Capítulo 10

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BRUNA

Senti como se estivesse indo a um primeiro encontro. Olhei para o relógio quase tantas vezes quanto mudei de ideia sobre a roupa na quinta-feira à noite. O fato era... não era um encontro. Era uma reunião de negócios.
Com um cara que já recusei um convite para transar, um cara que eu não conseguia parar de me perguntar como seria transar com ele. Qual era exatamente o guarda-roupa certo para um evento como esse?

Dando um jeito no meu cabelo liso andulado, deixei-o para baixo, mechas indisciplinadas caindo até o meio das costas. Eu revirei meu armário à procura de algo que fosse profissional e ainda atraente, sem ser abertamente sexy. Escolhi uma saia lápis preta e uma camisa vermelha. Coloquei alguns braceletes e sandálias de tiras amarradas em torno dos tornozelos e dei uma
última olhada no espelho de corpo inteiro do meu quarto. O tempo ainda estava quente o suficiente para as pernas à mostra, e o salto alto das sandálias alongava minhas já longas pernas. Eu gostei do que vi. Quem diria que eu encontraria algo inteligente com um toque sexy? Agora, se ao menos eu pudesse fingir que não era atraída pelo idiota arrogante...

Exatamente às cinco horas, levantei a mão para bater na suíte da cobertura e a porta se abriu, deixando meus dedos no ar. Uma bela jovem morena me cumprimentou vestindo uma camisa muito decotada e legging
como uma segunda pele. Metade da sua cintura fina estava em exposição, e sua voz era enérgica como a de uma líder de torcida.

— Ei — ela gritou por cima do ombro, saltando sobre os calcanhares —, o seu compromisso está aqui, Raphael. Te vejo amanhã. — Ainda sorrindo, ela se afastou para que eu entrasse e me deixou com a seguinte frase: — Eu o esgotei, espero que não atrapalhe o que você pretende fazer com ele.

Confusa, eu apenas hesitei parada na porta, que se fechou atrás de mim.

Raphael entrou na sala. As gotículas de água em seu corpo sem camisa mostravam que ele tinha saído do banho. Seu cabelo estava molhado e penteado para trás. Droga.

— Oi. — Seus olhos inspecionaram meu corpo lentamente e ele parou a
alguns centímetros de distância. — Uau. Você está... — Meu corpo ficou ainda mais quente com o calor dos seus olhos. Ele descaradamente levou um
tempo antes de levantar os olhos para encontrar os meus. — Então, como isso funciona? Amigos não podem falar essas coisas uns para os outros, certo?

— Claro que podem. Amigos podem fazer elogios.

Seus olhos brilharam.

— Bom. Você está deliciosa o suficiente para ser comida.

Deus, realmente faz muito tempo. Meu corpo se apertou, e eu tive que segurar o fôlego para depois deixar um pequeno suspiro escapar. Senti meu
rosto ruborizar apenas ao imaginar o que ele havia dito. Eu conseguia me ver olhando para aqueles ombros largos enquanto ele me comia. De alguma forma, eu sabia que não seria nada lento e suave. Não, este homem me devoraria toda.

— Eu não ouvi você entrar, precisei de um banho rápido depois de Brittany. Essa mulher pode ser pequena, mas é muito exigente. Me esgotou hoje.

Abruptamente, esfriei. Nada como falar sobre suas escapadas sexuais com outra mulher para refrescar uma libido em fúria.

— Maravilhoso. Fico feliz que você tenha cuidado das suas necessidades. Talvez nós pudéssemos ignorar os jogos e ir direto para o trabalho, então? — Meu tom saiu um pouco sarcástico.

As sobrancelhas de Raphael estreitaram em confusão. Ele caminhou na minha direção, não parando até que invadiu meu espaço pessoal. Eu ainda estava na entrada da suíte, e a porta estava a apenas um passo ou dois atrás de mim. O desejo de escapar era grande, mas me mantive no lugar.

𝐎 𝐉𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫,𝐑.𝐕Onde histórias criam vida. Descubra agora