RAPHAEL VEIGA
— Você está pronto para ir, seu velho decrépito?
João levou um tempo para levantar, seus ossos rangendo enquanto se erguia da cadeira na sala de jantar. Ele abanou o dedo ossudo para mim.
— Você vai ter muita sorte se chegar aos sessenta anos em uma forma tão boa quanto a minha.
— Sessenta? Com quem você está brincando? Suas manchas de idade são mais velhas do que isso.
João resmungou baixinho. Ele levantou uma caixa da mesa.
— Esta é a última das coisas de Marlene. Há um belo colar de cruz de ouro e algumas moedas velhas. Não tenho certeza se têm qualquer valor ou não. Todo o resto é praticamente papelada. Nós doamos tudo para a Casa phoenix, como você pediu. Eles ficaram bastante animados em pegar todas aquelas roupas. Mais da metade tinha etiquetas de marcas ainda. Você com
certeza a mimava.— Ela mereceu. — Peguei a caixa de João e dei adeus para nina e os enfermeiros do posto enquanto nós caminhamos para a porta da frente.
— Você ficaria surpreso com aquele lugar. Os pacientes não são crianças ou jovens. Mais de trinta por cento das pessoas que estão em reabilitação por causa do uso de drogas e álcool são mulheres com idade superior a cinquenta. — Ele balançou a cabeça.
— Nunca teria imaginado.
Eu não conhecia as estatísticas, mas sabia que Marlene iria querer que as coisas dela fossem para um lugar onde as pessoas estivessem tentando conseguir ajuda.
— Obrigado por cuidar disso para mim.
— Você vai levar a cruz para Yasmim?
— Eu vou enviar. Ela se mudou para o Rio de Janeiro ontem. Sua companheira de quarto da reabilitação comprou um lugar perto de um sítio ,e Yasmin precisava sair da cidade. O lugar onde ela estava vivendo tinha muita tentação para uma viciada em recuperação. Era mais fácil comprar drogas do que leite no bairro dela. Marlene deixou uma quantia razoável de dinheiro. Espero que ela comece uma nova vida.
Ele assentiu.
— Que bom. Marlene ficaria feliz com isso.
Nós apanhamos o neto de João e um de seus amigos no caminho para o Dia de Entrevistas. Os dois vestiam camisetas do time com meu nome e não calaram a boca na parte de trás do carro todo o caminho até o estádio. Seu
entusiasmo era contagiante.— Eles sempre são barulhentos? — Olhei para João.
Ele assentiu.
— O bom Deus faz as pessoas velhas ficarem surdas por uma razão.
Mesmo chegando ao Dia de Entrevistas quatro horas antes do início, o lugar estava cercado. Mais de dois mil membros da mídia de todo o mundo e quatro mil fãs eram esperados para participar do evento, que era o pontapé inicial extraoficial para a próxima semana da equipe. Se hoje fosse algo parecido com anos anteriores, a multidão no campo seria mais semelhante a um circo do que um evento. Fãs loucos vestidos como super-heróis, mulheres com corpos pintados, e perguntas muitas vezes sem sentido.
A liga tinha arranjado segurança extra e um manobrista, com uma área de estacionamento cercada para cada equipe. Eu me orientei pelas indicações para a entrada da minha equipe.
— Assim que entrarmos, vigie de perto esses dois. Os fãs podem ficar bastante agitados.
João sorriu.
— Tão mole por trás da aparência durona. Seus companheiros de equipe sabem quão covarde você realmente é?
— Cala a boca, linguado.
O manobrista saiu disparado com o meu carro, cantando pneu, e nós quatro caminhamos para a entrada através das barricadas de madeira da polícia. Ambos os lados estavam alinhados com os fãs que tinham, provavelmente, acampado a noite toda. Levantei João III sobre os ombros
e caminhei para a multidão alinhada em três filas para dar autógrafos. Um garoto de quatorze ou quinze anos tinha metade do corpo inclinado sobre a barricada de madeira. Peguei o seu primeiro, escrevendo meu nome, em seguida, passei o bloco e a caneta para o meu passageiro.— Você quer ambos os autógrafos, certo?
O garoto balançou a cabeça, mesmo que ele não tivesse ideia de quem era o menino que estava em meus ombros.
— Você assina também, peixinho.
— Eu não sei como escrever meu nome.
— Basta fingir, é o que eu faço. Rabisque muito.
João III equilibrou o bloco em cima da minha cabeça e fez o que eu lhe disse. A multidão estava entusiasmada. Nós autografamos por quinze minutos e, em seguida, fomos para dentro antes que eu fosse multado por estar atrasado para a reunião do pré-evento da equipe. Entreguei a João e aos garotos o crachá VIP para colocarem em volta de seus pescoços e os bilhetes de admissão de fã.
— De volta aqui às seis?
— Você que manda, chefe.
— Chefe? Agora você está falando como deve. — Eu sorri para João .— Gostei.
...
Quinze minutos antes de o evento começar, eu estava sozinho em um camarote de luxo acima do enxame de pessoas no chão da arena. Olhei para
fora através da janela de vidro e tomei um gole da minha garrafa de água. Os dois lados da arena estavam alinhados com cabines criadas para cada um dos
jogadores se sentar. Microfones pendiam dos fios acima do solo, e eu sabia por experiência própria que as multidões de repórteres logo estariam gritando
suas perguntas e empurrando ainda mais microfones na nossa cara. Esta semana era o ápice pelo que cada jogador trabalhou: chegar à mais uma final.No entanto, eu não me sentia com vontade de comemorar com o resto da equipe depois da nossa reunião.Em vez disso, desci para a primeira área privada que encontrei a fim de ter alguns minutos para olhar para ela. Fazia dez longos dias desde que eu tinha visto seu rosto, e eu gostaria de aproveitar o que pudesse ter. Agora eu sabia o que sentia um fã enquanto perseguia um jogador. Uma parte de mim ainda estava chateada com ela por dizer que não me amava. Mas uma grande parte minha não acreditava que era verdade. Seus olhos disseram algo diferente do que seus lábios mentirosos pronunciaram.
Depois que a minha raiva diminuiu, eu tinha repetido as últimas semanas mais e mais na minha cabeça. Uma garota ferida terminando com o cara antes que fosse machucada de novo. Isso não significava nada. A única coisa boa foi que sempre que eu estava exausto no treino, eu pensava no desprezível
Langley com a mão nas costas da minha garota, e de repente eu tinha uma nova explosão de energia. Energia cheia de raiva, mas dava certo no meu trabalho.Encontrá-la no meio da multidão de milhares de pessoas levou menos de um minuto. Engoli o último gole de água, seguindo-a com meus olhos. Ela estava usando um vestido preto, blazer vermelho ajustado e botas de salto alto de couro preto que iam até a bainha do vestido. Sexy pra caralho, mesmo que mal expusesse um pedacinho de pele.
De repente, ela parou de andar e olhou para cima, examinando a arena como se estivesse procurando algo. Quando seus olhos encontraram os meus, mesmo tão longe dela, tive todo o sinal que eu precisava. Esta merda não tinha terminado. E eu ia descobrir de uma vez por todas por que ela estava fingindo que tinha.
Continua...
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𝐎 𝐉𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫,𝐑.𝐕
FanfictionBruna Maddox , conhece o famoso jogador Raphael veiga no vestiário masculino. A partir daí, as coisas só pioram quando veiga começa a provocá-la em frente às câmeras. Quando ele decide que quer transar com ela, Bruna o rejeita, pois não sai com jog...