Capítulo 44

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                    BRUNA

Duas semanas depois que o Palmeiras  venceu a libertadores, a vida tinha finalmente começado a se acalmar. Raphael  cumpriu sua promessa de estar sempre lá para mim e me deixar ter meu tempo. A única vez que ele tinha sequer tentado me tocar foi logo depois que ele ganhou o jogo. Todo mundo estava comemorando em campo, e ele conseguiu me encontrar. Ele me pegou, me virou no ar, e, em seguida, plantou um beijo molhado em meus lábios.

Passamos os próximos sete dias correndo muito. Entre a cobertura da mídia, o desfile da equipe e as dezenas de entrevistas, fiquei surpresa por ele ainda encontrar tempo para me ver. Mas ele o fez. Todos os dias ele tinha tempo para mim. Não houve grandes gestos ou tentativas de mudar as coisas, ele simplesmente me mostrou que estaria lá para mim sempre. Como poderia uma garota não se apaixonar quando sabe que pode contar com o homem que adora para pegá-la quando ela cair?

A campainha tocou na hora certa, às três. Eu perguntei a Raphael se ele se importaria de fazer uma curta entrevista esta tarde na emissora. Ele disse que faria, sem hesitação, mesmo que eu soubesse que ele estava praticamente no seu limite de tanta cobertura da mídia. Eu também sabia que ele não me
ouviria quando eu lhe disse que mandasse uma mensagem quando chegasse. Ele sempre subia. Eu não tinha certeza se estava sendo um cavalheiro ou se esperava que eu tivesse um momento de fraqueza, e então ele não teria mais que ser um cavalheiro. Conhecendo Raphael, era meio a meio.

Abri a porta, e lá estava o homem mais delicioso em quem eu já tinha posto os olhos. Ele usava uma camisa de cor branca e uma calça preta, básico e muito gato. Na manhã após a final, ele me ligou dizendo que tinha que sair da cama para corta o cabelo antes do dia cheio de entrevistas. Eu tinha mencionado que gostava mais dele com o  cabelo grande por alguns dias. Desde então, notei que o cabelo grande e  liso  tornou-se um elemento permanente.

— Você está atrasada?

— Não. Você chegou cedo. — Eu estava usando um roupão felpudo e o cabelo preso em um rabo de cavalo.

Ele olhou para o relógio.

— Você disse às três.

— Não, eu disse às quatro. — Eu usei uma de suas técnicas. Ele realmente acha que eu iria acreditar que tinha constantemente marcado o horário errado? Ele achava que precisava ser astuto para passar uma hora extra no meu apartamento. Mas hoje eu seria a dissimulada. Revirei os olhos e dei um passo para o lado. — Você tem um problema sério com horários.

— Eu poderia jurar que você disse três.

Porque eu disse.

— Bem. Você sabe o que fazer. Sinta-se à vontade. Eu só vou tomar um banho rápido.

Desapareci no banheiro e meu banho rápido se transformou em uma sessão de maratona de preparação.

Depilei até o último pelo da cintura para baixo, com exceção de uma linha fina entre as minhas pernas. Depois, passei o hidratante em toda a superfície do meu corpo e escovei meu cabelo úmido. Inicialmente, pensei em caminhar até a sala totalmente nua, e ele se encarregaria do resto. Mas decidi fazer as coisas ao estilo Raphael. Enrolei uma toalha macia seca em volta do meu corpo e me preparei para cruzar uma linha da qual não haveria como retornar.

— Mudança de planos — gritei do quarto enquanto me olhava no espelho de corpo inteiro. — Você se importaria se fizéssemos a entrevista aqui?

— Não. Como você preferir.

Raphael estava assistindo TV, de costas para mim, quando entrei na sala. Eu respirei fundo, rodeei o sofá e fiquei na frente dele. Ele estava largado no sofá, mas animou-se no momento em que me viu de pé envolta em uma
toalha.

— Acha que posso lhe fazer algumas perguntas, Sr. Raphael ? — falei usando minha escova de cabelo como microfone. Ele franziu a testa, mas embarcou no meu jogo. — Como é a sensação de ser duas vezes o melhor
jogador do time?

