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~ 05 de Março ~
~ Domingo ~Esses últimos dias, foram difíceis.
Quando acreditei fielmente que havia entrado em uma maré boa da minha vida, onde não há vilões querendo me ferrar por causa de uma individualidade; onde reencontrei minha família e estou, aos poucos, recordando dos nossos momentos juntos; onde, finalmente posso acordar em uma cama normal, seguir uma rotina normal e viver uma vida normal, como uma mulher normal, acontece um solavanco repentino e eu me vejo no fundo do poço mais uma vez.
Desde o que aconteceu no carro, logo na saída do almoço de domingo mais do que especial na casa dos meus pais, Bakugou não fala comigo. Não de uma maneira adequada.
As poucas palavras que trocamos, eu vejo como extremamente necessárias, já que vira e mexe estamos nos esbarrando nos corredores do apartamento. Fora isso, não há qualquer diálogo "paralelo".
Está mais do que visível que o magoei. Nunca que poderia imaginar que ele fosse se sentir mal por algo tão fútil quanto meias-palavras mal-entendidas, mas eu creio que o problema não esteja nele e, sim, em mim.
Talvez, a Liah que o amou de verdade fosse saber o que fazer para apaziguar seus nervos.
Talvez, a Liah do passado soubesse o que realmente é "fútil" e daria a devida importância ao que não é.
Talvez, a Liah que não tinha perdido a memória pudesse consertar as coisas e reconhecer que errou.A questão é: eu não sou essa Liah. Não mais.
[ 06:05 A.M. ]
| Em seu quarto |Um tremor percorre meus membros abaixo do edredom antes mesmo que o barulho da porta sendo empurrada com uma força desnecessária chegasse aos meus ouvidos.
É ele, penso encolhendo-me ainda mais em minha cama. De novo, mas tão cedo?
Não faço ideia de onde Katsuki retirou esse hábito matutino de vida saudável, mas isso ocorre todas as manhãs, desde aquele fatídico dia do "almoço de domingo com os Dias".
Antes mesmo que eu acorde, ele se apronta como se fosse correr e simplesmente deixa o AP, fechando a porta com uma força tão intensa que eu até cogitei a hipótese dela estar emperrada, mas sei que não está.
Ele fecha aquela maldita porta como se existisse algo do outro lado dela, que o impedisse de sair e fosse necessário uma iniciativa maior da parte dele. Eu sei que é isso.
Eu sempre acordo exatamente nesse instante e só o vejo realmente no meio do dia, logo depois do almoço, que eu me viro para fazer.
Como é o decorrer do dia? Uma merda. Falas pela metade. Iniciativas de paz pela metade. Raiva pela metade. Tudo pela metade.
E lá vamos nós de novo.
Embora fosse cedo para me levantar, não tenho mais estômago para continuar na cama e simplesmente me levanto.
Vou até o banheiro, ligo o chuveiro, retiro meu pijama e me posiciono abaixo da ducha. Apenas me posiciono ali, e nada mais. Deixo as gotas mornas de água deslizarem pelos meus cabelos, rosto, ombros, costas... Até todo o box se encontrar embaçado como nos filmes de terror, onde algum ser sobrenatural escreve frases mortais contra a protagonista; ou então, como nos filmes de romance, onde há um emaranhado de carícias, beijos e membros, se enroscando na excitação por trás do maldito box embaçado.
Repreendendo meu pensamento longínquo e totalmente inapropriado, desligo o chuveiro e deixo o box. Me seco e visto um roupão de tom bege claro, macio e felpudo. Poderia me vestir pelo menos com as roupas de baixo, mas estou muito exausta para isso agora.
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De Repente, Você. (O Reencontro)
Fanfic~> [ Concluída ] <~ Uma só decisão. Um só passo dado na direção contrária da ideal. Um só sentimento que falou mais alto. Pelo amor, se comete loucuras. E todos os mais lunáticos que amam podem afirmar isso. Pelo amor, se é capaz de arriscar a própr...