Macarons - Malila

Capítulo 55

CAPÍTULO 55

POV MARAISA

Vi o carro da Marília estacionado na calçada de casa e logo avistei a loira um pouco mais a frente. Hoje seria o dia em que eu iria conversar com a Elaine. Confesso que estava bem nervosa, com medo do que poderia acontecer e do que ela me diria. 

Sei que já havia passado muito tempo, mas eu ainda guardava uma certa mágoa. Eu tinha muita vontade de me libertar desse sentimento ruim, mas não sei se estava pronta para conversar com aquela mulher frente a frente.

Soltei a mão da Laura, que assim que viu a Marília, correu para seus braços com uma alegria imensa. A loira pegou a pequena e lhe deu um beijo, ambas com sorrisos nos rostos. Aquela cena era um verdadeiro espetáculo para mim, eu amava vê-las interagindo.

Também avistei minha mãe no portão. Ela chamou a Laura, que saiu dos braços da Marília e correu para a avó. Logo, ambas entraram em casa.

Deixei a cena de lado e voltei minha atenção novamente para Marília. Andei mais depressa em sua direção e inclinei meu rosto para beijá-la, mas ela rapidamente se afastou.

-O que foi?

-Tô brava com você. -virou o rosto e fez um bico adorável.

-O que foi que eu fiz? 

-Aceitou ser a assistente do seu pai e a minha não.

-Ah, amor... -passei os braços em volta do seu pescoço. -Já conversei com você sobre isso.

-Você não me deu uma explicação convincente.

-Eu tenho medo, Marília. -confessei. 

-Do que?

-De fazer alguma coisa errada e acabar te atrapalhando. Não quero passar por esse tipo de situação com você, pois vai ser constrangedor, entende?

-Na verdade, não entendo, mas respeito sua decisão. Estava só te enchendo o saco. 

-Agora posso te beijar? 

-Deve. -sorriu.

Estávamos paradas no meio da sala da casa de Elaine, a casa onde tudo havia começado. Era a terceira vez que eu entrava naquela casa e a sensação era a mesma, eu estava tão tensa.

A governanta disse que Elaine já estava vindo. E quando a vi, pude perceber em seu semblante e em seu corpo frágil que sua condição realmente não era das melhores. Assim que nossos olhares se encontraram, senti uma leve sensação de pânico, mas me mantive firme. Marília provavelmente percebeu alguma mudança em mim, pois segurou minha mão imediatamente.

-Oi, Lila! -beijou a loira.

-Oi!

-Maraisa. -me cumprimentou com um aceno de cabeça e eu fiz o mesmo.

-Tia, não acha melhor conversar deitada na sua cama? Não quero que se esforce. 

-Está tudo bem, meu amor. Não se preocupe.

Elaine nos guiou até uma parte reservada da sala de estar e nos sentamos em poltronas de frente para ela. A mulher ofereceu bebidas e até comida, mas negamos. Eu estava muito nervosa pra comer ou beber alguma coisa.

-Maraisa, sei o quanto deve estar sendo difícil pra você estar aqui, mas agradeço muito que tenha vindo.

Apenas assenti e esperei que ela continuasse.

-Não pretendo tomar muito o seu tempo, pois sei que tem uma filha para cuidar e deve estar sempre muito ocupada.

Elaine fez uma pausa grande e pareceu refletir como iria começar aquela conversa.