Capítulo 50

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CAPÍTULO 50

POV MARÍLIA

Assim que chegamos no meu apartamento, Maraisa começou a organizar suas coisas e as da filha para o dia seguinte. Enquanto isso, Laura foi até sua mochila e tirou de lá uma folha de papel amassada. Ela caminhou em minha direção e me entregou a folha.

-Fiz de pesente de aniversálio pá você! -exclamou.

Sorri extremamente feliz por causa do gesto, eu não estava esperando aquilo de jeito nenhum.

-Sou eu, você e a mamãe. -explicou apontando para cada pessoa desenhada.

-Eu adorei! Obrigada! -a chamei para um abraço apertado.

Aquela era uma das melhores sensações que eu já havia sentido. Laura era um pedaço da Maraisa, Maraisa a amava mais do que tudo no mundo, e saber que a pequena gostava de mim era impagável.

Ter Maraisa e agora a Laura na minha casa estava sendo mais divertido do que havia imaginado. Eu já conhecia a bebê, ela era muito inteligente e doce, mas não conhecia o seu lado divertido, espertinha e faladeira, a garota falava pelos cotovelos, inclusive comigo.

Um dia, no café da manhã, decidi contar a Maraisa uma ideia que estava rondando minha cabeça há um tempinho.

-Eu tava pensando em chamar os meus pais para almoçar aqui no domingo, o que você acha? Minha mãe tá com saudade de você.

-Acho ótimo! -sorriu. -Eu também tô com saudade dela.

-Então combinado! Vou ligar para eles hoje mesmo!

-Qual o prato favorito da Dona Ruth? Tô prometendo cozinhar para ela faz tempo.

-Tem certeza? Pensei em pedir comida num restaurante italiano maravilhoso.

-Certeza absoluta! Eu cozinho! -se levantou e começou a recolher os utensílios da mesa. -Agora vamos indo porque já estamos atrasadas.

Naquele mesmo dia à noite, Maraisa pegou a agenda da creche da Laura para dar uma olhada, ela fazia isso todos os dias, pois sempre queria ver como a filha havia passado a tarde. Porém, dessa vez, havia um recado de emergência dizendo que no dia seguinte não teria aula. Obviamente, Maraisa surtou, pois não tinha com quem deixar a menina. E eu, prontamente, me ofereci para ficar com a Laura, ia ser divertido.

E realmente foi, levei a pequena num parque de diversões. Andamos no carrossel, na roda gigante, ganhei outro ursinho pra ela e comprei sorvete e algodão doce.

Depois, fomos almoçar "comida de verdade", como Maraisa sempre dizia. Enquanto a pequena comia seu purê de batatas e seu filé de frango, eu bebia meu suco de laranja e comia um medalhão de carne com arroz. Em certo momento, Laura parou de comer instantaneamente e me olhou séria.

-O que foi? -perguntei em alerta.

-Você é a namolada da mamãe?

Eu definitivamente não estava preparada para aquela pergunta, por isso, demorei cerca de dez segundos para conseguir reagir.

-Ahn... sou.

-E você gosta dela?

-Muito.

A pequena pareceu refletir e voltou a comer seu purê de batatas.

-Ela também gosta de você. -por fim, disse.

-E o que você acha de sermos namoradas? -ok, tive um pouco de receio do que ela iria responder, mas me mantive firme.

-Legal. -disse simples e deu de ombros.

Suspirei aliviada.

Durante a semana, tive bons momentos com a Laura, nos tornamos bem próximas e cúmplices em algumas situações. Modéstia a parte, ela gostava de mim, pois eu fazia absolutamente tudo que a pequena queria e tudo para agradá-la. Como quando a pequena não queria comer brócolis e disse que só comeria se eu comesse, o problema era que eu detestava brócolis, mas fiz esse esforço para incentivar a bebê.

Macarons - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora