Bem-vinda ao meu mundo

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— Você está pensando no que da sua vida, Jeongyeon?! Não pensou no que poderia acontecer se ficasse sem tomar o que o médico te passou!

— Sem contar o que você anda dizendo e fazendo por aí! Jeongyeon Lark, tem que parar para pensar nas coisas que está fazendo! Você não é assim com ninguém, por que nas frentes das câmeras você está mostrando um lado que não é seu? Eu espero muito que você não seja agressiva com as meninas, ainda mais com a Jihyo! Está me escutando?!

— Sim, senhora...

Jiyeon, junto com Amelia, mãe de Jeongyeon, davam uma bronca na loira, algo que ela não tinha recebido em seus 19 anos. Ok, tudo o que ela já tinha feito antes nem juntos davam o mesmo peso da sua prisão.

Os pais, Arthur e Oliver, juntamente com Jihyo, permaneciam calados. Os dois casais tinham a mesma divisão: a mulher sempre falaria primeiro, se não, ela ia falar de você também. Então, esperavam pacientemente sua vez de falar.

— Jihyo, ela já fez alguma coisa com você ou com as meninas? Ou sei lá mais quem na sua frente?

— Não, Amélia, jamais. Bem, só teve aquela situação com a Tzuyu, mas ela estava me defendendo. Não briga com ela, por favor.

— Você tem sorte, senhorita. No dia que você pensar em fazer algo com elas, mas você só precisa pensar uma única vez, você vai aprender como se bate em alguém. Estamos entendidas, Jeongyeon?!

— Sim, senhora... Eu nunca faria isso. Me desculpa por ter feito tudo isso e não ter tomado os remédios... Eu falei com a Jih, eu vou voltar... Desculpa de novo...

A cena era até mesmo cômica, o jeito que Jeongyeon e Jihyo se encontravam de cabeça baixa como adolescentes que foram pegos bebendo escondido em alguma festa.

Quando Oliver ia começar a falar, Amélia se lembrou de outra situação, impedindo assim o homem de pele negra de falar.

E por falar em bebida...

— Aliás, as mocinhas estão achando que a vida é um morango, não é? Toda hora que eu vejo vocês as duas estão ou fumando ou bebendo, quando não estão fazendo isso junto. Quem ensinou isso para vocês? Ninguém aqui fuma e nem bebe.

— Não?

— Talvez eu beba um pouco. Não passa de um copo.

— Você tem certeza?

— Oliver, pare de me interromper! Eu estou salvando a vida delas!

— Pode deixar que eu falo com elas sobre isso outra hora, já tivemos muitas reclamações aqui hoje. Vamos apenas almoçar, tenho certeza que elas já aprenderam, não é meninas?

As duas, como crianças amedrontadas, confirmaram com a cabeça.
Arthur se levantou, ficando próximo às duas, e segurou uma mão de cada uma.

— Vamos almoçar, que é melhor para vocês.

Deu risada com as meninas e todos os acompanharam para a mesa. Assim que todos estavam acomodados, as mães ainda não com uma feição tão amigável, com certeza se Oliver não tivesse interrompido eles estariam ali ainda.

— Eu queria falar algo para vocês... Na verdade, pedir...

Jeongyeon segurou a mão de Jihyo e lhe deu um sorriso.

— Eu queria pedir a mão de Jihyo em namoro. Eu sei que nós estamos juntas há muito tempo, mas eu queria a permissão de vocês, assim como eu pedir para tentar algo com ela... Isso é bastante significativo para mim, eu sei que não estou sendo a melhor pessoa do mundo para todos, mas com ela é tudo diferente, ela é a número um da minha vida, ela é e sempre vai ser. Então, o que me dizem?...

Oliver olhava-a com um sorriso carinhoso. Ele já sabia de tudo o que Jeongyeon havia planejado. Arthur, mesmo surpreso, estava orgulhoso por Jeongyeon ter falado com eles primeiro. Do outro lado, Amélia e Jiyeon tinham lágrimas nos olhos e choravam encostadas em seus maridos, totalmente delicadas e frágeis, muito diferentes de dois minutos atrás.

E, por fim, e mais importante, Jihyo não segurava suas lágrimas enquanto segurava a mão de Jeongyeon com firmeza, fazendo carinho no local. Ela tinha feito a escolha certa.

— Jeongyeon, eu admiro muito você ter falado conosco antes. Você é uma ótima garota, tem seus problemas, mas todos nós temos, assim como Jihyo também tem. Mas vocês juntas poderão se ajudar mais do que se ajudam agora. Vão ser uma só. Eu, obviamente, aceito. Bem-vinda oficialmente à família. Não vai falar nada, amor?

Perguntou para a mulher que tentava não borrar sua maquiagem com as lágrimas, enquanto tentava se esconder no paletó do homem, recebendo uma resposta em um tom choroso e melancólico.

— Eu também aceito. Ela é a única pessoa em quem confio o meu bolinho de chuva...

— Mãe!

[...]

Depois de quase 14 horas no avião e mais 3 no carro indo em direção à chácara, o casal tinha finalmente chegado. Estavam na Terra Natal de Jihyo, Pernambuco. Apesar de ter crescido em Recife, passava também muito tempo em Bonito visitando este local.

Depois que todas as malas foram colocadas no quarto e estavam finalmente sozinhas, se jogaram no sofá vendo o sol amanhecer aos poucos, até que, depois de alguns segundos descansando do esforço.

— Amor, vamos na cachoeira?

— Mas não às 4:40 da madrugada. Vamos dormir, de tarde a gente vai, Jeong.

— Mas a graça é essa, não podemos ignorar essa maravilha a poucos metros da gente. Só um banhozinho e vamos dormir, que tal? Vamos de calcinha e sutiã mesmo, não importa.

— Só se você me carregar até lá.

— Eu te levo, Maria preguiça.

Genius | 3mix - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora