Capitulo 29

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Anoiteceu e eu e Rafael ficamos de preguiça na cama sem fazer muita coisa. Cochilamos algumas vezes, trocamos alguns beijos, mas precisei levantar pra ir ao banheiro. Rafael resmungou mas me soltou.

Olhei as horas e eram quase oito da noite. Fiz minhas necessidades, lavei minhas mãos e quando voltei pro quarto Rafael já estava acordado mexendo no celular.

- Cauê e Felipe estão vindo pra cá. Tem problema pra você? - ele perguntou e eu o olhei estranho.

- A casa não é minha, lindo. Não tem problema algum.

- Mas você não se dá com Cauê, achei que teria algum problema eles estarem aqui.

- Já me resolvi com ele, não tem problema pra mim você receber seus amigos. - me inclinei pra beijar ele mas ele me puxou pra sentar no seu colo e eu ri.

- Eles já estão chegando. O que quer comer? - ele tirou uma mecha do meu rosto e colocou atrás da orelha.

- Eu como qualquer coisa. - ele segurou meu rosto com as duas mãos e eu me inclinei pra deixar um beijo na sua boca.

- Vamos escolher quando eles chegarem. - assenti e ele me jogou pro lado na cama, me agarrando e eu gargalhei. - Você é linda demais, Madu.

- Você é mais.

- Mas não to falando de mim, to falando de você. Toda perfeita e toda gostosa. - passou a mão na minha bunda.

- Você tá querendo e não tá sabendo pedir. - falei e ele gargalhou.

- Eu quero mesmo, mas vamos levantar antes que eu te foda aqui. - virei pra ele.

- Começou, termina! - falei e ele riu sacana.

- Eu criei um monstro.

(...)
Depois de dois rounds na cama, fomos tomar outro banho e eu coloquei uma das roupas que comprei hoje mais cedo.

- Gostosa. - ele falou enquanto eu estava penteando meu cabelo.

O interfone tocou e Rafael liberou a entrada dos meninos e logo eles subiram. Felipe estava afoito, chegou se jogando no sofá e Cauê gargalhava dele.

- Já chegaram assim? - Rafael perguntou rindo do estado deles e me puxou pra sentar em seu colo no sofá.

- Felipe tem um bagulho babado pra contar. - ele falou e voltou a gargalhar.

- O que rolou? - Rafael perguntou sem entender nada.

- Porra, Ester me ligou mais cedo. - me perguntei quem era Ester mas ignorei quando ele continuou. - Falou que queria falar comigo e eu fui lá antes de vir pra cá. Veio com um palitinho na mão, um teste de gravidez, positivo cara. A filha da puta tá grávida e disse que eu sou o pai.

Os dois riram escandalosamente, nunca vi Rafael rir tanto. Mas o que tinha de engraçado nisso?

- Eu te avisei que essa parada de comer toda buceta que você vê pela frente não ia dar certo. - Cauê ria enquanto dava esporro nele.

- E ainda xinga a coitada, tu goza dentro e quer o que? - Rafael falou. - Vai assumir né? Dar assistência e tudo mais.

- Porra, eu não sei! - ele coçou a cabeça. - Eu não sei nem se a criança é minha mesmo. Só ficamos umas duas vezes, não sei se vou assum...

- Tá maluco? - Cauê interrompeu. - Tu não é moleque, caralho, já é homem formado. Assume teus BO, não interessa se o filho pode não ser seu, se ela falou que é, então pelo menos dê assistência e apoio. Né não, Dudinha?

- Eu? - apontei pro meu próprio peito e os três me olharam. - Bom, se ela contou pra você é porque quer seu apoio sim. Se ela quisesse criar sozinha, nem te procurava.

- Ta ouvindo a voz da sabedoria cara? É isso aí. - Cauê falou e bateu sua mão na minha. - Mas to feliz que vou ser tio. Sabia que você seria o primeiro do grupo que nos daria sobrinhos, do jeito que fode igual coelho por aí.

Rimos e continuamos conversando, até que eles pediram pizza pra comermos. Pediram algumas cervejas também e coca pra Rafael que não bebe nenhuma bebida alcoolica de jeito nenhum.

Eu bebi uma latinha e já era o suficiente, achava engraçado que eles tentavam me incluir em todos os assuntos e tentavam ao máximo não tocar em assuntos do "trabalho" deles. Mas de vez em quando acabava que tocava nesse assunto e eu ficava perdida.

Eles falavam de um tal de Coringa que era dono do Alemão, diziam que o cara deixou o morro pacífico depois que tomou posse. E eu ouvia todas as fofocas mesmo sem entender nada.

Meu celular começou a tocar e estranhei já que os únicos que tinham meu número era Cauê e Rafa, mas os dois estava aqui. Rafael também me olhou estranho.

- Atende e coloca no viva voz. - Rafael falou e os outros três que estavam ali me encararam esperando que eu fizesse.

- Alô? - falei assim que atendi e aguardei uma resposta.

- Maria Eduarda? - gelei com a voz e senti a mão de Rafael apertar mais a minha cintura.

- Pai... Como conseguiu meu número? - eu perguntei e os três começaram a se entreolhar.

- Deu trabalho mas não interessa como eu consegui. Quero você em casa, Maria. Se não eu vou até onde você tá e você sabe o que vai acontecer. Bem pior que da última vez.

- Pai...

- Cala a boca e me ouve, você vai pegar as suas coisas e daqui uma hora, vai descer o elevador até o térreo e vai ter um carro te esperando pra você vir embora pra casa. Se em uma hora você não aparecer, eu tenho um mandato pra entrar na porra dessa casa e destruir tudo o que esse engomadinho tem. Ou você vem por bem, ou por mal.

Olhei pra Rafael que olhava pra tela do celular com ódio nos olhos, ele concordou com a cabeça me pedindo pra concordar com o que meu pai falava. Achei loucura, mas mesmo assim falei.

- Tudo bem, eu vou estar no térreo em uma hora. Não precisa entrar. - tentei deixar minha voz firme.

- Eu espero que você tenha entendido. - falou e por fim desligou.

- Porra, esse cara me enche o saco. Eu já falei que você não vai sair daqui. - Rafael encostou a cabeça no sofá e passou a mão livre o rosto enquanto a outra mão apertava minha cintura.

- Qual o plano? - Cauê perguntou pronto pra enfrentar meu pai.

O CHEFE DO TRÁFICO [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora