CAPÍTULO 37

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Kian

O Templo das Seis Asas era oculto para qualquer um proibido de ver ou entrar. Os Guias tiveram que revelar para que Nathan e eu pudéssemos passar, e nos explicaram que o templo mudaria de lugar depois que saíssemos. Fiquei me perguntando como Verena sabia que ele estava em Sorin.

— Verena não é confiável — Nathan respondeu quando eu o perguntei — Ela sabe de coisas e está sempre tramando.

Torci o nariz. Não me confortava saber que ela tinha nossa energia em um cristal e o sangue de Dara. Vai saber o que aquela vadia podia fazer com aquilo. De qualquer forma, evitei pensar a respeito e tentei me concentrar no que íamos fazer. Poupei toda energia que pude para que nada desse errado dessa vez. Os Guias nos lembraram que as chances de falarmos com os Serafins era mínima e que, provavelmente, os Arcanjos iriam interceptar o chamado. O que significava que Zadkiel podia ouvir. Parei diante da porta do templo e eles pararam comigo.

— Vamos entrar com cuidado — Olhei para Nathan — Fique atento.

— Pode deixar. 

Raven e Owl olhavam para o templo com atenção.
— Quando você entrar lá, anjo — Raven me olhou — a marca que coloquei em você vai sumir.

— Se aquele arcanjo já não estiver esperando — Owl bocejou — Ele vai surgir assim que a marca sumir. Esteja pronto.

— Obrigado pela ajuda — assenti.

— Não agradeça ainda — Os cabelos negros de Raven viraram penas até um belo corvo sugir em seu lugar.

Owl já se tornara a coruja e, juntos, eles voaram para longe.

Respirei fundo e entrei no templo ao lado de Nathan.

Primeiro achei que tudo estava muito calmo, até sentir aquela presença. Os pelos do meu braço ficaram de pé e eu me virei. A porta do templo antes aberta agora estava fechada e o ambiente mal iluminado por velas pareceu ficar ainda mais escuro.

— É. Que sinistro — Nathan me olhou nos olhos.

— Acha que os dois já chamaram os Serafins?

— Como eu vou saber?

Uma lufada de vento dançou pelos cantos do templo. Nathan e eu ficamos de prontidão e sacamos as adagas de Ouro que havíamos pegado do antiquário de Verena.

Olhei para cada canto com atenção, encontrando um par de olhos verdes no caminho.

— Olá, Caído — Zadkiel me chutou para longe e eu deslizei pelo chão, batendo com as asas contra a porta grande de metal.

Gemi baixinho, mas me coloquei de pé no mesmo instante. Zadkiel ergueu sua mão na minha direção, pronto para me desarmar, mas Nathan investiu com sua adaga. Os dois trocaram golpes. Nathan ergueu a adaga, e cortou Zadkiel no rosto, que respondeu com um golpe de asa que jogou Nathan para longe. O arcanjo se voltou para mim.

— Você não desiste, não é? — Zadkiel abriu as asas brancas e sacou a espada que carregava na lateral do corpo.

— Eu desisto — olhei ele nos olhos — Se você trouxer Dara de volta. Traga ela, e me leve no lugar.

Zadkiel sorriu e inclinou a cabeça para o lado.
— Ou eu posso arrancar suas asas e mandar vocês dois para junto dela.

— Sob que acusação? — não desviava os olhos dele — Eu não fiz nada. Estou me rendendo. E você precisa dela.

— Preciso?

— Sim. Os Wendigos falaram.

— Não faço ideia do que você está falando — Zadkiel avançou e eu voei, desviando do golpe.

Um Doce Sacrilégio | Corações Infernais | Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora