Impuros - Vinnie hacker

capítulo vinte e quatro

VINNIE

Eles se beijaram.

Eu sabia disso e não precisava ver nada. O rosto dela estava tão vermelho quanto um pimentão, ela estava dolorosamente quieta e seus lábios estavam mais vermelhos que o normal.

Saber daquilo por algum motivo me dava nos nervos, mas eu não podia fazer nada.

Se ela quiser ficar com ele, que fique.

Estacionei no shopping e sai batendo a porta com mais força do que deveria, mas fazer o que, preciso descontar minha raiva.

Sai andando na frente dela e ela me seguiu, agora parecendo mais confusa e atordoada.

Entramos em várias lojas e sempre que ela me mostrava um vestido, minha única reação era acenar com a cabeça.

Eu estava irritado demais pra dizer qualquer coisa, por mais gostosa que ela estivesse com cada um daqueles vestidos.

Entramos na, segundo ela, última tentativa e ela pegou um azul escuro, que já percebi ser sua cor preferida.

Ela entrou no provador e eu fiquei do lado de fora, mexendo no celular enquanto esperava ela voltar.

Dessa vez não tive como não dizer nada.

O vestido parecia um tecido bem liso e macio, ia até o chão, tinha duas alças finas e ela um pouco folgado nos seios enquanto no resto do corpo era justo.

— O que achou?— ela perguntou nervosa

— Vamos levar esse.— foi a minha resposta

Ela abriu um sorriso que nunca havia visto em seu rosto antes e eu senti muita vontade de beija-lá.

Mas só pensar nisso me fez lembrar o quão merda eu sou e que sua boca esteve colada na de Kaden a poucas horas atrás.

A segui até o caixa e paguei antes que ela colocasse seu cartão pra fora. O que a fez voltar o caminho inteiro me enchendo o saco e dizendo que me pagaria de volta.

Estacionei em casa e sai do carro antes dela, indo em disparada para o meu quarto, joguei tudo no chão e me tranquei no banheiro.

Porra. Não sei se sobrevivo até domingo sem ao menos toca-la. Não sou forte o suficiente.

— Porque saiu tão rápido?— ela perguntou alto, entrando no quarto e escutei a porta se fechar

— Não temos tempo pra conversa. Vai se arrumar no quarto de hóspedes, precisamos sair cedo.
— respondi

Escutei ela bufar, então a porta se fechou mais uma vez e eu suspirei, saindo do banheiro.

Coloquei minha calça social preta na cama, assim como minha blusa social também preta.

Preto é a melhor cor.

Peguei uma cueca e me tranquei novamente no banheiro, tomando o banho mais longo que consigo. Algo precisa tirar ela da minha cabeça.

Talvez álcool seja minha opção hoje. Mas amanhã ainda tem aula, então pode não ser tão bom assim.

Saio do banheiro com a toalha amarrada em minha cintura e vejo que Zahra já está de volta no quarto, e porra como está.

Ela já está com seu vestido azul, perfeitamente encaixado em seu corpo que está inclinado enquanto ela faz cachos nas pontas de seu cabelo, na frente do espelho.

Ela me vê atrás do reflexo e se vira, me encarando de cima a baixo.

— Você é realmente muito tatuado.— ela falou, examinando meu corpo