Recomeço na madrugada

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O ônibus começou a se mover novamente, deixando para trás a estrada escura e levando Sophie para um caminho de reflexão. Estava longe de ser o tipo de conversa que imaginava ter às quatro da manhã com um grupo de garotas que, até dias atrás, considerava más influências para sua filha. Contudo, ali, no meio da madrugada, envolta por um grupo tão diferente, Sophie sentia algo estranho — uma mistura de vergonha e alívio.

À medida que o veículo avançava pelas ruas vazias, Sophie olhava pela janela, vendo as luzes da cidade piscarem como um borrão. Cada flash a lembrava de seus erros: as discussões, as vezes em que levantou a voz sem motivo, o desdém que sentia por coisas que, agora, sabia não serem tão importantes assim.

— Tá tudo bem aí? — a voz de Jihyo a trouxe de volta à realidade. Ela sentou ao lado de Sophie, que parecia perdida nos próprios pensamentos.

— Eu... Não sei como vou encarar a Nay depois de tudo — Sophie respondeu, suspirando profundamente.

— Sabe... Eu já tive minhas brigas com meus pais também. Claro, por motivos diferentes, mas acho que tem algo que pode ajudar você a entender: ninguém é perfeito. A Nay te ama, isso é claro, mas precisa que você seja honesta. Não dá pra voltar atrás, mas dá pra consertar daqui pra frente — disse Jihyo, com um sorriso acolhedor.

Sophie fechou os olhos por um instante, tentando absorver aquilo. Sabia que Jihyo tinha razão, mas o medo de ser rejeitada pela própria filha era como uma faca no peito. Ainda assim, o ônibus seguia em direção à casa de Taemin, onde Nayeon estaria.

A viagem não foi longa, mas para Sophie parecia uma eternidade. Quando finalmente chegaram ao destino, o ônibus parou em frente à casa de Taemin. As luzes estavam apagadas, exceto por uma fraca luz que vinha da sala.

— Parece que eles ainda estão acordados — Momo comentou, soltando uma risada abafada enquanto abria a porta do ônibus.

Sophie hesitou ao descer. Sentia o coração disparar e as mãos suarem. Era como se todas as palavras ensaiadas na cabeça durante o trajeto tivessem sumido. Jeongyeon, já fora do ônibus e cambaleando um pouco por causa da bebida, virou-se para Sophie.

— Não vai dar para trás agora, hein? — disse Jeongyeon, com a voz mais firme do que sua postura instável sugeria.

— Não... Não vou — respondeu Sophie, respirando fundo.

Jihyo liderou o grupo em direção à porta da frente e, com um toque suave, bateu algumas vezes. O silêncio parecia se prolongar, até que passos leves foram ouvidos do outro lado. A porta se abriu devagar, revelando Taemin, com os olhos um pouco inchados de sono.

— Jihyo? Momo? O que... Sophie? — Taemin piscou, surpreso ao ver Sophie ali, cercada pelo grupo.

— Oi, Tae... Eu... Eu preciso falar com a Nay. Está tarde, eu sei, mas é importante — Sophie respondeu, tentando manter a calma na voz.

Taemin hesitou por um momento, mas, reconhecendo a urgência no tom de Sophie, abriu a porta um pouco mais e fez sinal para que entrassem.

— Ela está no quarto. Vou chamá-la... Mas, Sophie, por favor... Ela passou por muita coisa ultimamente. Seja gentil com ela, seja gentil com sua filha pelo menos uma vez na vida. — disse Taemin, antes de se virar e subir as escadas.

Sophie sentou-se no sofá, enquanto as meninas se acomodaram pela sala, algumas trocando olhares de apoio. O silêncio pairava no ar, tenso e expectante. Jihyo se aproximou de Sophie, segurando sua mão brevemente.

— Vai ficar tudo bem — sussurrou Jihyo, antes de se afastar.

Minutos depois, Nayeon desceu as escadas, hesitante. Seus olhos encontraram os de Sophie, e um misto de surpresa, mágoa e confusão tomou conta de seu rosto. Ela parou no último degrau, como se estivesse decidindo o que fazer.

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⏰ Última atualização: Sep 07 ⏰

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