RAPHAEL VEIGA
— Sabia que quando eu era criança eles tinham jogadores de futebol reais? Eles jogavam com raça,não inventavam dançinhas,e não faziam semanais. Que tipo de atleta fraco precisa de uma semana de folga no meio da temporada?
— Quando você era criança, eles marcavam a pontuação esculpindo marcas de X na pedra. — Joguei uma camisa para João. A próxima semana era de revisitar o passado, quando a equipe usava réplica de uniformes de anos atrás. Eu tinha encomendado um extra para o neto de João,João III.
— Diga ao seu neto que assinei com uma caneta que não sai na lavagem dessa vez. Não quero a mãe dele recebendo outra ligação da escola sobre o garoto
estar cheirando mal.João ergueu-a e suspirou nostalgicamente.
— Me lembro deste uniforme. Era do tempo dos jogadores verdadeiramente machos.
— Vai se foder, velho.
Marlene estava sentada na beira da cama, com uma touca de natação floral na cabeça. Ela estava rabiscando algumas notas no seu bloco, enquanto os créditos finais de The Price Is Right rolavam na tela da TV atrás dela. Acho que hoje eu estou atrasado.
— Vai nadar, Marlene? — Inclinei-me e beijei sua bochecha.
Ela olhou para mim sem expressão.
— Você é o motorista do ônibus?
— Não. Sou Raphael. Lembra-se?
Ela ainda parecia confusa.
— Eu morava ao lado. — Ela me reconheceu.
— Raphael veiga . — Ela olhou ao meu redor. — Ela está com você hoje?
— Não hoje, Marlene.
— Ela não quer vir?
Eu odiava quando ela me fazia essas perguntas. Às vezes, era mais fácil quando ela não se lembrava de quem eu era.
— Ela está trabalhando em um projeto de arte na minha cabana. Você sabe como ela é quando está trabalhando. — Isso pareceu acalmá-la. Então eu mudei o assunto para um de seus favoritos.
— Como foi o programa hoje?
Ela olhou para seu bloco de notas.
— Eu teria vencido facilmente o jogo. A mulher que estava no final, Kathryn era seu nome, não sabia de nada.
— Eles não podem ser todos como você. Ou não seria um jogo, não é?
— Aquele microfone do apresentador é muito fino. Eu não sei o que ele está tentando provar.
Eu ri.
— Sim. Eu não tenho certeza do que seria. — Marlene pegou o controle remoto de sua mesa de cabeceira e desligou a TV.
— A que horas é a natação? Eu não soube que eles mudaram a programação.
— Onze.
Eu olhei para o meu relógio. Passava cinco minutos do meio-dia.
Marlene e eu conversamos por um tempo, e, eventualmente, nina entrou carregando um pequeno copo plástico contendo algumas pílulas. Ela entregou
a Marlene com um copo de água.— Estão atrasados para a natação? — perguntei.
— Não. A natação é na quarta-feira às duas.
Olhei de soslaio para a touca de natação de Marlene, em seguida, de volta para nina. Ela encolheu os ombros.
— Ela ficou chateada quando eu tentei tirar esta manhã. Eu disse a ela que não teria natação até amanhã. Ela me disse que eu tinha merda na cabeça. Certo, Marlene?
Marlene acenou com a cabeça e entregou-lhe de volta o copo vazio sem as pílulas. Ela falou como se estivesse verificando o tempo.
— Está certo. Merda na cabeça, essa aí.
Nina me deu um polegar para cima e uma piscadela enquanto saía do quarto. Uma hora mais tarde, Marlene me deixou ajudá-la a retirar a touca de natação de borracha. A maldita coisa estava tão apertada que deixou uma marca vermelha na testa, onde a borda segurou a circulação.
— Estou indo embora, estou atrasado para o treino desta tarde.
Ela assentiu.
— Beije minha neta e lhe diga para não trabalhar demais.
— Pode deixar.
Continua...

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𝐎 𝐉𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫,𝐑.𝐕
Fiksi PenggemarBruna Maddox , conhece o famoso jogador Raphael veiga no vestiário masculino. A partir daí, as coisas só pioram quando veiga começa a provocá-la em frente às câmeras. Quando ele decide que quer transar com ela, Bruna o rejeita, pois não sai com jog...