CAPÍTULO 65
POV MARAISA
O fato de voltar para a empresa e não ter tido tempo para ver as gravações da câmera quase me fez enlouquecer. Naquele fim de expediente, trabalhei como uma condenada, apesar da minha cabeça estar em outra coisa. Além disso, seria arriscado demais assistir as imagens em qualquer computador da empresa, por isso, cheguei a conclusão de que esperar seria o certo a se fazer.
Assim que sai da B&M, fui novamente direto para o hospital. Encontrei Dona Ruth no corredor mais uma vez, ela parecia cansada e me abraçou forte assim que me viu.
-Oi, querida!
-Oi!
-Você pretende ir embora logo?
-Não muito, mas hoje não vou poder dormir aqui. Laura anda meio manhosa e a minha mãe disse que ela chorou ontem porque eu não dormi em casa.
-Pobrezinha. -fez uma pausa. -Será que você pode ficar para que eu vá até o apartamento da Marília pegar algumas coisas para ela?
Imediatamente, tive uma ideia.
-Quer que eu vá? -torci para sua resposta ser positiva. -E depois fico aqui para a senhora ir para casa tomar um banho e descansar um pouco.
-Não é uma ideia ruim. Estou tão cansada que ir até o apartamento e voltar me custaria bastante. -ponderou. -Você vai então?
-Claro. A senhora só precisa me dizer o que pegar.
-Está bem.
Dona Ruth me orientou sobre tudo o que eu tinha que trazer, me deu as chaves e ligou na portaria para autorizar a minha entrada.
Peguei um táxi e cheguei no apartamento em vinte minutos. Tudo estava bem parecido com a última vez que estive lá, a única coisa diferente era que o Bob não estava, ele estava hospedado em um hotelzinho e provavelmente ficaria lá por um bom tempo.
Fui até o quarto da Marília e peguei tudo o que Dona Ruth pediu, inclusive uma camisola limpa para a loira. Cheirei a peça, eu estava com tanta saudade dela e de tudo que a envolvia. Coloquei tudo em uma mochila e deixei em cima da mesa da sala de jantar.
Em seguida, fui até o escritório e peguei o que estava precisando: seu notebook. Seria bem mais fácil vasculhar as gravações em um notebook ou computador e, infelizmente, eu não tinha nenhum dos dois.
Voltei para o hospital e fiquei cerca de quatro horas com a Marília. Ela estava melhor, mas ainda parecia um pouco abatida. Conversamos bastante sobre assuntos triviais, eu estava tentando deixar o clima mais leve e fazê-la sorrir. Quando disse que iria embora, a loira mais uma vez pediu para que eu ficasse, mas não pude, precisava ficar com a Laura também.
Já na minha casa, após realizar algumas tarefas, brinquei um pouco com a minha bebê e a fiz dormir. Peguei o notebook da Marília e sai do quarto para não acordar nem a Laura e nem a Maiara.
Passei um bom tempo analisando detalhe por detalhe das gravações. Em certo momento, encontrei o que estava procurando. Na tela, marcava oito e dezesseis da manhã. A rua estava deserta por conta da chuva, exceto por um carro preto parado em frente a confeitaria. Um cara desconhecido saiu do veículo, caminhou sorrateiramente até o meu carro e ficou um bom tempo por ali, ele trazia em uma das mãos uma espécie de ferramenta que não pude identificar. Em seguida, se enfiou embaixo do veículo e ficou lá por um tempo. Quando levantou, voltou para o carro preto e deu partida no automóvel imediatamente.
Repassei a imagem milhares de vezes e comecei a suar frio. Eu conhecia aquele andar, conhecia aquele homem, mas de onde? Aquela figura na tela não me era estranha, mas quem era ele? Tentei forçar a minha memória de todas as maneiras, porém, de nada adiantou. Além disso, a qualidade da imagem não era das melhores e não me ajudaria muito.
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Macarons - Malila
FanficDe um dia para o outro, a vida de Marília muda completamente quando ela vê o seu padrinho ao lado de uma mulher misteriosa. No mesmo instante, apenas uma coisa passa pela sua cabeça e ela se vê decidida a descobrir quem é aquela morena que futuramen...