— É uma sensação muito boa. Mas eu já respondi essa pergunta cerca de mil vezes, Srta. Maddox. Você não tem perguntas originais?

Na primeira vez que ele me perguntou isso, eu fiquei com vontade de chutar sua bunda. Desta vez, amei que ele se lembrou do nosso primeiro encontro.

Eu arqueei uma sobrancelha.

— Eu tenho uma pergunta original, na verdade. — Despreocupadamente, estiquei a mão e puxei o nó da toalha enrolada no meu corpo. Ela caiu no chão. — Se eu te dissesse que te amo mais do que qualquer coisa neste mundo, você me daria outra chance?

Raphael  levantou. Sua resposta foi séria e ele falou diretamente nos meus olhos.

— Eu te daria cada porra de chance que eu tenho para estar com você de novo.

Colidimos, acabando com a distância entre nós. Raphael me beijou longamente e duro, envolvendo seus grossos braços tão apertados em torno
de mim que era difícil respirar. Mas nada nunca me tinha feito sentir melhor. Ele me levantou no ar e me embalou contra seu peito. Antes que eu percebesse o que aconteceu, ele estava me carregando para o quarto.

— Espero que essa seja a única entrevista que eu realmente tenho que dar. Por favor, me diga que não temos que ir para o seu escritório para fazer outra.

— As únicas coisas que você tem que fazer nos próximos dias são comigo.

Ele me colocou no chão ao lado da cama e começou a tirar a roupa. Ele balançou a cabeça enquanto seus olhos acariciavam meu corpo.

— Então você finalmente admitiu que me ama, mas eu não posso fazer amor com você ainda.

— Por que não?

— Porque, agora mesmo, preciso te foder com força e gozar dentro de você de uma forma que me faz sentir como um animal.

— Eu quero isso também. Deus, eu quero isso também.

Ele me levantou, posicionando as minhas pernas em torno de sua cintura, e nos levou em direção à parede.

— Bem, vamos deixar a cama para fazer amor. Eu vou tomá-la contra a parede agora.

Ele me beijou até que meus lábios estivessem machucados, e eu ofeguei. Tudo o que ele vinha segurando finalmente explodiu, e a maneira como ele olhou para mim, como se eu fosse sua próxima refeição, foi a coisa mais direta e sexual que eu já vi na minha vida. Com minhas costas firmemente presas contra a parede, a mão de Raphael deslizou da minha bunda para a minha abertura, e ele mergulhou dois dedos dentro de mim.

— Nossa, você está encharcada. — Ele agarrou meu quadril e me penetrou com força. Meus olhos se fecharam, e me senti tão bem sendo preenchida por ele, tão certo. — Bruna, abra os olhos. — Ele me bombeou com mais força enquanto seu olhar capturou o meu. — Diga-me. Diga-me de novo.

— Eu te amo.

Ele sussurrou na minha boca:

— Mais uma vez.

Meu corpo começou a se direcionar para o clímax. Minha respiração ficou mais espaçada, e as minhas palavras saíram roucas.

— Eu te amo, Raphael veiga . Eu te amo.

Ele me disse que me amava sem parar enquanto empurrava mais e mais fundo.

— Eu te amo, porra — ele gemeu quando gozou dentro de mim.

Nós ficamos contra a parede por um longo tempo com nossas testas coladas. Um momento de clareza absoluta me surpreendeu quando olhamos nos olhos um do outro, nossos peitos subindo e descendo em uníssono. Nos últimos sete anos, eu estava à procura de paz. Eu pensava que a paz era um lugar onde não havia nenhuma turbulência ou medo. Onde não havia altos e
baixos e a felicidade encontrava a calma. Mas, naquele momento, eu finalmente percebi que a paz não era sobre como evitar coisas. Era sobre fazer a escolha de viver a vida com todo o caos ao seu redor, e, no meio de
tudo isso, ter a calma em seu coração.

Raphael veiga, o homem que entrou na minha vida como uma tempestade, tinha acabado por ser minha calma. Quão irônico isso era?

Continua...

𝐎 𝐉𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫,𝐑.𝐕Onde histórias criam vida. Descubra agora