Macarons - Malila

Capítulo 30

CAPÍTULO 30

POV MARAISA

Marília e eu não tínhamos nada e eu havia dito à loira que não a amava mais e que estava com o Henrique, mas mesmo assim me sentia horrível e muito magoada por ter visto Marília beijando outra mulher. Será que ela não sentia mais nada por mim? Eu queria muito que ela fosse feliz, porém, pensar na possibilidade dela não me amar mais era muito doloroso.

Fiquei com uma certa raiva por conta da situação e foi com esse sentimento de raiva que aceitei vir para o Tocantins com o Henrique. Íamos visitar seus pais, pois eles queriam ver a Laura. Além disso, eu não deixaria minha filha viajar sem mim durante dias.

Dois dias após o Natal fomos, e no dia primeiro já estaríamos de volta, pois tínhamos que trabalhar e eu também tinha a minha festa de aniversário.

Por falar na festa, deixei todos os preparativos nas mãos da Maiara, afinal, ela era boa com essas coisas e eu confiava plenamente nela. A ruiva me disse que convidaria a Marília e, apesar de eu estar chateada, não encontrei uma desculpa para impedir minha irmã de fazer isso.

Essa era a terceira vez que eu via os pais do Henrique. A primeira foi quando eles ainda moravam aqui, bem quando nós começamos a ficar e a segunda vez foi quando a Laura nasceu e eles foram visitá-la.

Eles eram pais legais e avós amorosos e sempre me trataram muito bem. Inclusive, dessa vez, senti uma certa parceria deles com o filho para que nós voltássemos.

No dia 31, durante o almoço, eles me compraram um bolo e cantamos parabéns. Sua mãe fez alguns docinhos e o Henrique me deu um presente. Após isso, seguimos com os preparativos da ceia de réveillon.

Já era dia primeiro e havia passado da meia noite. Confesso que a virada não havia sido das melhores, pois os parentes do Henrique haviam ido embora cedo e seus pais também já tinham ido dormir. Além disso, Laura estava doente e extremamente irritada, dando tanto trabalho que eu nem ao menos tinha conseguido me arrumar direito. Naquela noite, Henrique e eu nos desdobramos para atender a bebê e não tínhamos tido tempo nem de comer.

Após a Laura e os pais do Henrique dormirem, voltamos pra cozinha e comemos tudo o que tínhamos direito. Bebemos champanhe e conversamos descontraidamente.

Em seguida, fui até a varanda e liguei para a minha mãe, desejei feliz ano novo e desliguei. Imediatamente, vi Henrique se aproximar, ele me abraçou por trás e beijou minha bochecha.

-Feliz ano novo! -disse. -Que esse novo ano seja melhor, pra nós dois!

-Vai ser. -assenti e me afastei um pouco. -Apesar de não ter começado muito bem. -me virei de frente para ele.

-Laura?

-É, começar o ano com a minha filha doente não era o que eu queria.

-Tem razão. Começar o ano passando fome também não foi legal. -ele riu. -Mas já resolvemos isso.

-E começar o ano nesse estado, sem nem me arrumar, também não foi o que planejei. -apontei pra mim mesma. -Infelizmente isso eu não consegui resolver.

-E desde quando você precisa se arrumar pra ficar bonita? Você já é bonita, Maraisa! -aproximou seu rosto do meu.

-Henrique, não... -o empurrei levemente.

-Por que não? Por que você não aceita logo que podemos ser uma família? Era o que você queria desde sempre.

-As coisas mudaram. -abaixei a cabeça.

-Maraisa, você e a Marília não vão dar certo! Não adianta tentar insistir nisso, pois só vai te fazer mal!

Senti meus olhos queimarem diante do que ele havia dito. Não queria chorar na frente dele, mas já estava a ponto de fazer isso.