Capítulo 25

751 87 10
                                    

CAPÍTULO 25

POV MARÍLIA

Nos dias seguintes, Marco e eu tentamos contato com a Maraisa, mas não obtivemos sucesso. Ela provavelmente havia nos bloqueado e estava fazendo o que me disse que ia fazer: nos excluir da sua vida.

Ela não apareceu mais para trabalhar. E certo dia, a moça do RH me disse que ela havia ido até lá e assinado sua demissão. Nem Marco e nem eu a vimos.

Pensei em ir até a sua casa diversas vezes, mas eu tinha tanto medo de ser rejeitada, afinal, ser rejeitada por ligações não atendidas já era suficiente.

Aos poucos, Marco foi esquecendo esse assunto. Ele me disse que quando Maraisa estava magoada e decidida a algo, não adiantava forçar uma aproximação. Ele se separou da Elaine imediatamente e mudou de casa, sua relação com os filhos mais velhos estava abalada e se resumia apenas a conversas profissionais. Por outro lado, me aproximei mais dele, afinal, dividiamos a mesma dor, compartilhávamos a mesma situação e sentíamos falta da mesma pessoa.

No primeiro mês, além de tentar contato as vezes, sofri muito, adormecia e acordava pensando dela todas as noites e todas as manhãs. No segundo mês, minha dor se transformou em raiva, eu odiava a Maraisa com todas as minhas forças, odiava o fato dela ter me deixado e odiava o fato dela não se importar com os meus sentimentos. No terceiro mês, a dor não havia diminuído, mas me deixava viver, eu vivia com aquele fantasma me perseguindo. Eu ainda a amava e sentia sua falta. Não me sentia mais acuada e nem com raiva, e decidi que iria tentar me aproximar da Maraisa outra vez, eu iria tentar de novo, pois ainda não estava pronta pra desistir dela.

Já era início de dezembro, Marco e eu estávamos conversando sobre um novo contrato da empresa. Infelizmente, minha mente às vezes divagava e eu voltava a pensar em Maraisa, era inevitável. Havia dias em que eu estava melhor, em outros estava pior, e hoje a segunda opção me pegava de modo certeiro.

-Você tem falado com ela? -perguntei, interrompendo Marco que falava alguma coisa sobre um advogado conhecido da empresa.

-O que? -me olhou confuso.

-Desculpe, eu... -tentei disfarçar.

-Maraisa, né? -assenti frustrada. -Eu tentei ligar semana passada, mas ela não me atendeu. Algumas horas depois, mandou uma mensagem dizendo que estava bem. E é só assim que ela tem falado comigo desde então, por mensagens curtas e superficiais.

-Já é alguma coisa. -resmunguei mais pra mim mesma do que pra ele.

-Vocês nunca mais se falaram?

-Não. No começo, eu ligava todos os dias, pensei até em ir lá, mas ela não iria me atender.

-Sinto muito por você estar pagando por um erro que eu cometi. -fez uma pausa. -Você ainda gosta dela, né?

Assenti levemente.

-E por que não continua insistindo?

-Eu não sei, acho que tenho um pouco de medo. Confesso que queria, não estou pronta pra desistir dela, mas a rejeição é horrível... E se ela já tiver seguido em frente? -aquela simples possibilidade me deixava mal.

-Você não pode pensar assim. -fez uma pausa. -Tenho uma ideia!

-Qual?

-Vamos procurar a Maiara.

-A Maiara? Por que? Ela não vai querer te ver nem pintado de ouro, nunca quis.

-Eu não, mas vai querer ver você.

-Não sei não...

-Vocês eram amigas, não eram?

-Sim, nos dávamos bem, mas talvez por conta da Maraisa e só.

Macarons - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora