Capítulo 59

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CAPÍTULO 59

POV MARAISA

Há alguns dias eu estava enrolando para resolver essa situação e a Marília vinha me pressionando bastante sobre o assunto. A loira já havia falado com os seus pais sobre o almoço entre as nossas famílias e Dona Ruth estava animadíssima, tentando resolver tudo antes mesmo da confirmação da minha mãe. Marília decidiu que o almoço seria na casa da sua mãe, já que o seu apartamento era pequeno para a ocasião.

Em uma noite, cheguei de mansinho perto da minha mãe, estava decidida a falar. Me sentei do seu lado e fiquei uns bons minutos enrolando, até que ela sacou que alguma coisa estava acontecendo.

-Fala.

-O que? -me fiz de desentendida.

-O que você tem pra me dizer.

-Como sabe que eu quero falar alguma coisa?

-Eu te conheço, garota.

-Ahn... você me ama? -fazer charme seria a minha primeira tentativa.

-Depende do que você vai me pedir. -brincou. -Pode falar, filha.

Respirei fundo e comecei.

-Mãe, você sabe o quanto a Marília é importante pra mim, não sabe? -ela assentiu e eu continuei. -Quando digo que um dia quero me casar com ela, falo sério.

-Sei disso, Maraisa.

-Mas mãe, como pode dar certo se não existe o mínimo de convivência entre as nossas famílias?

-Onde você tá querendo chegar?

-Marília e eu queríamos que você conhecesse os pais dela.

-E como seria isso? -estreitou os olhos.

-Em um almoço na casa da Dona Ruth.

-Os pais dela já sabem?

-Já sim. Inclusive, Dona Ruth está muito animada pra te conhecer. -disse. -Olha, sei que toda aquela situação do passado é complicada, sei que existem assuntos intocáveis, mas Marília e eu não temos culpa de nada.

-Quem mais vai? -ignorou meu comentário anterior.

-Isso também é um problema. -fiz uma pausa. -Queria que o meu pai fosse.

Ela não disse nada, apenas ficou me olhando, esperando eu prosseguir.

-Mãe, eu sei que é difícil ficar perto dele e você me deixou isso bem claro durante a vida toda, mas é importante pra mim e é importante para Marília. Será que a senhora pode fazer um esforço?

-Maraisa... -suspirou pesadamente. -Já cometi muitos erros, fiz escolhas erradas que atingiram você e a sua irmã e não pretendo continuar nisso. Sei que estou em falta com você, sei que te devo muito e...

-A senhora não me deve nada. -a interrompi. -A senhora fez o que era possível, fez o seu melhor e eu sou grata por absolutamente tudo.

Ela permaneceu mais um tempo em silêncio antes de continuar.

-Eu vou.

-Vai? -perguntei extremamente surpresa.

-Sim, vou. E não me importo com a presença do seu pai e nem com toda a situação. Vou estar lá por você e pela Marília.

-É sério? -sorri.

-Sim, filha.

-Obrigada, mãe, obrigada mesmo! -a abracei. -Vai ser incrível e muito significativo!

Macarons - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora