capítulo um

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ZAHRA

O barulho da porta de casa quase sendo arrombada me acorda mais uma noite e eu me sento na cama, suspirando. O que aconteceu dessa vez.

Vou até a janela e olho para o lado de fora, vendo meu pai andar de um lado ao outro parecendo muito irritado.

Respiro fundo e puxo meu roupão, o enrolando no meu corpo. Então saio do quarto e desço as escadas para ir atrás dele.

A senhorita já acordou? Não consegue dormir? Quer um chá?
uma das empregadas da casa perguntou

Estou bem! Apenas vim saber o que aconteceu.
forcei um sorriso e sai da casa

Me aproximei devagar do meu pai e cruzei os braços, o observando continuar se movendo feito um piru tonto.

Depois de mais longos minutos assim, ele percebe minha presença e fecha os olhos, suspirando.

Desculpa se te acordei queria, pode voltar a dormir.ele falou

Não antes de saber o que aconteceu.me sentei na grama e ele riu fraco, então se sentou de frente pra mim

Sua mãe continua tendo diversos pesadelos. Ela teve um daqueles e se debateu tanto que eu tive que bater nela para que ela acordasse, mas ela não gostou e me expulsou do quarto..soltei uma risada

Olha papai, você sabe o que penso disso.falei tocando sua mão

Sim. Que ela já deveria ter acompanhamento psicológico, mas você... não sabe de muita coisa querida.ele tocou meu rosto

Não sei do que?franzi a testa e ele riu

Você pode ter puxado a ela, mas você tem todas as minhas manias e engenhosidades.

Já falei que não vou ser policial papai.rimos juntos

Eu sei. Já aceitei isso. A faculdade de letras vai te fazer bem! Já fez a matrícula?ele perguntou, mudando de assunto

Realmente puxei suas engenhosidades e manias, tanto que reconheço bem quando ele está me escondendo algo e não nego que seria uma ótima policial por isso.

Consegui! Na Ucla, mas infelizmente é o turno da man....

SAMSON VOLTE AQUI AGORA MESMO!
Madison, minha mãe, gritou e vi meu pai fechar os olhos e punhos com força

Esses dois...

Vou resolver esse problema. Mas estou muito orgulho de você, querida! Me conte mais depois!
ele beijou minha testa e correu casa a dentro

Ri fraco, observando minha casa pelo lado de fora e pedi mentalmente por um irmão nesse momento. Me sinto tão sozinha com meus pais ocupados trabalhando e o total de zero amigos.

Consequências de anos presa como a Rapunzel na torre.

Espero conhecer alguém agora na faculdade, ou vou enlouquecer.

Desde o momento em que soube que minha, tão esperada, liberdade estava próxima, comecei a pesquisar faculdade e percebi que algo que eu gosto muito é que com certeza amaria estudar, era letras.

Quero ser escritora e dentre as várias graduações que podem ser úteis, letras é uma delas. Psicologia foi uma opção, mas letras falou mais forte para mim.

E agora estou prestes a oficialmente entrar na faculdade.

Levanto do chão limpando meu roupão e sigo de volta ao meu quarto.

Tranco a porta e me jogo na minha cama, puxando o celular do armário.

5:10

Solto um suspiro cansado e guardo o celular de volta no armário, me viro pro lado abraçando meu segundo travesseiro e volto a dormir.

[...]
Acordo com meu estômago roncando, já as oito da manhã, e me levanto da cama em um pulo, me troco, escovo os dentes e saio do quarto, indo para a cozinha tomar café.

Bom dia querida.minha mãe falou assim que me viu

Bom dia, Madison.respondi e peguei uma torrada

Custa você me chamar de mãe?

Revirei os olhos em resposta.

Bom dia, amor.meu pai falou entrando na cozinha e beijou minha testa

Bom dia papai.sorri e vi minha mãe revirar os olhos

Quer uma carona pra faculdade?ele perguntou

Faculdade? Você já se inscreveu? Por que não me falou, filha?minha mãe perguntou

Por um momento, olhando em seus olhos, me senti mal por não ter dito nada antes.

Mas depois de uma adolescência inteira de problemas com minha mãe, com ela me mantendo presa em casa como uma pessoa em cativeiro e me proibindo de ter um mínimo relacionamento ou uma vida social, não faz sentido ela saber da minha vida na faculdade.

Não achei que era tão importante.dei de ombros e me levantei

Corri pro meu quarto, peguei minha bolsa e voltei pra cozinha.

Obrigada por oferecer carona papai, mas vou com o motorista para não te atrasar.beijei sua testa.
Tchau mãe.

Tchau... querida.ela tentou tocar meu braço, mas sai da sala antes que ela me alcançasse

Chamei o motorista e assim que ele apareceu com a range rover na frente da minha casa, sentei no banco passageiro e coloquei o cinto, permitindo que ele me levasse a faculdade.

O caminho não é longo, seria uma hora de ônibus, mas de carro se tornam 30 minutos. O que passou rápido até demais devido ao meu nervosismo.

Obrigada Hank!apertei seus ombros sorrindo e sai do carro

Apertei a bolsa em meu ombro e andei em direção a entrada da faculdade, sentindo meu coração bater mais forte.

Vejo em meu celular o número da sala que preciso ir e ando pelo campus sem fazer ideia de onde fica, mas na esperança de achar em algum momento.

Nessas horas, conhecer alguém faria uma grande diferença.

Hey, tá perdida?escutei uma voz feminina me chamar

Parece que os céus ouviram meu pedido.

Hey, é... um pouco.sorri fraco para morena na minha frente

Sou a juna! Prazer. Qual a sala?ela sorriu de volta e apertou minha mão

Sou Zahra! E tô procurando a sala 15. Aula de história da língua.balancei o celular

Uh, minha aula preferida. Vem, te mostro onde fica.ela me chamou com a cabeça e a segui

Já está aqui a muito tempo?perguntei

Segundo período. É loucura, mas você se acostuma.ela falou, sem parar de andar

Hm. Espero que eu consiga mesmo me acostumar...

— 'Cê vai. As festas também ajudam um pouco.
ela parou em frente uma sala e piscou pra mim, então abriu a porta.Tcharam. Vem, vou ser sua guia por hoje. Mas nos próximos dias você vai ter que se virar.

Muito obrigada!sorri

Por nada! Vem, vamos sentar.

A segui para dentro da sala e nós sentamos em uma das fileiras do meio. Então a aula logo começou.

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Impuros - Vinnie hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora