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Dor, eu ouvi gritos de dor, estava tão quente, eu me sentia queimando ao Sol em um deserto seco, minha garganta parecia coberta de areia e respirar fez meus pulmões e coração se apertarem de dor cortante.
Ouvi sussurros distantes e senti um par de mãos frias me segurando antes de um líquido amargo ser derramado em minha boca. Lembro de me sentir cansada demais para resistir ao sono quando tudo era apenas dor e o sono fez tudo desaparecer.
_ Criança tola! Se sacrificando por pessoas que jamais fariam o mesmo por você…
A voz na escuridão continua a sussurrar para mim, atormentando minha paz e bagunçado meus doces sonhos.
A voz quase esquecido de minha mãe…
_ Estúpida garotinha assustada, ninguém te contou que a escuridão não pode ser abraçada?
Essa era uma voz diferente, potente e assustadora e eu me senti mal apenas de ouvir o timbre violento do som ecoar em minha mente por horas ou dias ou anos.
Essa era a voz de Cris, eu odiava sua voz, mesmo depois de anos ainda tinha o poder de me fazer contorcer de repulsa.
_ Vestidos de princesa para uma cadela adestrada! Ha, que graça…
Essa voz eu reconheço imediatamente, meu pai em seu tom arrastado e bêbado, ele costumava dizer isso para mim quando me via usando minha fantasia de princesa para brincar com meus únicos amigos verdadeiros os ursinhos que vovô me deu no Natal.
Não entendia suas palavras quando tinha 6 anos de idade, mas ele não parou de dizer essas mesmas palavras quando eu pude entender o que ele falava sobre mim.
Então eu abri os olhos e voltei a sentir uma dor enorme que me fez gritar tentando externalizar essa dor. Meu crânio parecia como se estivesse em lava vulcânica, queimando meu cérebro aos poucos, eu gritei ao ponto de sentir como se meu coração fosse explodir até ser apagada com o mesmo líquido amargo que me levou até a escuridão nebulosa.
Me sentia perdida entre memórias antigas e sonhos e sentimentos que eu não me lembro de sentir eles não são meus. Curiosamente em todos os sonhos, pesadelos e lembranças eu não tive nenhuma imagem de Hope em minha mente, quase como se eu a tivesse esquecido.
Eu não quero esquecer minha pequena e doce Hope.
Na próxima vez que eu estive conciente dos arredores me sentia tão fria, meu corpo tremeu em espasmos e eu range os dentes com frio como se o sol nunca tivesse tocado minha pele, como se eu estivesse nua e perdida no meio da Groenlândia.
Abri os olhos, mas minhas vistas estão embaçadas e qualquer fragmento de luz faz os globos oculares doerem. Eu sentia na pele arrepiada uma pesada camada de cobertores quentes mas eles não eram suficiente eu preciso de luz do Sol eu preciso de fogo e calor. Aqui está tão frio que meus ossos doem.
Toquei minha barriga em um instante, horrorizada com a perspectiva de perder meus bebês.
_ Navi… - Forcei as palavras saírem. _ I-i-ir-irmão…
Falar é tão difícil…
Entre minha vista embaçada vi a figura com asas e uma mancha de cabelos negros junto de um ser baixinho que irradia preocupação.
Senti as mãos de Pherkad segurar as minhas e quis chorar com o sentimento bom que o calor de suas mãos me transmitiram.
_ Me-meu-s-s B-e-b-ê-s - por mais que eu tenha tentado minha voz parecia o miado de um gato doente e não tive forças para unir letras em sílabas e sílabas em palavras e palavras em uma frase conexa.
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Corte de Renascimento e Redenção
Fiksi PenggemarGeneral de Hybern, Ladra dos sete grão-senhores, A praga de Prythian, Poderosa, ardilosa e cruel, Grã-Rainha de Prythian. A melhor e mais odiosa vilã de "Corte de Espinhos e Rosas" está marcada para morrer no final do primeiro livro, um destino mere...