Capítulo 57

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CAPÍTULO 57

POV MARAISA

Aquele dia na B&M foi extremamente caótico, porque assim que ficaram sabendo da notícia, Marília, Marco, Mário, César Filho e Arthur foram embora. Apenas pouquíssimas pessoas da diretoria e da presidência continuaram trabalhando. Maiara e eu nos desdobramos para deixar tudo organizado para os próximos dias, afinal, no dia seguinte, a empresa não funcionaria, pois entraria de luto.

Confesso que apesar da grande quantidade de serviço, não conseguia parar de pensar na Marília. Quando soube do que havia acontecido, a loira já não estava mais na empresa, então não a vi até o final do dia.

Saí da empresa um pouco mais tarde do que de costume e fui imediatamente para a casa da dona Ruth. Assim que cheguei, prestei minhas condolências a ela e ao marido.

Em seguida, Ruth me acompanhou até o quarto da Marília. Quando a vi, me senti muito mal. Ela estava com o rosto e os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Assim que nossos olhares se encontraram, corri para abraçá-la. Eu não tinha nada a dizer, pois não existiam palavras reconfortantes o suficiente naquele momento, então apenas a abracei forte por muito tempo, a protegi nos meus braços e torci para aquela dor se dissipar rapidamente.

-Marília, precisamos ir. -dona Ruth entrou no quarto após quase uma hora.

A loira, que estava com a cabeça deitada no meu colo, se levantou lentamente e assentiu. Me levantei junto, pois iria embora antes que elas saíssem de casa.

-Maraisa, querida, acho que não é uma boa ideia que você vá ao velório. Sabe, pelo Arthur e... -suas palavras eram cuidadosas, como se não quisesse me ofender.

-Sei disso, dona Ruth. Eu não tinha intenção alguma de ir.

-Mas, mãe... -Marília protestou com a voz chorosa.

A loira não completou o que ia dizer, mas eu sabia que ela queria a minha presença, sabia que ela precisava de mim.

-Maraisa pode ficar aqui em casa enquanto vamos. -dona Ruth tentou negociar com a filha. -Você fica, querida? -perguntou para mim.

-Mas que droga! -a loira ralhou como uma criança birrenta.

-Amor, eu vou estar aqui quando você voltar, tá bom? -segurei o seu rosto delicadamente e a olhei nos olhos.

Marília concordou, mesmo que a contragosto.


Fiquei sozinha naquela casa enorme, pensando em Marília, em Marco, em César Filho e nas crianças, pensei até em Arthur. Perder a mãe devia ser uma das piores dores do mundo e eu estava disposta a ajudar todos eles no que precisassem.

Marília e sua família voltaram apenas no início da madrugada e trouxeram consigo Sofia e Stela, que estavam destruídas. Eles só voltaram para descansar um pouco e para tentar fazer com que as meninas esfriassem a cabeça. Logo, na manhã seguinte, iriam para o sepultamento.

Dona Ruth e Seu Mário foram imediatamente dormir. Marília, as meninas e eu subimos até o quarto da loira e levamos um colchão extra até lá, pois as crianças não queriam dormir sozinhas de jeito nenhum. O silêncio entre nós era terrível.

Colocamos Sofia e Stela na cama e ficamos conversando com ambas por um tempo. Sofia se aninhou nos meus braços e fiquei um bom tempo tentando acalmá-la, Marília fez o mesmo com a Stela. Logo, ambas dormiram.

Apaguei a luz e vi Marília se aconchegar ao lado da Stela, ela estava tão cansada física e mentalmente que decidi não incomodá-la. Me deitei no colchão extra e também tentei dormir.

Macarons - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora