Capítulo 9

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CAPÍTULO 9

POV MARÍLIA

O local era simples, mas muito ajeitado, estava bem movimentado, porém encontramos uma mesa vazia no fundo. Fizemos nossos pedidos e falamos sobre coisas aleatórias até o garçom vir nos servir.

-Eu adoro torta de limão! -Maraisa exclamou assim que seu pedido chegou.

-Parece deliciosa, mas nada melhor do que macarons! -me referi as maravilhas que eu havia escolhido.

-Parece doce demais. -ela fez careta.

-E o seu parece azedo demais. -a imitei, o que tirou um riso da morena. -O que você acha, eu ainda pareço não ter te perdoado?

-Acho que eu estou mais do que perdoada, acertei?

-Acertou. -confirmei após tomar um gole do meu café. -Agora me diz uma coisa: técnicas para curar a ressaca de maneira rápida.

-E quem disse que eu fiquei de ressaca?

-Mentira a essas horas, Maraisa? -arqueei a sobrancelha.

-Tá bom, tá bom. -riu dando-se por vencida. -Minha técnica se chama Laura e é simples, ela acorda cedinho, chora e eu tenho que atendê-la.

-É uma boa técnica, mas felizmente eu não tenho essa oportunidade.

-Filhos dão trabalho, mas eles fazem tudo valer a pena, Marília. A Laura é tudo na minha vida. É difícil explicar, mas é como se eu não existisse mais sem ela. -o brilho em seus olhos ao falar da filha era incrível.

-Não sou mãe, mas sei que o que você fala é a mais pura verdade, pois vejo nos seus olhos.

-Mas chega de falar de mim, fale sobre você. Já é a terceira vez que conversamos direito e você nem ao menos me disse em que área da empresa trabalha.

-Bem, você certamente sabe que o Marco é dono da B&M, não sabe? Afinal, foi ele quem te colocou lá, né? -ela se remexeu desconfortável assim que ouviu o nome do homem e imediatamente me arrependi de tocar no assunto, pois eu tinha prometido pra ela que não falaria mais sobre aquilo.

-Sim, eu sei. E sim, foi ele quem me colocou lá. -murmurou de maneira cautelosa.

-Sabe também que ele tem um sócio?

-Não, disso eu não sabia.

-Enfim, eu sou a filha desse sócio e trabalho na gerência.

-Então você é basicamente a dona de tudo aquilo?

-Eu e mais quatro, os quatro filhos do Marco.

Maraisa permaneceu em silêncio após aquilo. Ela parecia pensativa e também parecia não saber mais o que dizer, então tentei continuar.

-Tio Marco e Tia Elaine são meus padrinhos.

-Você é filha única? -mudou de assunto repentinamente, ignorando o que eu havia dito.

-Sim, sou, mas apesar disso cresci ao lado dos filhos do tio Marco, tipo todos juntos, quase como irmãos. Nossas famílias são muito próximas, basicamente uma só. -expliquei e pude notar mais uma vez o seu desconforto. Ela ficava desconfortável sempre que ouvia falar sobre Marco e sua família. -Deve ser divertido ter um irmão de sangue, alguém pra você dividir suas alegrias e tristezas, pra ser seu companheiro, até pra brigar pelas coisas.

-E é mesmo. Eu não abriria mão da minha irmãzinha por nada nesse mundo.

-Achei o máximo vocês serem gêmeas! -exclamei.

-Eu amo ser gêmea! -ali constatei que além de ficar linda falando da filha, ela também ficava linda falando da irmã.



Luiza, Murilo e eu estávamos no meu apartamento jantando e jogando conversa fora como de costume. O assunto da vez era quantas bocas o Murilo havia beijado no dia da balada. Ele era assim, sempre estava a fim de alguém ou de mais de uma pessoa por vez.

Macarons - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora