BRUNA
— Você parece um monte de merda.
Toda vez que eu piscava, minha cabeça latejava mais forte. Tentei levantar a cabeça explodindo do travesseiro, mas tive que colocá-la de volta.
Eram quase quatro da manhã quando finalmente fomos dormir. Eu chorei muito e sabia que parte da dor tinha sido causada por desidratação.
— Que horas são? — Minha voz era um gemido rouco.
— Hora de você tirar a sua bunda chorona da cama.
Tirei o lençol de cima da minha cabeça.
— Eu gostava mais de você quando você sentia pena de mim e sentava-se me entregando lenços.
Depois que Raphael saiu, Isabela me segurou por horas enquanto eu chorava, totalmente embriagada e de ressaca.
— Você tem que estar no pré-jogo a uma e vai levar uma hora para se livrar do inchaço sob seus olhos. Eu pedi um café da manhã. Torrada, um bule de café, suco de laranja e um pouco de gelo para essa cara.
Puxei o cobertor para baixo o suficiente para colocar um olho para fora.
— Aonde você está indo?
Ela estava amarrando os sapatos.
— Correr.
— Eca. — Puxei o lençol sobre a minha cabeça.
— Há dois comprimidos na mesa ao seu lado e água. Tome-os e fique na cama até o serviço de quarto chegar.
— Sim, mamãe.
Ela riu.
— Volto em uma hora. Não volte a dormir.
...
Pelo menos eu pareço muito melhor do que me sinto. Olhei para o meu reflexo na porta de metal e vidro brilhante do corredor que levava para o
vestiário. O Palmeiras tinha ganhado de 4 a 2, com Raphael correndo para marcar Seu segundo gol na partida trinta segundos antes do fim do jogo. Ele merecia ser feliz. A semana passada tinha sido horrível, para dizer o mínimo. Um jogador mais fraco poderia não ter sido capaz de se concentrar no jogo do jeito que ele tinha feito. Eu estava orgulhosa dele, mas também extremamente ansiosa para entrar naquele vestiário.Jogos de mata-mata tinham o triplo de repórteres. Todo mundo precisava de uma notícia hoje à noite, principalmente dos jogadores principais. As filas para entrevistas demorariam uma hora. Tínhamos três repórteres, não só eu. Victor se aproximou com Michael Langley ao seu lado.
— Vocês estão prontos? — Victor tinha chegado nesta manhã e eu duvidava que ele soubesse que Raphael e eu terminamos.
— Sim. — Peguei minha bolsa e comecei a segui-lo, mas Michael me parou, colocando a mão no meu braço.
— Você está bem?
Forcei um sorriso.
— Estou pronta. Não se preocupe.
— Não foi o que eu perguntei. Você está bem?
Eu suspirei.
— Eu vou ficar. Obrigada.
Ele assentiu. Esperamos na fila uma eternidade e definimos o nosso plano de ataque de entrevistas com os jogadores. Michael ficou com Raphael e
um atacante defensivo que tinha recuperado uma jogada. Isabela mencionou ter visto Michael na academia esta manhã, e eu tinha a sensação de que ela tinha lhe contado um pouco mais do que o suficiente para que ele se certificasse de que eu não teria que entrevistar Raphael, o que me deixou grata.Peguei dois dos jogadores menos emocionantes, tendo o cuidado de ficar também longe de Yuri, que teve o melhor jogo de sua carreira. Isso significava que as filas para minhas entrevistas seriam mais curtas. Eu tentei evitar olhar para Raphael, mas meus olhos não seguiam a direção que meu cérebro mandava. Ele estava vestindo sua marca registrada, a toalha enrolada na cintura, mas o seu sorriso arrogante estava longe de ser encontrado.
Em determinado momento, Victor, Michael e eu estávamos de pé no centro do vestiário, e meus olhos travaram em Raphael. Ele estava entre as entrevistas e esperava que Angie Snow e seu operador de câmera
concluíssem os preparativos para filmar.Uma pontada de ciúme me bateu. Angie era linda, jovem, ruiva, curvilínea e adorava falar o que pensava. Ela disse algo a ele e estendeu a mão para tocar seu braço, e eu tive que desviar o olhar. Mas, como em um
acidente de carro, eu voltei para ver mais. Os olhos de Raphael se revezavam entre mim e Angie enquanto ele falava com ela e o câmera ajeitava o seu equipamento. Eu estava tão preocupada em assistir os dois que não percebi que Michael tinha me feito uma pergunta e estava à espera de uma resposta.— Bruna?
— Hummm? — Eu me virei para Michael. Ele franziu a testa.
Então se inclinou para mim e sussurrou:
— Nós podemos lidar com isso se você precisar dar um tempo.
Assegurei-lhe que estava bem e apenas um pouco sobrecarregada pela loucura da minha primeira viagem do mata-mata. Quando Michael se inclinou para mim, sua mão foi para a parte inferior das minhas costas. Eu não tinha percebido que ainda estava lá até que vi o olhar no rosto de Raphael.
Seus olhos estavam queimando onde Michael estava me tocando. Ele olhou furioso, a ponto de explodir. Devo ter parecido um bichinho assustado quando seus olhos se ergueram para encontrar os meus.O câmera de Angie disse alguma coisa e a atenção de Raphael foi forçada a voltar para a iminente entrevista. Assim que a luz brilhou sobre Raphael e o operador ergueu a câmera para a posição, Raphael olhou para mim mais uma vez. Foi no exato minuto em que Michael se inclinou de novo para dizer algo. Eu fiz uma careta enquanto observava o rosto de Raphael mudar de raiva para um sorriso maligno. Ele voltou a focar sua atenção em Angie, e ela disparou sua primeira pergunta. Sua resposta parecia em câmera lenta para mim.
Ele sorriu largamente, em seguida, sua mão lentamente foi para o nó da toalha, e ele deu um pequeno puxão. Ela caiu no chão. Eu não fiquei para ver o resto, eu já sabia o que vinha depois. E o meu palpite era que Angie não iria se incomodar nem a metade do que me incomodei.
Continua...
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𝐎 𝐉𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫,𝐑.𝐕
FanfictionBruna Maddox , conhece o famoso jogador Raphael veiga no vestiário masculino. A partir daí, as coisas só pioram quando veiga começa a provocá-la em frente às câmeras. Quando ele decide que quer transar com ela, Bruna o rejeita, pois não sai com jog...