Capítulo 18

1.3K 108 44
                                    

CAPÍTULO 18

POV MARAISA

Já era a terceira vez só nessa semana que eu ia até a sala da Marília. Eu sabia que era extremamente arriscado, mas nenhuma de nós duas tinha vergonha na cara. Bom, na real, estávamos trabalhando muito e morrendo de saudades sempre. Seria mais fácil e menos arriscado a loira ir até a cafeteria me ver, mas há cerca de uma semana, ela tinha torcido o tornozelo enquanto jogava vôlei. Então, devido a sua locomoção limitada, lá estava eu indo até a sua sala mais uma vez.

-Trouxe macarons! -sacudi a embalagem do doce no ar enquanto entrava no ambiente.

Sempre que eu ia, levava alguma coisa de comer e alegava para sua assistente que a loira havia feito o pedido na cafeteria via telefone e eu só estava indo entregar. Tudo isso para justificar minha presença ali e tentar enganar as pessoas.

-É por isso que eu te adoro! -sorriu abertamente enquanto pegava a embalagem das minhas mãos.

-Um mimo especial pra minha doentinha. -abracei sua cintura.

-Tornozelo torcido pode ser considerado uma doença, eu concordo. -seus lábios beijaram os meus rapidamente. -Você sempre acerta o que vai me deixar bem, é impressionante!

-E teve algum dia em que macarons não te deixaram bem? -arqueei a sobrancelha.

-Tem razão, esse dia nunca existiu. Vamos dividir então! -se afastou para abrir a caixa.

-Eu não quero. -neguei.

-Tá doida? -ela me olhou de modo divertido. -Você tinha me dito que havia amado e que estava se tornando um dos seus doces favoritos.

-É que eu tô querendo manter o corpinho. Não posso me descuidar, afinal, tenho concorrência.

-Eu já dei uma olhada e te garanto que você não precisa melhorar em nada. -me observou com malícia. -Mas que história é essa de concorrência?

-Pensa que eu não vi como o cara da portaria te olhou ontem?

-Vai me dizer que tá com ciúmes?

-Um pouco. -fiz um bico manhoso que arrancou uma gargalhada da loira. -Não ri! -me afastei e cruzei os braços.

-Maraisa, pra você não existe concorrência.

-Tá falando sério? -perguntei ainda fingindo estar emburrada.

-Nunca falei tão sério em toda a minha vida. Vem cá! -ela me puxou outra vez e segurou meu rosto para em seguida me beijar.

Ficamos mais alguns minutos trocando carinhos e conversando, até que eu decidi ir embora, pois precisava voltar ao trabalho. A loira tentou fazer com que eu ficasse mais um pouco, mas permaneci firme na minha decisão.

Marília me acompanhou até a porta e, quando a abriu pra me dar passagem, demos de cara com o Marco. Senti meu sangue se esvair do meu rosto e juro que travei. Ficamos os três nos encarando por um bom tempo até a loira quebrar aquele silêncio terrível.

-Obrigada, Maraisa. Com esse pé machucado fica difícil ir buscar alguma coisa pra comer.

Demorei um tempo para reagir, mas finalmente consegui dizer algo antes de sair dali correndo.

-Não tem de quê, Senhorita Mendonça.

Óbvio que um tempo após o episódio, meu pai me ligou e me pediu uma explicação, eu disse o óbvio, que havia ido levar comida para Marília porque ela estava machucada. Ele chamou a minha atenção por isso e pareceu não acreditar, mas mantive minha história.

Macarons - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora