Capítulo XXXVII • Renúncia

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~ 01 de Abril ~
~ Sábado ~

[ Horário Indefinido ]
| Quarto de Liah |

Bakugou: Liah... ― sussurra contra minha orelha, em um tom um tanto quanto sério. ― eu vou ter que fazer uma coisa agora, okay? ― sela minha nuca, depositando uma carícia leve sobre meu ventre. ― e sinceramente... ― suspira, respirando contra meus cabelos soltos. ― não sei como vai acabar, meu amor.

Do que ele está falando?
Eu não estou entendendo nada.

Bakugou: quero que fique com seus pais, aqui e se proteja, falou? Não aja sem pensar. Por mim, minha vida. Por favor. ― afasta algumas mechas da minha bochecha e beija aquela área, com todo o carinho possível. ― eu te amo, sempre amei e sempre vou te amar, mulher.

Despertando do meu sono pesado, massageei meus olhos com os dedos e me virei na direção dele na cama, esperando uma explicação mais detalhada sobre cada palavra sua dita há pouco.

Liah: Bakugou...? ― bocejo e abro os olhos, mas não o encontro mais ali, ao meu lado na cama. ― Bakugou? ― apoio meus cotovelos no colchão e me elevo, vendo que ele não estava sequer no quarto. ― Bakugou?!

Não faço ideia do porquê me desesperei tanto, mesmo tendo ciência de que poderia ser apenas uma ronda típica, ou algo do tipo, embora não faça parte da rotina dele sair de madrugada. Independente de pensar assim, meu coração não desacelerava e eu continuava angustiada, sofrendo de antecipação por algo ainda desconhecido por mim.

Creio que tenha levantado rápido demais, ou o nervosismo havia alcançado um pico extremo, pois assim que me reergui e caminhei até o banheiro uma tontura me desestabilizou. Busquei apoio ao meu redor, mas apenas encontrei a cama, de altura muito inferior a minha. Acabei perdendo ainda mais o equilíbrio e caí sobre a beirada do colchão.

Liah: a-argh... ― respiro fundo e tento olhar meu redor, mas tudo girava como uma roleta de um programa de prêmios. ― que... merda...

Ao fundo, bem ao fundo graças a minha audição oca, escutei uma voz pronunciar meu nome com entusiasmo, logo após destrancar minha porta. Na sequência, já estava sendo pega pelo tronco, ouvindo perguntas preocupadas de alguém que ainda não conseguia reconhecer a voz.

Me apoiei na pia do banheiro e senti a mão delicada daquela pessoa molhando meu rosto com água gelada, para que tentasse me despertar e me ajudar com essa tontura. Entretanto, molhar meu rosto não foi a solução e, quando me dei por conta, já estava ajoelhada no tapete do banheiro, inclinada sobre a privada, vomitando tudo o que havia em meu estômago, embora ainda fosse de manhã e nem tivesse tomado café.

Madrasta: shhh... Calma, Liah. Calma... ― reconheço seu tom de voz sereno, mas acabo vomitando mais uma vez antes de me voltar à ela. ― isso sempre acontece com grávidas. Já se perguntou o porquê?

Ela me faz uma pergunta agora? Nessas condições? Sério?

Liah: i-isso é... ― tenho meus cabelos amarrados em um coque, feito especialmente pela Agatha. ― horrível, madrasta.

Madrasta: eu ima... ― o som nojento do meu vômito a interrompe, antes que pudesse terminar a fala. ― imagino, Liah.

Ela não imagina. Não faz sequer ideia. Só está dizendo isso para ser solidária com minha situação repugnante e ridícula.

Madrasta: argh. Seu pai. ― informa e eu a olho incrédula, mas me volto a privada, sentindo mais uma ânsia profunda me atingir. ― aqui, amor! Estamos no banheiro!

De Repente, Você. (O Reencontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora