Capítulo 63

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CAPÍTULO 63

POV MARAISA

Era a terceira vez que eu tentava ligar para Marília e nada dela me atender. A loira devia chegar em, no máximo, trinta minutos, mas já haviam se passado cinquenta. Confesso que estava preocupada e levemente angustiada. Logo, me forcei a raciocinar e me convencer de que ela estava demorando apenas por conta do trânsito.

Senti meu celular vibrar no bolso e imediatamente atendi, torcendo para ser ela, mas não era, era a Maiara e a ruiva parecia brava.

-Alô?

-Vocês já estão chegando?

-Não. Marília nem apareceu ainda.

-Como não?

-Há quanto tempo ela saiu daí? -perguntei.

-Sei lá, faz uns cinquenta minutos mais ou menos.

Silêncio.

-Metade, ela não atende. -murmurei aflita.

-Deve ser o trânsito. -mas alguma coisa dentro de mim sabia que não era. -Você precisa dar um jeito de vir. Vou tentar ligar para a Marília e ver onde ela está. Mas você não pode ficar parada aí, pois a reunião começa em breve.

-Irmã?

-O que?

-Eu não quero ir. -não queria voltar para empresa, não sem a Marília.

Além disso, alguma coisa me dizia que se eu voltasse para a B&M, seria ruim.

-Tá maluca? Ou você traz esses contratos e documentos ou o pai acaba com a sua raça, Maraisa! Pega um Uber, um táxi, um ônibus ou um jato, mas vem, vem agora!

-Tá bom. -assenti ainda contrariada.

A chuva havia diminuído um pouco, então comecei a andar pelas ruas atrás de um ponto de ônibus. Apesar de estar sendo difícil de encontrar um carro de aplicativo, não tentei novamente, pois eu queria andar um pouco e olhar ao redor para ver se via algum sinal da Marília pelo caminho, algo que obviamente não aconteceu.

Após caminhar, consegui entrar no transporte público. Apesar do mau tempo, não havia trânsito, o que me deixou ainda mais aflita. Marília não havia desaparecido por causa do trânsito.

Tentei ligar para a loira mais vezes e, quando não obtive sucesso, liguei para a empresa, sua secretária me confirmou que ela não estava lá. Então, liguei para Dona Ruth, que também não me atendeu. Toda aquela situação me fez derramar algumas lágrimas silenciosas durante o trajeto.

Cheguei na empresa um pouco atrasada. O clima parecia tenso, tentei ignorar e caminhei em passos apressados até a sala de reuniões, mas para a minha surpresa, ela estava vazia. Engoli em seco e segui, tentando não dar importância aos sinais de que havia algo de errado.

Procurei a Marília na sua sala e não a encontrei. Minutos depois, voltei para a sala do meu pai e, para a minha surpresa, ele e a Maiara estavam lá. Observei ambos, seus semblantes eram sérios e nada bons.

-Filha, nós precisamos conversar.

-Eu não posso, eu não sei onde a Marília está. -minha voz denunciava todo o meu desespero.

-Vem. -ele me guiou até um sofá próximo dali e fez eu me sentar.

-O que aconteceu?

-Ruth me ligou agorinha.

O observei atentamente. Meu coração batia tão depressa que parecia que ia sair pela boca.

-A Marília sofreu um acidente de carro.

Macarons - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora