Aprendizados e autocontrole

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— Tá mais calma, meu amor? Conseguiu ao menos se divertir um pouco?

— Eu tô bem melhor, papai... Obrigada... Estava precisando disso, mais do que eu imaginava.

Nayeon e Taemin se encontravam sentados na praça principal da cidade, encarando alguns patos, pessoas se exercitando e crianças brincando sem se preocuparem com qualquer outra coisa.

Em seus braços, Nayeon carregava um coelho de pelúcia – que Taemin havia gastado um valor considerável, mas que, segundo ele, "Não há nada que tenha mais valor do que ver o sorriso da menina mais linda do mundo".

— Eu só estou preocupada, porque não sei como a mamãe vai reagir a isso...

— Provavelmente com muita gritaria e, se demorar muito, a polícia. Mas estamos bem, espero que ela se lembre que você é maior de idade, você que decide o que quer da sua vida. Nenhum barulho que ela faça vai resolver algo.

— Espero...

[...]

— E para finalizar nossa aula de hoje, uma das primeiras frases que nossos alunos costumam aprender é "Bom dia". Vocês vão fechar a mão em um formato de cone, encostando a ponta de todos os dedos. Levem até a boca e afastem, abrindo os dedos, esse era o nosso "bom" ou "boa", dependendo da segunda parte. Vamos lá, repitam comigo. — Emily explicava para a grande turma à sua frente.

Ao saberem da situação de Chaeyoung, os familiares tanto de Jihyo quanto de Jeongyeon, incluindo Sana, decidiram participar das aulas juntos à banda, impedindo que outras pessoas de fora soubessem da condição de Chaeyoung.

Chaeyoung não poderia se sentir mais aconchegada. Além de ter as pessoas que ama lhe apoiando, sentia que toda a culpa que carregava por mentir para eles havia sumido.

— Perfeito! Agora, para "dia", vamos fazer um "o" com os dedos e levantar o indicador. A forma mais usada seria tocarmos nossa cabeça com o indicador, tudo isso seguindo com um sorriso. Queremos que ela tenha um dia bom, não é? Mesmo se não quiserem, vamos usar nossa melhor atuação.

A aula foi interrompida pela porta da sala sendo aberta de forma calma, revelando uma japonesa de franjinha, entrando de forma tímida.

— Mina?

— Oh... Sannie? — Assim que se virou ao ouvir a voz conhecida, se assustou ao ver Chaeyoung acompanhada pela banda e, aparentemente, familiares ao redor. — B-boa tarde. Perdão, Dona Emy, não sabia que estava em aula.

— Está tudo bem, Mi. Você conhece elas pelo visto, isso é ótimo!

— Ela é a garota que a Chaeyoung gosta? — Oliver sussurrou para a esposa, recebendo um beliscão assim que ela notou que todos haviam escutado.

— Você deveria ficar calado, sabia?... — Sussurrou de volta para o marido.

— Bem, finalizamos nossa aula hoje! Muito obrigado por todos por virem e espero que todos venham na próxima, até terça, Se Deus quiser! — Emily se despediu de todos presentes na sala e deu um sorriso, principalmente para Chaeyoung, mandando um beijo para ela.

— Você gostou da sua primeira aula, Chae? — Amelie se aproximou da menor, fazendo carinho em seu cabelo.

— Foi divertido, Unnie... Acho que vai ser legal...

— Ah, meu amor, não fique assim. Eu tenho certeza que tudo vai acabar bem, certo? Não tire um dos sorrisos mais lindos que eu já vi do rosto! — Abraçou a menor com força, dando uma leve risada vendo o sorriso da menina.

— Certo, eu vou tentar ser forte!

— Eu confio em você!

[...]

O quarteto, ao chegar em casa, se ajeitou rapidamente ao redor da mesa, enquanto Jeongyeon retirava o almoço comprado das sacolas.

Momo, como esperado, foi a primeira a pegar sua marmita e começar a comer juntamente com uma lata de refrigerante; em seguida, Chaeyoung e, por último, Jeongyeon, trocando o refrigerante por cerveja.

— Não vai comer, amor?

— Eu vou tomar um banho primeiro, estou morrendo de calor, sabe? E ainda não deu a hora em que eu posso comer.

— Você ainda tá fazendo isso? Sério?

— Eu já te expliquei, não faz mal, muito pelo contrário. Me sinto cada vez melhor! — Caminhou até o quarto tentando fugir do assunto.

— Meninas, eu vou conversar com ela, vai ser rápido, não demorem para comer, temos uma entrevista ainda hoje. — Jeongyeon, em um tom mais sério, pediu para as mais novas, que logo entenderam sobre o que seria a conversa e começaram a comer mais rápido.

Enquanto isso, Jeongyeon ia até o quarto que dividia com Jihyo, encontrando a mais nova sentada na cama. Sabia que iriam conversar.

— Sério? Outra dieta? Por que?

— Não é uma dieta, amor... É um jejum intermitente... Ele só diminui as horas que eu posso comer...

— Há quanto tempo você tá sem comer, Jihyo?

— Bem... Promete não ficar com raiva?... — Perguntou olhando para o relógio em seu pulso, vendo o cronômetro marcando o tempo que estava sem se alimentar. — 12 horas, tá vendo, não é nada demais. Apenas me controla um pouco.

Em seu relógio marcava exatas 23:45 horas.

Jeongyeon suspirou se aproximando da mulher e a abraçando com carinho, fazendo carinho em seu cabelo.

— Por favor, não se force demais apenas por pressão dos outros... Pense primeiro na sua saúde...

— Amor, eu estou bem, ok? Isso apenas me impede de comer besteiras a qualquer hora. É uma coisa saudável, não precisa se preocupar.

— Você promete?... — A loira ergueu o mindinho para a morena, logo sentindo ela entrelaçar os dedos e dar um leve selar no local.

— Eu prometo... Quer tomar banho comigo?

— Jamais recusaria.

Genius | 3mix - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora