Capítulo 67

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CAPÍTULO 67

POV MARAISA

Cheguei no apartamento da Marília por volta das quatro da tarde. A loira, assim que abriu a porta, segurou meu rosto e me beijou intensamente.

-Caramba! Isso tudo é saudade? -sorri após me afastar minimamente.

-Muita!

-Bem que a sua mãe me disse que você basicamente expulsou ela daqui.

-Queria ficar a sós com você. -me puxou pela cintura e me beijou outra vez.

Assim que meu corpo se chocou contra o seu, senti minhas costelas doerem pelo impacto, mas aguentei calada.

-Vai com calma! -pedi.

-Já disse que tô com saudade. -me puxou para dentro do apartamento e fechou a porta atrás de nós.

-Você tá há, literalmente, só um dia sem me ver.

-Saudade de te beijar, ué. A gente precisa recuperar o tempo perdido.

Marília segurou meu rosto novamente e me beijou.

Eu também estava com saudades, mas a loira parecia muito afobada e a sua afobação poderia me machucar, e aí sim eu teria que contar para ela o que estava acontecendo.

-Vamos recuperar o tempo perdido com calma, tá bom? Você ainda está com o rosto machucado e eu não quero te machucar mais. -em partes, aquilo era verdade, então usei aquela desculpa para benefício próprio.

-Pelo amor de Deus, pare de me tratar como uma inválida! Eu já tô bem.

-Ah, amor, vai dizer que não gosta dos meus beijinhos delicados e carinhosos? -dei selinhos suaves nos lábios da loira e me afastei.

-Gosto, mas prefiro os seus beijos mais caprichados.

Ela ia me puxar novamente, mas fui mais rápida e andei em direção a geladeira.

-Já comeu?

-Sim, mãe. -revirou os olhos.

-Odeio quando você me chama de mãe.

-Odeio quando você age como a minha mãe.

-Só te fiz uma pergunta, Marília, é proibido?

-Que seja. -deu de ombros. -Quais os planos pra hoje?

-Ficar aqui, deitadinhas, vendo um filminho. -respondi e percebi a loira fazer uma cara feia diante da minha resposta. -O que foi?

-Eu tinha planos mais quentes.

Nós não íamos transar. Primeiro, porque ela não podia ver aquela marca roxa no meu corpo. E segundo, porque qualquer toque mais pesado fazia minhas costelas doerem. Por isso, ignorei seu comentário e mudei de assunto.

-E o Bob, volta quando?

-Minha mãe vai buscar ele no hotelzinho mais tarde, mas o pestinha só vem pra cá amanhã.

-Está morrendo de saudades, né?

-Muito.

-Ele também deve estar, mil vezes mais.

Marília queria muito deitar e namorar, mas eu evitei a todo custo. Primeiro, com a desculpa de que a casa estava uma bagunça e que iria dar um jeito nisso. Depois, insisti em ajudar a loira a desfazer as malas do hospital.

Quando não encontrei mais nada para fazer, me deitei ao seu lado. Marília imediatamente se encostou em mim e eu agradeci aos céus por ela ter feito isso do lado contrário que estava machucado. Ficamos ali trocando carícias mais leves e delicadas, não por conta da loira, mas por mim, que a freava a cada toque a mais ou mais forte.

Macarons - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora