Capítulo XL • Espaço Sideral

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• No Ano Seguinte •
~ 18 de Julho ~
~ Terça-feira ~

O tempo voa, não?

Como em um piscar de olhos, fui de uma vítima de relacionamento abusivo e integrante de uma Liga de vilões, para uma esposa do amor da minha vida, mãe de família e também mãe de um menino sapeca de quase oito meses ― que, infelizmente, não é filho do amor da minha vida.

Todas as noites antes de dormir eu paro e penso na reviravolta que minha vida teve. Penso em tudo que precisei passar para chegar até aqui, para chegar até um hoje que me sinto bem, feliz e realizada. Como mãe, esposa e mulher.
E isso é f*da 'pra cacet*.

[ 14:48 P.M. ]
| Casa de Liah e Bakugou. Musutafu, Japão |

Tudo poderia estar ótimo hoje. Se o "hoje" não fosse "O HOJE" da minha vida, da vida dessa família e da vida do meu filho de nem um ano de idade.

Acabara de encerrar uma ligação maravilhosa com meus pais e Zaya. Os quais, logo virão para cá, fazer-me uma visita e conhecer Liam, o novo membro da família, que foi resgatado de maus tratos pelos pais alcoólatras, usuários de drogas e traficantes ― uma história bem inventada pelo Katsuki e o advogado da sua família.

Estava marcando uma data, para um almoço com exatamente TODOS, incluindo meus sogros, algo em família realmente. Foi então que eu me lembrei.

Ou melhor, Katsuki me lembrou do horário. O horário do dia de hoje. O horário do dia em que Dabi baterá na nossa porta e virá até Liam, nosso filho.

Se eu disser que estou tranquila, estaria a mentindo. Afinal, não é todo dia que você volta a olhar na cara de um homem pelo qual você chegaria a matar, se fosse do seu desejo.

Não é todo dia que isso ocorre na casa do atual homem que você cometeria crime passional sem nem pensar duas vezes.

E não é todo dia que um pai aparece para conhecer o fruto de um relacionamento errôneo, sofrido e traumatizante, especialmente para a parte feminina da história.

Liah: ele já deveria ter chegado. ― comento, terminando as escadas até a sala de estar. ― essa demora 'tá me matando.

Bakugou: ei, relaxa. ― aproxima-se e me abraça, selando minha testa carinhosamente. ― eu 'tô contigo, p*rra, e aquele merda não merece tanta preocupação. Ainda mais a sua, mulher. ― eu acabo sorrindo, me aconchegando em seu abraço reconfortante.

Como eu sobreviveria sem essas palavras sinceras dele, hein?
Como, meu Deus?

Bakugou: e o pirralho? ― pergunta, arrepiando-me com seus beijos profundos sobre a pele do meu pescoço. ― 'tá quieto demais lá em cima, não acha?

Liah: você sabe como ele fica quando gosta dos brinquedos que dou, não sabe? ― Bakugou nem ao menos me responde, focado em terminar o que começou na minha pele. ― a-amor...

Antes que pudesse sequer aproveitar de maneira aceitável aquelas investidas excitantes, e que só o meu marido sabe fazer de forma impecável, o som do interfone ecoou por toda a sala, mostrando que já não estávamos mais a sós nesse perímetro de nossa casa.

Ele. É ele.

Bakugou: olha para mim. ― eu o olho, tendo minha testa selada pelos seus lábios. ― vamos fazer isso juntos, Liah. Juntos, ouviu? ― eu apenas concordo, já ansiosa com o segundo toque do interfone. ― argh... Que desgraçado impaciente.

De Repente, Você. (O Reencontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora