua rápida notícia olhando para as diversas fãs tentando impedir que os policiais chegassem até a viatura.

[...]

Já com roupas laranjas e brancas, Jeongyeon encarava Jihyo do outro lado do vidro, enquanto segurava o telefone em uma mão e com a outra fazia carinho na mão da menor pelo pequeno vão que tinha na barreira.

— Eu vou te tirar daí, ok? Só temos que esperar dois dias e vamos poder pagar a fiança...

Jihyo limpou algumas lágrimas, era a primeira vez depois de alguns dias que finalmente pôde falar com Jeongyeon, elas foram afastadas por todo o processo judicial.

— Eu não mereço sair daqui... Eu sou um monstro...

— Não, você não é... E o juiz reconheceu o mal que ele fazia à Chae, apenas não foi a melhor forma de resolver... Mesmo que fosse necessário...

— Sophia deve estar pulando de alegria vendo a minha desgraça...

— Ela tentou, mas suas fãs estão do seu lado o tempo todo... A cada dia ela se irrita mais...

Deram uma risada juntas, que não durou muito tempo.

— Me desculpa, eu deveria ter te escutado... Eu vou tentar tomar aqueles remédios... Eu já vacilei muito contigo... Com todo mundo, na verdade...

— Sério?! De verdade?! Eu fico muito feliz em escutar isso, amor! Eu e as meninas sempre vamos te dar todo o apoio do mundo, você sabe, certo?

— Sei sim... Muito obrigada... Bem, como a Chae está lá em casa?

— Ela ainda está bem machucada e tem pesadelos no meio da noite, mas ela está dormindo comigo e com aquela pelúcia de pinguim que você pegou naquelas máquinas, é bem fofo.

— Eu sempre soube que ela amava o Sr. Gelado...

Comentou com um sorriso bobo nos lábios.
Cuidava da garota como se fosse sua filha, não podia contar nos dedos quantas vezes já foi buscá-la depois de uma briga com o pai, de quantas vezes ela e Jihyo haviam ficado com Chaeyoung até conseguirem dormir bem.

— Ela disse que ia vir te ver hoje, acho que a Momo vai trazê-la.

— Eu não sei o que vou falar para ela... Eu quase matei a única pessoa da família dela com quem ela ainda tinha contato... Tenho certeza que ela me odeia.

[...]

— Detenta n°179, Yoo Jeongyeon, você tem mais visitas: Son Chaeyoung e Hirai Momo.

Jeongyeon suspirou, levantando-se da cama e ficando de frente para o guarda, esperando que ele colocasse as algemas e a levasse até as meninas.
Ela havia passado todo o tempo que teve sozinha pensando em como seria essa conversa, e não tinha chegado a nenhum ponto positivo sobre ela.
Assim que se aproximou, dessa vez em um lugar diferente, por serem duas visitas ao mesmo tempo, estavam no refeitório com algumas outras detentas com seus familiares.

Assim que viram Jeongyeon chegando, deram um leve sorriso para ela, esperando que ela se levantasse. Quando o guarda soltou Jeongyeon, Chaeyoung lhe deu um abraço apertado na loira, sentindo as lágrimas que estava segurando serem liberadas sem nenhum controle.

— Eu estava com tanta saudade, Unnie... Me desculpa... É minha culpa você estar aqui, eu não deveria ter ligado para vocês... Me perdoa, eu estraguei tudo...

— Yah, claro que não, você não fez nada de errado, absolutamente nada. Você é a vítima de tudo isso, eu que sou uma descontrolada, um animal... Me perdoa, Chaeng... Eu quase estraguei sua família...

— Ele não é minha família... Vocês que são... Eu só morava com ele... Jihyo Unnie falou comigo... Eu não estou com raiva, longe disso, você salvou minha vida mais do que eu possa lembrar, eu te devo tudo que eu tenho e mais um pouco...

— Você não me deve nada, Chaeng... Eu fiz tudo isso porque eu te amo... Isso é o que a gente faz quando ama uma pessoa... Nós a protegemos como pudermos...

— Você nunca me protegeu, quer dizer, que não me ama, Yoo Jeongyeon?!

Momo, depois de um tempo calada, achou melhor elas conversarem sozinhas primeiro. As duas precisavam disso.

— Pensei que já estava claro.

As duas se deram língua, dando uma risada em seguida.

Estava tudo bem, pelo menos por agora.

Genius | 3mix - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora