Capítulo XXV • Sobremesa

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[ 13:23 P.M. ]
| Na sala de jantar |

O cômodo era espaçoso, moderno e trabalhado em cores neutras.

Haviam janelas grandiosas e que proporcionavam uma vista estupenda de outra parte do jardim, do seu gramado absolutamente esverdeado, o céu azul de um começo de tarde iluminado e o muro, totalmente revestido por trepadeiras com folhas finas, como lâminas, e outras mais grossas, imitando o formato de um coração.

Se não fosse por todo o aspecto arborizado, tranquilo e ventilado da sala de jantar, poderia colocar a culpa nela pela minha falta de ar, mas está claro que isso é fruto de minha mentalidade f*dida e não pelo cômodo ser "pequeno" e ativar minha claustrofobia.

Eu estava assim, graças ao que aconteceria a partir de agora.

Agatha: Stella? ― sua voz se eleva entre a conversa interminável do Katsuki e do Edgar e eu, um tanto nervosa, levo o meu olhar da sobremesa para o seu. ― algum problema? Está tão quieta. É a sobremesa?

Antes que adquirisse a devida coragem de respondê-la, sem deixar minha ansiedade interna ser refletida na voz, senti pela segunda vez só nesse almoço a palma de uma das mãos do Katsuki encontrar minha coxa.

Precisei respirar fundo e exibir um sorriso meigo para não permitir que a excitação que sinto pelo toque firme e caloroso resplandecer em minha fisionomia. Apoio melhor do que esse não existe. Eu asseguro que não!

Liah: nã-não, Agatha. A sobremesa está ótima, uma delícia mesmo. ― ela sorri, agradecida pelo elogio.

A pele da minha coxa é massageada pelos dedos ávidos dele e eu me movimento discretamente na cadeira, tentando, de todas as maneiras, que meus pensamentos me levem a imaginar esses dedos em outros lugares.

Respira fundo, Liah. Respira fundo!

Levei parte daquela sobremesa à boca e a saboreei, torcendo para que minha mente se foque nisso e não naquilo.

Zaya: tia? ― se volta para a Agatha, que a respondeu com um "hum?" de boca cheia. ― eu posso assistir meu desenho na sala? Por favor! Deixa!

Agatha: pode, Zaya. Pode. ― Zaya deixa a sua cadeira e já corre com sua sobremesa para a sala. ― só não derrube creme no sofá e no carpete, ouviu?! Os limpei hoje cedo!

Zaya: 'TÁ BOM! ― os sons do desenho animado tomam conta de uma parte da casa e eu acabo rindo, assim como Agatha.

Agatha: essa menina não tem jeito. ― eu finjo estar com minha boca ocupada, respondendo ela com um sorriso sem jeito.

Edgar: é... ― pigarreia, mostrando que a conversa entre os dois havia se encerrado finalmente. ― Agatha, querida? ― chama a atenção da esposa e eu apenas olho para o Bakugou, vendo em seus olhos o fato: a hora é agora. ― bom... Bakugou?

Katsuki traz minha mão até a sua e entrelaça nossos dedos, com força, dando-me um imenso apoio para esse momento. Me endireitei na cadeira, retirei o guardanapo posto de forma desajeitada sobre minhas coxas e o coloquei na mesa, conseguindo olhar nos olhos dos que cuidaram de mim por tanto tempo, e que foram enganados sobre minha existência.

Nunca imaginei que seria difícil à esse ponto. Nunca...

Edgar: o que tem à nos dizer, afinal? ― declara, sorrindo como sempre.

Bakugou: bom, eu... ― aperto sua mão com mais força e ele retribui, como se pedisse para que eu ficasse calma. ― eu aceitei o convite do almoço de vocês não só porque se trata de um convite inegável, mas... também porque precisamos ter uma conversa séria sobre... algo sério.

De Repente, Você. (O Reencontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora