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Foi um ano difícil, um ano onde eu tive que lutar para me reconstruir, encontrar uma identidade além do que eu fui, diferente do que todos acreditavam que eu sou. Me descobrir enquanto tinha que ficar noites em claro e ter quase todo meu tempo sugado pelos gêmeos, foi muito mais do que difícil, sem a ajuda de Pherkad e sem Navi, não seria sequer possível.
Obviamente que nem sempre as coisas ocorrem como eu gostaria que fosse; a grande vantagem foi que a partir do sexto mês dos gêmeos eles começaram a dormir uma noite inteira, o que também me permite dormir merecidas horas de descanso. (Tudo bem que, ter pesadelos a noite toda, não pode ser chamado exatamente de descanso).
Cuidar deles foi uma tarefa adaptativa, eu me acostumei a acordar muito cedo para dar de mamar antes de comer, tomar banho e de fato começar o dia.
Usei uma mera faísca de poder para testar como está minha recuperação e fiquei contente quando o tempo pareceu estabilizar meu poder, tomei um banho rápido e coloquei um um vestido leve azul claro que permitiu tirar o seio do vestido com facilidade para dar de mamar. Como ainda estava cedo por cima do vestido coloquei uma blusa de cor creme. Arrumei o cabelo deixando tudo solto, apesar da óbvia mudança no estilo opulento, escuro e coberto de jóias eu me senti bonita, como uma feérica comum vivendo pacificamente alheia ao mundo.
Permaneci descalça ao transitar pela cabana sentindo a madeira lisa e fria em meus pés ouvindo o rangido muito leve da madeira estalando com a mudança de peso. Na sala encontrei um bilhete breve de meu irmão dizendo que teve um problema e voltaria em dois dias.
Suspirei e coloquei o papel junto dos outros bilhetes que ele me deixou ao longo dos anos. No fundo eu sabia que toda sua andança em Prythian e nas outras terras feéricas eram para não apenas se informar sobre a guerra como também foi parte de suas tentativas de manter as buscas de Hybern longe de mim.
O rei quer seu livro de maldições, para controlar o poder do caldeirão. A corte noturna está atrás do livro dos sopros que Navi roubou quando fugimos, junto com boa parte do acervo de livros do rei, motivo pelo qual ele está atrasando seus planos, sem os livros ele não pode usar o poder do caldeirão para explodir a muralha ou começar uma maldita guerra.
Assim, eu me tornei não apenas alvo de ódio coletivo como a vilã de Prytian e a traidora de Hybern, como também a mulher mais procurada em todo o continente.
Viva minha sorte!
Engraçado foi receber as visitas de Tamlin avisando que Rhysand apareceu em sua porta questionando meu paradeiro e provavelmente não entrou em sua mente para arrancar a informação pois acreditou na convincente história de nossa inimizade eterna, ele também explicou que não me ajudaria a continuar escondida se outros aparecerem me procurando, mas por nosso recente acordo de não agressão ele não falaria minha localização voluntariamente a ninguém.
Melhor do que nada.
Ele ainda é um homem detestável e não gosto dele da mesma forma que ele não gosta de mim, como aliados porém, temos desenvolvido tolerância um pelo outro e acredito em Tamlin quando ele diz que não vai ajudar ninguém a me encontrar, afinal ele não faria isso sem ganhar nada e em seu atual estado de miséria, dúvido que alguém consiga mais do que 5 minutos de sua atenção.
Atrás das alas estou segura, a ilusão me mantém escondida e não acredito que alguém venha até aqui sem ter uma informação geral sobre minha localização.
Assim apenas Navi continua saindo para fazer rondas e conseguir suprimentos alternando a tarefa com Pherkad quando este sai para seus misteriosos encontros e viagens. A mim resta o trabalho como mãe e o vasto tempo para lutar contra meus pesadelos reais.
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Corte de Renascimento e Redenção
FanfictionGeneral de Hybern, Ladra dos sete grão-senhores, A praga de Prythian, Poderosa, ardilosa e cruel, Grã-Rainha de Prythian. A melhor e mais odiosa vilã de "Corte de Espinhos e Rosas" está marcada para morrer no final do primeiro livro, um destino mere...