Declarações (in)diretas

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— Amor, nós precisamos ir ao mercado, não tem quase nada aqui.

Jihyo falou, sentando-se em uma das poltronas, ao lado da rede em que Jeongyeon aproveitava o sol e as leves brisas de vento, enquanto se balançava um pouco.

— Ainda está cedo... E está tão bom aqui... Vem cá...

Chamou a morena, ainda com os olhos fechados e os braços abertos, fechando-os assim que sentiu que Jihyo estava perto de si, abraçando a cintura da mulher.

— Deita aqui...

— Mas a gente pode cair, vida. Vai ser muito peso de um lado...

— Mas você vai ficar junto a mim, não vamos ficar na ponta...

— Mas eu sou pesada, amor. A rede pode virar...

— Eu vou fingir que não ouvi isso, vem deitar aqui...

Com cuidado, Jihyo se deitou na rede, ficando nos braços de Jeongyeon, descansando sua cabeça no peito da loira.

— Seu corpo é lindo... Não importa quantos quilos você tenha... Não fale mais isso sobre você...

— Mas é a verdade, eu peso mais que você, e eu sou menor. Eu claramente preciso perder peso, meu corpo é o mais feio da banda...

— Quem falou isso?

— O Doni na televisão...

— Seu corpo é lindo, ele é incrível. Você é incrível. Se lembra de quando eu beijei cada parte do seu corpo ontem? Eu amo ele, ele é maravilhoso.

— Eu não sou magra, minha pele é escura, meus peitos são muito grandes, eu sou pequena...

— Docinho, queria muito que tu soubesses o quanto você especial pra mim. Não é só sobre a aparência, é sobre a pessoa incrível que tu és por dentro. A tua gentileza, a forma como lidas com as coisas, isso é o que realmente me cativa. O teu corpo é só uma parte da história, e eu amo cada detalhe, mas é a pessoa única que mora aí dentro que faz meu coração bater mais forte. Tua bondade é como uma estrela que ilumina até os dias mais difíceis, e as tuas conquistas e a força que tu mostras enfrentando o mundo são verdadeiramente inspiradoras. Eu te amo por tudo o que és, por essa pessoa incrível que vive nesse corpo que, pra mim, é o verdadeiro lar do meu amor. Não ligue para o que falam sobre ti, apenas seja você mesma... Eu te amo dessa forma...

Deu um risada ao ver os olhos de Jihyo se encherem de lágrimas e sentir ela afundando o rosto em seu pescoço.
O abraço ficou mais apertado e com isso lágrimas começaram a molhar sua blusa.

— Oh meu bebê, você não precisa chorar...

— Foi tão fofinho...

— Você está com fome?... Se sim, eu pego o carro para irmos até o mercado...

— Você tava falando a verdade, aqui tá confortável, depois nós vamos...

— Você que manda...

[...]

— Como podem aceitar que ela seja solta?! Ela quase matou um homem! Que Deus tenha piedade das pessoas que aceitaram isso!

— Mãe, a senhora já está falando nisso há mais de 2 horas, e já vai fazer uma semana que a Jeongyeon foi solta. Inclusive, ela foi para o Brasil com a Jihyo.

— Eu já disse que não quero ouvir você tocando no nome desses demônios!

— Desculpa... O papai disse que ia me buscar hoje, eu posso ir?...

— Não, nós vamos para a igreja. Mande ele marcar outro dia.

— Mas faz tempo-

— Im Nayeon, sem mas! Eu não tenho que repetir o que eu mando! Escutou?! Eu tenho que falar uma vez e você tem que ficar calada!

Nayeon sentia seus olhos encherem de lágrimas enquanto escutava os gritos da mulher.
Apenas queria jantar com sua mãe como uma família normal, porém isso era praticamente impossível, já que tudo que vinhesse a acontecer seria sempre sua culpa.

— Eu não escutei você me pedindo desculpas!

— Desculpa, mamãe... Eu vou falar com ele depois...

[...]

— Filha, tem uma mocinha aqui na porta! Mimi!

A japonesa ao escutar a mãe chamando correu até a sala, vendo a coreana levemente envergonhada ao lado da sua mãe.

— Ela é a Chae, mama.

— Oh! Você é a famosa Chae-chan?! É um prazer te conhecer e muito obrigada por ter dado os abafadores para a Mimi, ela não vive sem eles. Posso saber para onde vão?

— Nós vamos para o aquário que tem lá no centro. A Mi disse que tava querendo ir a um tempinho.

— Ah, realmente! Ela sempre pede para irmos, mas eu estou sempre trabalhando e o pai dela não gosta tanto assim de sair. Mas se divirtam. Tchau, Chae. Tchau, meu amor. Tomem cuidado!

— Pode deixar, eu vou cuidar bem dela!

A menor falou, dando tchau para a senhora, podendo escutar a leve risada de Mina ao seu lado.

— Sua risada é linda...

— Oh... Você é fofa, Chae-chan...

— Eu peguei o carro da Jeong-unnie emprestado, ela está no Brasil com a Hyo-Unnie.

— Mas isso não é perigoso? A polícia pode parar a gente, Chae-chan.

— Confia em mim, vai dar tudo certo. Qualquer coisa a gente se joga do carro.

— Mas nós vamos nos machucar assim, Chae...

— Uh? Ah, é só uma brincadeira, Mi. Tá tudo bem, nós não vamos nos jogar do carro.

— Ah sim, claro. Mas é melhor nós chamarmos um táxi, Chae-chan.

— Ok, ok. Mas só porque você quer.

Genius | 3mix - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora