Especial*Rhysand.

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Depois de ultrapassar mais da metade de um milênio e ter a oportunidade de ver como cada mente pode ser como um difícil e acidentado labirinto, com conexões de lembranças muito complexas com experiências que formam tudo o que alguém é. Moralidade, pensamento e emoção, tudo o que forma a personalidade, molda suas ações para o bem ou mal.

A maioria das mentes, por mais complexas que sejam, poderiam ser pouco marcantes, moldadas num mesmo ideal e principalmente eu não me esforçava para manter um registro de cada uma delas. Sempre foi mais fácil lembrar o sentimento que poderia absorver da mente das pessoas.

Algumas pareciam solitárias, outras eram puro caos enquanto outras pareciam tão organizadas quanto os arquivos na biblioteca de Helion.

Uma em especial foram marcantes o suficiente para jamais esquecer. Lucien tinha a mente mais deprimente que qualquer um poderia ter. Toda sua vida parecia uma piada cruel do destino, desde o começo até o momento em que Elein o rejeitou e ele apenas partiu na primeira oportunidade que teve.

Porém apesar de ser um daemati predisposto a encontrar uma conexão mágica com alguém nunca me senti conectado, não realmente. Foram mais de 500 anos esperando sentir o laço de parceria e encontrar foi muito próximo de um milagre. Feyre é tudo o que eu poderia ver em mim mesmo só que melhor, ela não era semelhante quando se trata de defeitos, nem mesmo em personalidade, mas nossas almas de alguma forma se encaixaram não por semelhança mas por contraste.

Ela era única como eu e ainda sim diferente, temos semelhanças mas o contraste sempre foi gritante. Enquanto nós dois poderíamos enfrentar o auto sacrifício pelo bem das pessoas, sempre existiram limites que Feyre não chegaria nem perto de atravessar, ela sentiu culpa por mortes que qualquer fae teria considerado uma pequena fatalidade, ela não estava acostumada com os pedaços que eram exigidos para obter resultados, minha semelhante que não tinha a característica primordial com a qual cresce.

Auto sacrifício é algo pequeno comparado com tudo o que eu sacrificaria para manter meu povo seguro, minha corte e família acima de qualquer coisa. Não existe culpa depois do sacrifício, eu não preciso desse tipo de sentimento, isso não é uma característica dos feéricos, isso foi nosso ponto de divergência. Feyre jamais poderia ser totalmente minha igual, seu coração nunca se tornaria como o meu, ela sempre terá um coração humano.

Isso ficou claro para mim quando eu falei para ela algo pequeno sobre minhas descobertas sobre Amara… Minha querida Feyre não poderia esquecer sua dor, ela não pode simplesmente se vingar e manter uma rixa antiga que é colocada de lado quando necessário.

Tive infelizes séculos de intriga com Tamlin, porém quando foi necessário eu me curvei ao orgulho para conseguir seu apoio, mesmo quando pude sair de sob a montanha, eu nunca me movi para atrapalhar seu esforço quanto a maldição, porque naquele tempo tínhamos um inimigo em comum e provocações a parte ambos sabíamos que o melhor foi unir forças.

Feyre não pode entender isso, ela é muito idealista. Suas críticas à forma auto suficiente da forma de governo na corte dos pesadelos aumentaram durante o passar dos anos. Feyre é absolutamente incapaz de abrir mão de seus princípios para manter a estabilidade.

Isso não seria um problema, eu amo a forma como ela pode ser melhor do que todos nós, amo como ela consegue ser cruel com aqueles que julga merecer sua ira, mas agora, com a verdade sendo jogada em mim mais dolorosa do que mil cortes de uma adaga, não tenho certeza se posso viver com isso.

Entrar na mente de Amara foi um erro, ver seu passado foi uma infelicidade que eu me arrependeria pelos próximos 500 anos, mas a forma como ela olhou para mim depois… pelo caldeirão o que me fez sentir ao entrar em sua mente… a magia cantou.

Corte de Renascimento e RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora