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Eu vou morrer.
Morrer de verdade.
Será que meus bebês vão sobreviver? Será que Prytian ainda vai ganhar a guerra? Será que alguém vai sofrer com minha morte?
Quando Hope morreu eu sabia que muitos sofrem por sua perda, ela é luz e alegria e vida em sua maior essência, todos a amam, apenas por sua presença fez todo um ambiente melhor, o Sol que atrai todos para si mesmo. Mas quando eu morri, quando eu puxei o gatilho e morri... alguém chorou por mim? Tudo o que eu tinha era Hope e ela já havia partido, um consolo pequeno por saber que ao menos ela não sofreria essa perda.
Minha mãe provavelmente trataria a morte de suas duas filhas como uma nota de rodapé na última página de um jornal, algo irrelevante no universo de sua neurose. Meu pai era mais difícil dizer, ele foi um pai ruim e não era o exemplo moral de um homem de negócios, para ele o dinheiro sempre foi o mais importante, da mesma forma que para o vovô as aparências sempre foram prioridade, então talvez meu pai fizesse uma cena de sofrimento e luto ou talvez ele apenas apague a história e finja que nada aconteceu, ele nunca nos desejou... acredito que minha morte tenha sido para ele um motivo de festa e não de lamentação.
Eu não tenho amigos ou outros familiares, e duvido que a funcionária da loja que trabalhava para mim sinta falta de qualquer outra coisa além do seu salário. Não ninguém lamentará minha morte.
Morrer uma vez sem deixar nada para trás foi o meu maior feito, nada a perder.
Nesse momento, porém, eu tinha algo muito precioso a perder! Algo de valor inestimável, meus filhos, o único presente que ganhei nessa vida, uma segunda chance de amar, fazer certo dessa vez... nunca vou permitir que nenhum mal os alcance!!!
Enquanto eu gritava de dor e tremia de fraqueza e medo sentindo o suor escorrer por minhas costas decidi que precisava usar a magia, mesmo que o curandeiro insistisse que só poderia testar meu poder depois de dar a luz, eu preciso de Navi, eu preciso de alguém que possa ajudar o curandeiro alguém que possa ficar aqui enquanto o curandeiro pega seus instrumentos de parto.
Esperei por duas horas. Navi ainda não voltou de sua ronda e Pherkad está longe demais, eu nem tenho como chamá-los para mim. Duas horas de dor e tentativas inúteis de me convencer da segurança das alas, enquanto faço de tudo para não ter um ataque de pânico para permitir o curandeiro ir até a cabana e pegar seja lá o que for para me ajudar nesse momento.
Senti o ar mudar e a terra tremer quando eu gritei de dor até minha voz se romper e então puxar a magia para puxar o laço com Navi. Tudo parece tão turvo, eu apenas puxei tudo o que senti em meu interior mesmo quando isso provavelmente alertará todos os que têm um acordo comigo que estou bastante viva.
A minha morte não importa, eu preciso garantir a segurança dos meus bebês! Então em meio a dor eu gritei e puxei toda a magia chamando quem estiver por perto. Qualquer um que posso estar aqui e me mover para dentro e segurar minha mão enquanto eu estiver morrendo ao dar a luz.
_ Senhora, não faça isso! Vai lhe custar as forças....
(Pode lhe custar a vida) sei que essas eram as palavras que o curandeiro quis me dizer. Apertei a mão do pequeno curandeiro e olhei em seus olhos antes de regular minha respiração o suficiente para falar:
_ Me escute bem; não importa o que acontecer comigo, se chegar o momento de escolher entre meus filhos e eu, você vai salvá-los!!! Entendeu?! Você vai cortar minha barriga e vai salvá-los!!! Meus bebês devem viver.
Ele parecia pálido para um ser de pele verde, mas seu olhar me disse que ele entendeu bem minhas palavras e com um curto aceno de cabeça ele afirmou que seguiria minha vontade.
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Corte de Renascimento e Redenção
FanfictionGeneral de Hybern, Ladra dos sete grão-senhores, A praga de Prythian, Poderosa, ardilosa e cruel, Grã-Rainha de Prythian. A melhor e mais odiosa vilã de "Corte de Espinhos e Rosas" está marcada para morrer no final do primeiro livro, um destino mere...