Capítulo 02

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BRUNA

Foi a minha segunda vez cobrindo jogo de futebol, mas a minha primeira no vestiário. Eu fiquei do lado de fora, em pé, com dezenas de outros jornalistas, e tentei parecer tão indiferente quanto eles. A grande porta Verde estava fortemente espancada, provavelmente vítima da frustração de um
jogador. Várias vitórias do campeonato enquadram a porta de grandes dimensões; o sinal da vitória do time no ano passado está estampado orgulhosamente no meio sob o logotipo da equipe.

Depois de alguns minutos, um segurança abriu a porta e fez sinal para que todos entrassem. Alguns repórteres levantaram suas credenciais enquanto passaram; outros, aparentemente, não precisavam de identificação. Henry, como o nome desgastado em seu uniforme de guarda indicava, saudou-os por seus primeiros nomes. Alguns repórteres perguntaram como sua filha estava se sentindo. Aparentemente, Larissa havia recentemente quebrado o braço
jogando basquete. Este era um grupo muito unido.

Eu estava ansiosa para entrar, mas certamente não com pressa. A multidão se dispersou rapidamente, deixando apenas quatro de nós no corredor. Respirei fundo e andei para a porta, tentando não transparecer o meu medo. Eu sorri e levantei meu crachá, apontando para o dele.

- Oi.

- Oi, - Ele balançou a cabeça.
Bom trabalho em não mostrar o medo.

Eu tendia a divagar quando
estava nervosa.

- Você é a filha do Tom, certo? - Eu assenti.

- Trabalhou aqui por trinta anos. Eles não poderiam gostar mais dele. Um dos melhores atletas que já esteve nesta sala. Sem ego. Um verdadeiro cavalheiro. Sinto muito pela sua
perda. Foi uma perda para todo o esporte.

- Obrigada.

Ele apontou para dentro do vestiário.

- Esses meninos? Nada além de ego. Não os deixe atingir você, ok?

Peguei minhas credenciais de volta com um aceno de cabeça e um sorriso esperançoso.

- Não deixarei.

A primeira coisa que me surpreendeu quando me dirigi para o interior do santuário esportivo foi o seu tamanho. Eu tinha visto fotos suficientes para saber que os vestiários eram grandes, mas, ao ver tudo por dentro, a grande extensão instantaneamente me impressionou. Largos armários estavam alinhados ao redor; a parte central era na maior parte de conceito aberto, com
algumas áreas de estar localizadas. Cada área de estar tinha quatro poltronas largas de couro e uma mesa de vidro entre elas. Tudo estava muito imaculado e organizado. Uma prateleira iluminada mostrava os nomes em cima de cada armário, e os jogadores estavam conversando com repórteres em todo o lugar.

O clima era leve e agradável, muito provavelmente devido ao placar no final do jogo: Palmeiras ganhou por 3 a 1.

Ninguém pareceu notar a mulher solitária no centro da sala. Ou, se notaram, não pareceram incomodados. Meus ombros tensos relaxaram um pouco.

Encontrei victor, meu cinegrafista, que já estava lá dentro, e vi que o Dudu do Palmeiras não estava ocupado, então me dirigi a ele para fazer algumas perguntas. Ele ainda estava de uniforme, mas tirou o resto da cobertura de proteção enquanto falávamos. Foi uma primeira entrevista fácil de conseguir e isso me deixou confiante.

- Obrigada pelo seu tempo - eu disse quando a câmera foi desligada.

- A seu dispor. E de nada. Você substituiu Ramon campos,certo?

- Isso mesmo.

- O cara era horrível. Fico feliz que tenha se aposentado. Ele falava metade dos nomes errados mesmo que estivessem escritos bem acima da nossa cabeça. - Ele inclinou o queixo até a enorme etiqueta acima do seu armário. - E obrigado pela última pergunta ser sobre treinar a equipe de futebol do meu filho. Ele vai ficar animado por saber que eu tive a o oportunidade de mencionar seu nome para a câmera.

𝐎 𝐉𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫,𝐑.𝐕Onde histórias criam vida. Descubra agora