CAPÍTULO 27

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Dara

- Nem pensar - Kian veio para o meu lado.

- Para quê precisa do meu sangue? - Perguntei logo em seguida.

Verena olhou para Kian e depois para mim, bufando por fim.
- Não é da sua conta. Eu digo o preço e pronto. - Os olhos voltaram para Kian - E se não gostou, procure outra bruxa e vá se foder.

- Peça outra coisa - Kian insistiu entredentes.

- Você não manda aqui, Kian. - Verena se levantou e, talvez, eu não tenha notado antes, mas ela era poderosa. Sua energia era pura grandeza, e me fazia sentir minúscula.

- Chega - Coloquei minha mão no peito de Kian e ele me olhou - É só sangue. Eu tenho muito e não vai me fazer falta.

- Não sabemos para quê ela vai usar - Nathan estava ao nosso lado agora, olhando para mim como se eu estivesse cometendo um crime.

- Assim como o cristal. Não é problema nosso. E, se vier a ser, nós cuidamos disso. No momento, precisamos dessa informação.

- Péssima ideia - Nathan murmurou - não podemos confiar nela. Verena é...

- Nossa única opção, no momento - finalizei por ele.

Kian trincou os dentes, mas assentiu por fim. Encaramos Verena que sorria com doçura.
- Tão domesticados - ela se sentou novamente e apontou para o frasco. - Encha, Coração.

- Não tão rápido - caminhei até a mesa e espalmei as mãos sobre ela, encarando os olhos amarelos da bruxa - Vou encher o frasco, mas com uma condição: até que o frasco esteja cheio, Kian e Nathan vão fazer perguntas e você vai responder todas. Pegar ou largar.

Verena semicerrou os olhos, mas sorriu no fim.
- Gosto de você. Feito. - Ela pegou uma adaga da gaveta - mas quem vai cortar sou eu. Não vai encher isso de gota em gota.

Ofereci meu braço para ela e Verena fez um corte rápido e profundo; o líquido quente, viscoso e vermelho escorreu pela minha pele branca e começou a encher o frasco muito mais rápido do que eu imaginava.

- Onde e como encontrar os Serafins? - Kian me ajudou a manter o braço firme.

- No Templo das Seis Asas - Verena se sentou novamente e começou a limpar as unhas com a adaga - Fica oculto nas terras de Sorin e só pode ser encontrado por aqueles que podem se comunicar com os Serafins. Precisam encontrar um desses seres para que eles façam o contato por vocês.

- Quais seres? - Nathan rosnou. O frasco estava pela metade.

- Além dos Arcanjos, têm também os Guias. - Verena sorriu, esperando a pergunta.

Mas eu fui mais rápida.
- Eu sei o que são. Perguntem outra coisa. - O sorriso dela sumiu.

- Como matamos um arcanjo? - Kian passou a mão em torno da minha cintura quando vacilei um pouco.

- Com a arma de outro Arcanjo - Verena inclinou a cabeça para o lado.
Nathan xingou.

- Para que precisa do sangue de Dara? - Nathan indagou em seguida; o frasco quase cheio.

A bruxa revirou os olhos.
- Recebo vampiros, outras bruxas, todo mundo procura de tudo, gosto de ter sempre o que oferecer. E o sangue de uma recém caída é valioso nos lugares certos.

O frasco encheu e Kian já estava com um pano para estancar minha ferida.
- Essa última pergunta foi um desperdício, Nathan - Verena olhou para Kian - mas como estou curiosa, ofereço uma coisa: uma resposta por uma resposta, que tal?

Um Doce Sacrilégio | Corações Infernais | Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora