Capítulo 11

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SASUKE NARRANDO

Eu fiquei tão ansioso esperando segunda-feira que nem consegui trabalhar direito.

Eu precisava ficar focado em tudo dos Uchihas, mas só me passava cabelos rosados na cabeça.

E não é como se eu não fosse lembrar do beijo.

Porra, o beijo...

Toquei meu lábio, como se eu sentisse tudo novamente.

Era como se ela tivesse nascido para ser minha, para se encaixar tão perfeitamente comigo.

Foi tão perfeito.

Seu corpo contra o meu, tão disposta a ser minha, completamente minha.

Por um segundo, eu realmente pensei em abandonar o plano, contar tudo para ela...

E eu seria um mentiroso se dissesse que isso não é um pensamento frequente.

Mas falar tudo para ela, seria colocá-la em risco.

Itachi não estava errado. No meio dos Uchihas, Sakura seria o alvo número um.

Eles caçaram qualquer coisa para me machucar, mas nunca conseguiram. Eles não se arriscariam com Itachi e nem com os meus amigos, considerando que eles são tão ricos quanto.

Mas Sakura, ela seria um alvo e eles se divertiriam muito a maltratando.

E eu os destruiria, cada um deles.

Se Sakura era minha fraqueza, ela também era minha força.

Agora mesmo que quero destruir os Uchihas, se isso significar ficar com ela.

— Olá, Sasuke! — Sua voz bem-humorada preencheu o ambiente, esquentando meu peito.

Com certeza valeu a pena esperar a segunda-feira, sempre vale quando é sobre ela.

Sakura começou a andar pelo ambiente. Escutei ela deixando algo na mesinha e só pude presumir que era a sua mochila.

— Nossa, hoje o dia foi exaustivo. — Brincou, me fazendo questionar o porquê dessa faculdade consumir tanto dos alunos. Malditos. — A minha semana está sendo uma doideira e nem começou. — Riu baixinho, mexendo de novo na mala.

Sakura andou novamente pelo quarto e foi ao banheiro conjugado.

Escutei ela abrir a torneira e começar a lavar sua mão, mas não seria isso que pararia sua faladeira diária que eu tanto amo.

— É, sair sexta-feira não foi uma ideia tão boa. — Ela deu um riso fraco. — Bem, ou talvez tenha... ainda estou tentando me decidir.

Senti meu coração acelerar e pela primeira vez na minha vida questionei se eu poderia estar tendo um ataque cardíaco.

Sakura me faz sentir coisa que jamais achei que iria. E porra, eu adoro isso.

— Tanta coisa aconteceu, sério. — Falou de novo, voltando após higienizar suas mãos. — O babaca do Sasori apareceu lá e começou a gritar asneiras como sempre. — Apenas o nome desse verme fez meu corpo inteiro arrepiar de ódio e talvez pensamentos homicidas voltassem com tudo. — Mas um homem apareceu do nada. — Ela parou na frente da cama, como se falasse com alguém acordado mesmo. Bem, ela está, só não sabe ainda. — Ele socou Sasori, você teria ficado horrorizado.

Mal sabe, querida, o quanto eu amei esfolar a cara do seu ex.

De verdade, acho que nem mesmo quando fechei negócios multimilionários, eu tive um prazer tão grande.

Claro, esse prazer só será ultrapassado quando finalmente tiver você na minha cama... Mas vamos deixar esse pensamento para depois.

— E ele também me beijou... — Senti meu estomago revirar de alegria. Merda, eu poderia saltitar de felicidade. — Foi bom para caralho. — Eu sei, eu poderia ficar séculos te beijando que jamais reclamaria. — Você é a primeira pessoa que eu falo isso — ela soltou uma risadinha fofa, me deixando alegre por ser o primeiro a saber sobre nós — , acho que confio em você, Sasuke.

E porra, isso com certeza fez meu dia.

Acho que a porra dos Uchihas poderiam aparecer agora e fazer uma merda, mas mesmo assim eu estaria contente.

Essa mulher apareceu faz um mês e já está mudando minha vida inteira. Faz vinte oito anos que vivo assim e Sakura foi a única que me trouxe outra perspectiva de vida.

— Eu não vi o rosto dele, sabe? — Ela voltou a falar, finalmente vindo para perto de mim. — Mas acho que ele deve ser bem bonito, eu não consigo parar de imaginar como ele deve ser. — Falou contente, se sentando ao meu lado na cama. Sim, querida, eu sou muito bonito, você mesma já disse isso. — Como será que ele é? — Estou na sua frente, linda, e sei que você não vai se decepcionar. — Loiro talvez? — Minha alegria acabou no mesmo momento.

Me senti completamente paralisado, escutando Sakura mexer nos remédios, enquanto ela tratava da ferida no meu rosto.

— Eu gosto de loiros, seria interessante... — Sussurrou novamente, fazendo meu estomago revirar, mas dessa vez não era de felicidade.

Esqueçam o que eu falei há pouco tempo atrás sobre nada estragar minha alegria. Ela não só foi estragada, mas como pisoteada.

Então ela acha que beijou um loiro, é isso? Ótimo, perfeito.

Eu poderia sentir meu sangue ferver de ciúmes. Então quem ela acha que beijou, hein? Inferno, maldição.

Quem é esse tal loiro que ela fica imaginando?

— Ele beijou muito bem, sabe? — Uma risadinha fofa saiu dela, me fazendo ficar com mais raiva. Sakura se inclinou, começando a tratar o ferimento que ainda tinha no canto inferior da minha testa, senti meu corpo gritar por ela. — Seria bizarro eu falar que senti algo sobrenatural com ele? Como se fosse muito certo estarmos juntos?

Não, não é.

E mesmo sabendo que eu sou a pessoa que ela beijou, uma raiva enorme me possuiu. Ela nem sabe que fui eu e sentiu algo com a pessoa.

Merda, que inferno.

Ok, talvez eu seja bem mais ciumento do que eu imaginava. Beirando a possessividade.

Sakura acabou de curar minha ferida da testa, quando começou a guardar os itens.

— Ah, quase me esqueço. — Falou, após terminar o discurso de como eu beijo bem. — Você tinha uma ferida no braço, certo? — Travei imediatamente. Merda, tinha me esquecido disso. Eu havia apenas colocado minhas mãos para baixo do cobertor, achando que ela esqueceria. — Vamos aproveitar e passar remédio. — Sakura puxou um pouco da minha coberta, pegando meu braço esquerdo. E mesmo eu rezando para todos os seres celestiais possíveis, eles não me salvaram dessa. — Mas que merda?! — Ela gritou horrorizada.

Ok, agora fodeu.

Socar uma pessoa não causa ferimento apenas no ser, mas em quem soca também. Principalmente quando você não para um segundo sequer de espancá-lo ao ponto de sua mão virar carne viva.

Minha mão havia ficado tão machucada, que meus dedos estavam avermelhados até agora e eu estava tendo dificuldades para cuidar deles.

De acordo com Karin, eu havia conseguido luxar minha mão após socá-lo sem parar.

Não é à toa que ele foi parar no hospital.

— Céus, isso sempre esteve aqui? — Ela puxou minha mão, olhando cuidadosamente. Ela soltou um suspiro e eu não duvidava que balançava a cabeça para si. — Ok, acho melhor eu ver isso com Karin. 

Por Acidente - SasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora