Capítulo XVII • Pacote

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[ 11:30 A.M. ]
| Ainda naquele quarto desconhecido |

Será possível? Será que realmente é ela? Aquela senhora que eu ajudei tempos atrás?
Mas... o que ela está fazendo aqui? Comigo? Me mantendo em sua casa?

Senhora: como está? Com alguma náusea, febre, dor muscular...? ― questiona-me, demonstrando, além de preocupação, entendimento.

Será que ela é uma enfermeira particular, ou algo parecido?

Key: e-eu... Estou bem, na medida do possível. ― afirmo, reparando discretamente na fisionomia daquela senhora, a fim de reconhecê-la. ― é-é... Eu...-

Senhora: tem fome? ― deixa sobre minha cama uma bandeja, repleta do café da manhã mais farto que já vi. ― tinha todos os ingredientes aqui, então decidi preparar tudo o que sabia. Espero que goste de algo, pelo menos. Você precisa se alimentar, querida.

Antes que pudesse interferir na conversa e questioná-la sobre TUDO o que afligia minha mente de curiosidade e confusão, a senhora/enfermeira me interrompeu, dando-me rapidamente, mas com todo o cuidado, uma taça de frutas picadas.

Logo de cara, minha boca salivou, já que aquela taça estava com uma visão bastante deliciosa e tentadora. Parecia até que implorava para ser consumida e degustada por minha pessoa.

Entretanto, não podia me distrair agora.

Essa senhora, embora eu sinta e até acredite que já a conheça, ainda me é um segredo e eu tenho que desvendá-lo. O quanto antes, aliás. Sinto que há muito mais por trás de uma simples estadia aqui em sua casa.

Key: e-espere um pouco. Senhora? ― a impeço de deixar o cômodo, um tanto quanto ansiosa por respostas. ― e-eu... eu conheço você, não é? Aquele dia. Naquela noite. A frente do meu prédio. E-eu te ajudei, não foi?

Uma expressão, que me pareceu de confusão, tomou a face levemente enrugada daquela senhora. Talvez eu esteja imaginando coisas. Talvez ela seja até minha parente, ou algo do tipo, e eu estou aqui, parecendo uma maluca. Ela deve estar me achando maluca agora.

Oh, meu Deus!
Por que eu preciso passar por isso?

Key: argh... Foi mal. ― experimento um pedaço de morango, tentando não parecer tão idiota. ― sinto muito. Acho que estou deixando a senhora confusa. Certeza que bati com a cabeça e...-

Senhora: venha comigo. ― eu elevo o meu olhar até o dela, vendo-a sinalizar para fora do quarto. ― não tenha medo. Eu estou do seu lado. Me acompanhe, sim?

"Eu estou do seu lado"?
O que eu deveria recordar com isto? Ah, p*rra! 'Tá tudo confuso!

Pelos instantes seguintes, segui aquela senhora por vários corredores daquela casa. Ou melhor, daquele casarão vitoriano magnífico.

Ainda estava com aquela taça de frutas deliciosas em mãos, experimentando uma a uma, enquanto a senhora digitava um código em uma porta, a qual não combinava nem um pouco com o aspecto vintage desse casarão.

Isso já está estranho 'pra cacet*.

Senhora: não se preocupe. Não julgo sua curiosidade por querer me conhecer, e com certeza responderei suas perguntas, Socery. ― usa sua digital e, após um luz verde tomar conta da porta, ela se abriu. ― venha, por favor.

Sem muita escolha, a acompanhei para dentro. Quando a porta se fechou atrás de nós duas, luzes iluminaram todo o vasto recinto tecnológico. Haviam aparelhos digitais, aparelhos médicos especializados, computadores por todos os cantos, telas e telas, uma mesa em vidro digital e uma maca repleta da mais poderosa tecnologia logo ao meio da sala.

De Repente, Você. (O Reencontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora