RAFAEL
"Tentaram invadir a Rocinha agora de manhã. Os caras não dão descanso nem no ano novo."
"Tô voltando pro morro pra ver o prejuízo"
Foram as mensagens que Cauê mandou cedo pra mim enquanto eu dormia. Perguntei se ele precisaria de mim lá e ele garantiu que não, então ficaria mais aquele dia na casa de praia e no dia seguinte eu voltaria pra casa. Preferi deixar Madu e Ester sem saber do ocorrido porque elas estavam de boa, curtindo o dia. Felipe já tinha entendido que tinha coisa errada, por isso cortou o assunto na mesa também.
- Vamos na praia? - Madu me chamou depois de eu ter recolhido a mesa e lavado a pouca louça.
- Mas o clima tá ruim, linda. Quer ir assim mesmo? - ela assentiu.- Então vamos lá trocar de roupa.
Subimos e ela pegou um biquíni preto liso na mala e jogou uma bermuda que eu tinha pedido. Me troquei ali mesmo na frente dela, ela já tinha visto tudo. Ela fez a mesma coisa e tirou a camisa e o short que tava vestindo, sem nenhuma peça por baixo.
- Quer me conquistar, linda? Que isso, ein... - apertei a bunda dela e ela soltou um gritinho que me fez rir.
- Já te conquistei, amor. - ela jogou beijo e sorriu.
Ela pediu ajuda pra amarrar a parte de cima do biquíni e eu prontamente ajudei, e aproveitei pra esfregar meu pau duro na bunda dela que riu.
- Você é um tarado, Rafael. - ela falou ainda rindo.
- Tarado por você. - pisquei e pra minha tristeza ela colocou a parte de baixo do biquíni. Era minúsculo e a bunda dela ficava toda amostra. - Aí você força a barra. Vamos logo pra eu não te comer com esse biquíni minúsculo no corpo mesmo.
Ela colocou um short jeans e saímos do quarto.
- A água deve tá um gelo, tem certeza que quer ir? - eu lembrei ela e ela me olhou de cara feia.
- Tenho certeza absoluta. Não precisamos entrar na água, mas eu quero só pra ouvir mais de perto o barulho do mar.
Continuamos caminhando até chegar na parte de areia da praia. Tinha muito lixo por todo lado, por causa da quantidade de gente no dia anterior aqui. Mas procuramos um local menos sujo pra sentarmos, Madu estendeu uma toalha que trouxe e nos sentamos. O local era mais reservado e de difícil acesso, porque tinha umas pedras grandes no caminho. Mas era o único lugar limpo que tinha.
- Eu gosto do mar, me acalma. - ela disse com os olhos fechados e respirando fundo. - Tem pesquisas que dizem que o barulho do mar tranquiliza, por isso eu amo.
Passei meu braço pelo seu ombro, beijando sua cabeça e virei seu rosto com a mão livre pra beijar sua boca. Um beijo calmo, sem pressa e sem afobação, sem segundas intenções. A gente só queria se sentir e aproveitar o momento.
Separei nossos lábios por falta de ar, e encostei minha cabeça na sua.
- Acho que vou entrar na água. - ela disse ainda de olhos fechados.
- Vai lá, gostosa. Vou ficar de olho daqui. - ela se levantou, tirou o short e ainda eram visíveis algumas marcas nas pernas dela que o pai causou, mas ela não parecia se importar, era como se tivessem virado cicatrizes tanto na pele quanto na mente.
Ela correu pela areia até chegar na beira da água, e aos poucos foi entrando, pouco tempo depois estava com a água batendo acima da cintura e acenou pra mim, acenei de volta. Peguei um pacote de amendoim na bolsa que ela tinha trazido pra comer e passar o tempo.
Alguns minutos depois a maré começou a ficar agitada, por isso Madu voltou pra onde eu tava e roubou um amendoim da minha mão.
- Vamos voltar? - ela pediu e eu assenti mastigando.
Me levantei, tirei o excesso de areia do corpo, ela fez o mesmo e começamos a fazer o caminho de volta pra casa. No meio do caminho um cachorro correu na nossa direção, era um golden enorme.
Madu riu quando o cachorro começou a cheirar ela e pulou na sua perna pra receber carinho. Ela aproximou a mão do focinho e o cachorro cheirou e abaixou a cabeça pra ela passar a mão ali.
- Olha que amor. "Sansão" . - ela leu o nome na coleira dele. - Cadê seu dono, lindo? - ela perguntou dele como se ele fosse responder.
- Sansão? - um homem alto apareceu e chamou por ele que correu na direção oposta de onde a gente tava e indo pra onde tava vindo o homem. - Desculpa aí, moça. Ele fugiu assim que eu soltei da guia.
- Não, sem problemas. Ainda bem que ele não foi tão longe. - Madu respondeu rindo pra ele que olhou ela de cima a baixo. Ela estava sem short e suas pernas estavam expostas.
- Precisamos ir, linda. - ele finalmente me viu ali e engoliu em seco. Mantive meu olhar nele, o olhar mais ameaçador que eu tinha, me controlando cem por cento pra não voar no pescoço dele.
- Vamos então. - ela fez mais um carinho embaixo da orelha do cachorro e acenou pro homem que acenou receoso.
Ela pegou minha mão e saímos de perto.
- É muito difícil ter uma mulher gostosa. - falei e ela me olhou sem entender. - Porra, não viu o cara te olhando? Eu como homem não entendi legal o olhar dele pra ti.
- Eu não prestei atenção, mas se você diz. - ela deu de ombros. - Eu não me importo. Ele só pode olhar, porque eu sou sua. - ela jogou beijo e eu sorri negando com a cabeça.
Voltamos pra casa quase no horário do almoço e ficamos ali de bobeira com Felipe e Ester. O neném estava mexendo e eles nos chamaram pra sentir, Madu pôs a mão na barriga e riu ao sentir o chute, eu não tive coragem por isso fiquei só olhando.
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O CHEFE DO TRÁFICO [CONCLUÍDA]
RomanceMaria Eduarda passou uma vida difícil nas mãos dos pais. É uma jovem que sempre fez de tudo pra esconder o que vivia dentro de casa, mas quando chega Rafael, ele se sente na obrigação de proteger e tirar Maria Eduarda da casa onde ela tanto sofria...