Corte de Renascimento e Redenção

Capítulo 44: Jantar em família.

🌿🥀🌿

Eu estava apenas fora. Podia ver, ouvir, respirar, falar, pensar, sentir, mas estava fora do meu corpo. Era semelhante a uma experiência extra corpórea. Foi exatamente assim por 3 dias.

Até a noite do terceiro dia, quando eu vi meu corpo parado na mesa de jantar onde Rhysand obrigou sua família a se reunir para jantar.

Pherkad foi quem cuidou de mim neste período de três dias, enquanto Rhysand parece ter tentado explicar as coisas para seu círculo íntimo e manter sua corte funcional. P me levou para um dos quartos de hóspedes onde Mor seguindo as ordens de seu grão-senhor de nos acomodar enquanto ele falava com sua parceira irritada e subalternos frustrados esperando por uma explicação coerente.

Meus filhos vendo o ataque como uma vez aconteceu se mantiveram silenciosos e sérios demais para duas crianças e sem mostrar medo ou tristeza eles se agarraram as roupas de Pherkad nos seguindo de perto e evitando olhar para os amigos que lhes apresentei.

Posso até ver a conspiração vingativa se formando em suas cabecinhas. 

A pouco menos de um ano meus filhos começaram a insistir em sair e conhecer outras pessoas, eles não estavam satisfeitos com minha pequena corte escondida em ‘lugar nenhum,' apenas uma cabana pequena e um jardim rodeado por uma floresta.

Para crianças com ânsia por conhecer o mundo e se jogar em aventuras o pequeno espaço deve ser entediante e por isso quando eles pediram para sair Pherkad sabendo que eu não faria isso, se ofereceu para levar seus sobrinhos.

No primeiro passeio P os levou até a vila sob um glamour e com amuletos de proteção, uma feira itinerante deve ter sido muito divertida para dois filhotes curiosos, foi nesse dia que Pherkad descuidei me dar um presente em forma de xícaras de porcelana antiga e valiosa que eu não precisava ou teria a chance de usar.

Uns dois meses depois Pherkad os levou para conhecer o lago próximo a corte de Tamlin e para seu desgosto eterno o senhor da primavera os encontrou e os gêmeos se convidaram para jantar com ele e meu irmão incapaz de negar qualquer coisa a eles foi ao jantar também e engoliu todo seu veneno para manter a alegria de Ayla e Aster enquanto Tamlin se divertia lhe provocando discretamente.

Óbvio que depois disso Pherkad teve que viajar por um tempo e Navi ocupado com suas obrigações não pode levar os gêmeos restando apenas eu para ouvir horas intermináveis de pedidos, chantagem e reclamações de uma menina terrivelmente fofa e absolutamente destemida.

Ayla poderia vencer qualquer um, se não por seus argumentos, por sua persistência, e se mesmo isso falhar, por sua incapacidade crônica de manter a boca fechada mais de 5 minutos.

Derrotada por uma criança eu me vesti e escondi minha aparência com magia, coloquei uma capa branca e discreta, tomei medidas de segurança e enrolei o quanto pude para sair da cabana ainda com esperança de fazer meus filhos entenderem que eu nao consigo sair das alas ao redor da casa.

Quando todos os esforços falharam e as explicações não foram aceitas eu me forcei a andar até às proteções e sair.

Os gêmeos estavam tão animados em sair comigo que eu realmente queria ter levado eles para algum lugar divertido, explorar as terras em que estive por anos.

Passei pelas alas e vi meus filhos correrem na frente em pura excitação infantil e me esforcei para caminhar sem olhar para trás.

Contei os passos tentando focar minha mente em algo que pudesse me acalmar quando minha visão foi se tornando embaçada e a sensação de perigo se expande por minha pele. Em 15 passos meu coração começou a acelerar e minha respiração ficou curta, o que finalmente chamou a atenção dos gêmeos que se aproximaram me perguntando o que está errado.