ᴡʜɪᴛᴇ ʙᴏᴡ - ꜰʀᴇᴇɴʙᴇᴄᴋʏ

𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 1

𝓜𝓾́𝓼𝓲𝓬𝓪
Aurora - Runaway.

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1997.

O terceiro sinal sonoro ecoa entre os corredores da escola no momento em que deixo a sala ao lado de Anya Taylor, minha melhor amiga desde o fundamental. A criança tímida que vi pela a primeira vez não era nada como a garota tagarela que convivo todos os dias.

— Você vai para a estreia de Titanic? Passei por lá e já colaram os cartazes no cinema. — Anya diz enquanto me acompanha até os nosso armários que ficavam lado a lado no corredor.

Winchester é uma pequena cidade com pouco mais que três mil habitantes, fica há duas horas de metrô até Londres. Por ser tão pacata, o prefeito autorizou a construção de uma cinema no centro da cidade como forma de entretenimento aos moradores mesmo que isso visasse também a sua boa colocação como o prefeito e suas bens feitorias no lugar.

A ideia foi bem recebida ao povo, os moradores gostavam de ir ao cinema e gastarem algumas libras com filmes do momento além de guloseimas e pipoca. O cinema abria nos finais de semana onde seus filmes ficavam em exibições a partir das quatro da tarde quando o sol sumia.

— Nesse final de semana? Prometi ao meu pai que iria ajudá-lo mais cedo na igreja. — Respondi parando de frente o meu armário, o destranquei para guardar os livros e pegar o de Matemática que será a próxima a aula.

— Você o ajuda todos os dias Becky, todos estão dizendo que este filme será o melhor do ano, não tem curiosidade de ver o DiCaprio novamente? Aí, aquele homem é um Deus grego. — Ela soltou um suspiro, tinha mais interesse no ator que fazia uma sucesso nos filmes de Hollywood do que no filme e seu enredo. Anya tinhas suas duas mãos em volta dos livros contra o peito, recostou no armário ao meu lado, seus devaneios com um amor platônico pelo o ator eram sempre comuns.

— Desculpa mas eu já prometi a ele. — Minha resposta não a agradou nenhum pouco. Seu olhar matador me fez engolir em seco.

— Rebecca Patricia Armstrong você não pode ousar me fazer essa desfeita, sabe que não tenho outra pessoa pra ir que não seja minha minha melhor amiga. Céus isso é tão ultrajante! — Ela murmurou negando com a cabeça e isso me fez sorrir mas parei no momento em que seus olhos fulminantes se opuseram em mim novamente.

— Você tem sim outra opção e ele está vindo nesse exato momento. — Disse ao notar as passadas apressadas que Tanner Buchanan dava em nossa direção.

— Eu prefiro ir com minha melhor amiga e além do mais, vão pensar que ele é meu namorado e já sabemos que ele será o seu marido. Não sou fura olho.

— Ele não vai ser o meu marido. Tanner e eu só somos amigos... — Retruquei.

— Mas seu pai quer muito que isso aconteça não é? Qual é, olha pra ele, é tão bonitinho e... atrapalhado. — Anya riu quando o garoto quase tropeçou antes de chegar até nós. Ele sorriu tímido enquanto endireitava seu óculos no rosto.

Conheço Tanner a bastante tempo, somos vizinhos e sua família frequenta a igreja, meu pai, o pastor, já mostrou seu interesse em me ver casar com o garoto, mas não quero isso, não quando é algo forçado, eu gosto de Tanner, ele é legal, bonito e muito atencioso mas não o amo, nem mesmo sei como é isso, nunca me apaixonei, nunca beijei alguém e isso me faz alheia a tudo isso que o romance é.

— Oi meninas do que estão falando? — Ele sorriu para mim.

— De você! — Anya disse com um sorriso divertido ao me olhar.