Chegamos na praia deserta e logo nos acomodamos em uma parte mais reservada, mesmo que a praia estivesse quase vazia, era bom nos mantermos vigilantes. Ester se sentou logo na cadeira de praia e eu não fiquei pra trás. Coloquei meus óculos de sol e observei os meninos jogando uma altinha perto de onde estávamos.
- Tô com fome. - eu falei e passei a mão na minha barriga que roncava.
- Isso porque você comeu duas maçãs e uma banana antes de sair de casa. - Ester riu de mim. - Mas eu te entendo, também to faminta. - ela fez bico.
- Tem um restaurante logo ali. Daqui a pouco a gente vai almoçar. - eu falei do restaurante que vi há alguns metros daqui.
Rafael me chamou pra entrar na água mas eu não quis, queria só relaxar e ficar quietinha sentada conversando com Ester, que não podia entrar na água pelo perigo de estar na reta final da gravidez. Nós falávamos sobre todo assunto e era incrível ter uma amizade assim que vivia as mesmas experiências que eu.
Sentia falta de Clara e de Diana, obviamente, mas conseguia lidar bem com isso. Eu não poderia colocar Rafael em risco, e Clara tem envolvimento com a polícia, por isso precisei me distanciar. Diana sempre se mantém por perto, pelo menos uma vez em quinze dias ela me chamava pra tomar café na Penha. Mas ultimamente não a vi mais, mas ela sempre manda mensagem pra saber como eu tô e como o bebê tá.
Cauê veio sozinho na nossa direção e eu e Ester perguntamos onde estavam os outros e ele nos respondeu que foram atrás de coisa pra beber e comer. Cauê sentou na cadeira do meu lado e entrou na conversa também.
- Tá maluco, ainda bem que eu sou solteiro. Pego quem quiser, sem ninguém me cobrando. - ele respondeu depois de eu ter perguntado se ele não quer se apegar a ninguém. - Eu nasci pra putaria, Dudinha.
Eu ri e neguei com a cabeça.
- Eu lembro quando o Felipe falava essa mesma frase. - Ester falou como quem não quer nada e Cauê fez careta.
- Eu sou homem de palavra, lindinha. - ele jogou beijo pra Ester que olhou pra ele com os olhos cerrados.
- Tá dizendo que meu homem não tem palavra? - ela perguntou e eu ri.
- Se ele fala e não faz... - ele deu de ombros implicando com ela. - É você que tá dizendo, não eu...
- Já tá enchendo o saco da minha mulher, Cauê? - Felipe chegou com Rafael com um engradado de cerveja, uma garrafa de suco e uma garrafa de coca que com certeza era pra Rafa.
- Sua mulher que tá me atazanando. - ela deu o dedo do meio pra ele.
Rafael entregou pra mim uma garrafinha de suco e eu peguei sorrindo pra ele. Pelo menos por enquanto isso vai matar a fome que eu sentia. Tomei todo o liquido em poucos segundos e Rafael passava a mão na minha barriga.
Cauê voltou pra água, Felipe e Ester foram caminhar um pouco e molhar os pés na beira da praia e eu fiquei ali quietinha com Rafa.
- Ele ainda não mexeu. - eu comentei e ele me olhou.
- Vamos esperar mais um pouquinho, talvez ele seja igual você, quietinho e preguiçoso. - ele brincou e eu cerrei os olhos pra ele.
- Sai fora. A ultima coisa que eu sou é preguiçosa. - eu ri e ele tirou a mão pra arrumar o cabelo.
- Mas calma, linda. Ele vai mexer, em alguma hora.
- Será que tá tudo certo com ele? - perguntei e passei a mão pela barriga e ele colocou a mão por cima da minha novamente.
- Tá tudo perfeito, você ouviu o que a médica disse. Ele tá perfeito, tá se desenvolvendo, tá crescendo, o coração tá batendo perfeitamente. - ele falava e olhava no meu olho pra me certificar que tava tudo bem. - Vamos lá na água um tempinho? - eu finalmente concordei pra tentar pensar em outras coisas e fui com ele.
- Vê se minha bunda ainda tá marcada? - eu desci um pouco do short pra ele ver.
- Porra, que isso ein, linda? - ele passou a mão pela minha bunda e eu ri.
- Não sei porque eu ainda acredito que você vai só olhar e responder. - subi o short de novo e ele riu.
- Não tá marcada não, amor. - ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço. - Mas você quer que eu marque de novo? - ele perguntou no meu ouvido e eu neguei com a cabeça rindo.
Fomos pra água pra ficar perto dos outros. Felipe tava tirando fotos de Ester na beira da praia, exibindo a barriga enorme. Cauê jogava altinha perto ta água com um menino aleatório e eu entrava com cuidado pra não me machucar e nem me afogar.
- Tô aqui te segurando, linda. - ele falou e segurou minha cintura com uma das mãos e a outra acariciou minha barriga.
- Aqui tá bom, não vou muito fundo. - parei ali que a água batia pouco acima da minha coxa.
- Você tá linda demais carregando nosso herdeiro. - ele falou no meu ouvido e eu me derreti toda.
- Te amo! - me virei pra beijar ele mas um leve tremor na minha barriga fez com que eu parasse no meio do caminho.
- Que foi? - ele perguntou preocupado e colocou as duas mãos sobre a barriga. Mas eu coloquei uma de suas mãos bem no lugar que eu senti a vibração.
- Eu acho que o bebê mexeu. - falei e olhei pra ele que arregalou os olhos.
- Porra, como faz pra ele mexer de novo? - ele começou a cutucar minha barriga e eu ri.
Até que eu senti de novo a mesma coisa e em seguida um leve chutinho que Rafael também sentiu e me olhou sorrindo.
- Caralho, que isso? - ele aproximou a boca da minha barriga e beijou. - Ei, filho. Mexe de novo pro papai.
Ele ficou ali um bom tempo mas desistiu quando não sentimos mais nada.
Mergulhei umas duas vezes mas voltei pra areia porque estava morrendo de fome e os meninos iam nos levar pra almoçar.
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O CHEFE DO TRÁFICO [CONCLUÍDA]
RomanceMaria Eduarda passou uma vida difícil nas mãos dos pais. É uma jovem que sempre fez de tudo pra esconder o que vivia dentro de casa, mas quando chega Rafael, ele se sente na obrigação de proteger e tirar Maria Eduarda da casa onde ela tanto sofria...