precious - pedri gonzález

#32

ISABELLA ROSSI 🛵

Pedro me abraçou de lado enquanto eu encarava o nada sentada no sofá de minha casa. Papai andava de um lado para o outro nervoso e passava as mãos entre seus fios de cabelo enquanto Martina, que também estava presente, olhava a tela de meu celular.

Após a mulher responder no telefone, eu desliguei rapidamente e pedi para que Pedro me trouxesse para casa. Isabel estava dormindo no quarto de Alice junto com a mesma enquanto nós pensávamos no que estava acontecendo.

— Deve ser um trote, ela está morta. - falei olhando meu pai.

Papai me encarou parando de andar com um olhar indecifrável e eu encarei o fundo dos olhos de meu pai.

Ele sabia que ela estava viva.

— Você sabia, né? - falei começando a me sentir irritada. — Sabia que ela estava viva?! - me levantei do sofá.

— Isabella, preciso explicar algo. - foi até o sofá e sentou cruzando suas mãos.

— Papai, por favor não me diga o que eu estou pensando... - senti meus olhos se encherem de lágrimas.

— Isabella, sua mãe está viva. - falou e eu caí no sofá totalmente em choque observando o mais velho.

Isso não podia ser real.

Isso era mentira.

— Pai, isso não é verdade. - sussurrei baixo. — É uma mentira, isso é uma brincadeira. - comecei a tremer.

— Quando sua mãe engravidou de mim, ela me procurou assim que soube e alegou que iria abortar. - iniciou. — É óbvio que eu não deixaria e ofereci um acordo onde eu daria uma quantia de dinheiro para que ela não te abortasse e no final, eu ficaria com você e negaria a existência dela. - mordeu o lábio. — Ela aceitou e assim foi feito, mesmo eu pagando, ela tentava de todos os jeitos te abortar. Mas a partir dos seus três anos ela tentou te levar de mim na justiça mas acabou perdendo por ser uma usuária de drogas.

Meu mundo havia virado de cabeça para baixo.

A mulher que eu tanto acreditei que estava morta, que eu havia a matado durante o parto, estava viva e não queria me ter.

— Por que escondeu isso? - senti uma lágrima escorrer.

— Eu queria te proteger, meu amor. - se levantou indo até mim. — Estava disposto a fazer tudo por você e te dar a melhor vida possível! - segurou minhas mãos. — Sua mãe não era uma boa pessoa, não queria que ela te machucasse, minha pequenina...

— Então, se você sabia que a Samantha estava viva, manteve contato com ela? - Martina chamou nossa atenção.

— Sim. - suspirou. — Durante toda a existência de Isabella, eu mantive contato com a Samantha. - o encarei totalmente horrorizada por isso e soltei minhas mãos das deles.

— Quem mais sabe disso? - sequei as lágrimas que escorreram.

— Eu, sua tia e sua avó... - abaixou a cabeça.

Senti meu estômago revirar.

Durante todos esses anos, eu acreditei que ela havia partido para sempre, e agora descubro que ela estava por perto o tempo todo. Meu pai havia contato com ela e me dizia que ela estava morta há anos.