Capítulo 13: Helion.

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Outra noite em festas e comemorações grotescas as quais me forcei a suportar enquanto permitia que minha mente viajasse para longe daquela montanha escura, fria e sufocante.

Olhei para o anel preso em meu dedo, ele ficou parado desde que falei sobre meu passado, sobre meu mundo e quem eu sou, tudo o que fiz. O isolamento nessa montanha me faz enlouquecer ao ponto de falar com um olho maldito! Eu quero sair e ver o céu...

Permanece sentada no trono de pedras escuras por 1 hora inteira antes de dar uma desculpa qualquer para me retirar.

Como já tinha me habituado sentia a presença nas sombras me seguindo e observando de longe, as pequenas espiãs não desistiram mesmo quando quase foram pegas. Ignorei a queimação em minhas costas e continuei seguindo o labirinto de corredores escuros até a saída de sob a montanha sendo recebida por uma enorme floresta verdejante.

O ar fresco da noite foi uma saudação bem vinda ao meu sentimento de cárcere depois de um mês enterrada na montanha.

Fechei os olhos e ergui meu rosto para a Lua gloriosa e brilhante, simplesmente sublime, faria qualquer coisa para desfrutar da vista de um campo florido banhado à luz da lua no início da primavera. Sinto falta das flores, do Sol e da brisa refrescante na primavera; sinto falta de andar livre entre as pessoas como alguém completamente desconhecido, sinto falta de apenas parar e esculpir em meu estúdio, sentir o cheiro da argila molhada, sentir a textura em meus dedos e a satisfação de ver uma peça tomar forma.

Viver tão é cansativo...

Andei sob o luar apreciando a tranquilidade da noite por uns minutos antes de respirar fundo e caminhar de volta para meu escritório onde terminei de escrever uma carta para Lucien onde estão as especificações de como deve ser a cabana e os móveis para quando ela estiver pronta no fim dos 45 dias que lhe dei como prazo final.

Sei perfeitamente que isso é um tempo absurdamente curto para construir uma casa mesmo com todo o dinheiro que lhe permite gastar sob a supervisão de um dos meus attors mas precisava parecer uma tarefa impossível ou seria suspeito demais que Lucien partisse sem uma punição depois do que ele fez durante a primeira prova.

Rhysand já suspeita de mim, Beron está esperando minha queda, Eris não vai me ajudar enquanto não der seu pai em uma bandeja de prata. Não posso ter Tamlin atrás de mim também.

Faltam dois dias para a Lua cheia, onde Feyra vai enfrentar sua segunda prova.

Enquanto escrevia para Lucien mandei minha nova criada servir o jantar no salão anexo ao meu quarto e convocar Helion para se juntar a mim em 20 minutos.

Nesse meio tempo terminei a carta e mandei um dos meus lacaios attor entregar a mensagem para Lucien, só então me dirigi para a sala onde teria um jantar agradável com o senhor do Sol.

Como já tinha pensado não existe nada nos livros que eu possa usar para chantagear Helion, tudo o que ele tem contra ele será mais prejudicial para Luci e sua mãe, então vou usar essa informação como um trunfo.

Helion faz o tipo curioso, ele é vaidoso e não está acostumado a ser rejeitado mas também não parece gostar de bajuladores, ele não se casou ou teve filhos, é um solitário... preciso descobrir se a ideia de ter um filho o agrada e a partir daí decidir minha jogada.

Não gosto de um confronto direto sem uma estratégia, porém não tenho escolha, preciso de Helion. Se não conseguir um acordo com ele, então não terei nenhuma chance com Kallias e Thesan.

Sentei na ponta mais distante da porta e olhei o jantar no prato. Um ganso assado com uma salada ao lada o vinho foi servido, mas eu não o poderia beber.

Corte de Renascimento e RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora