𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 14

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𝓜𝓾́𝓼𝓲𝓬𝓪
Taylor Swift - Red.










— O coral está ótimo, por que estão tão animados? — Meu pai perguntou enquanto me passava a tigela com salada. Estávamos jantando depois de chegar da igreja diga se de passagem, famintos.

— A férias, não há um aluno que não fique feliz com ela. — Eu disse e ele sorriu enquanto colocava um pedaço de frango empanado no seu prato.

— Você está feliz? As férias chegando significa que vou ficar um mês inteirinho longe da minha filha querida.

Sorrio e nego antes de pegar o garfo para comer.

— O senhor deve se acostumar... logo logo estarei em Oxford e isso será por mais de um mês. — Dou de ombros e ele suspira.

— Ficar sem você aqui será ruim demais... mas entendo que será para seu bem. — Ele segura minha mão que estava livre sobre a mesa e a beija com carinho.

Meu pai sempre foi sozinho depois que minha mãe faleceu ele não procurou por alguém, talvez nem quisesse. Sua vida era dividida ao trabalho e a igreja.

— Sempre venho te visitar, jamais te deixarei. — Ele sorriu antes de voltar a comer.

— Por falar nisso... tenho um presente pra você. — Me surpreendo ao vê-lo levantar da cadeira. — Me der um minuto. — Diz antes de subir as escadas com pressa.

Balanço as pernas ansiosa por pensar em que presente seria. Mordo o lábio ao vê-lo descer as escadas tão rápido quanto subiu. Ele está segurando uma caixa marrom e fica de pé ao meu lado. Meus olhos encararam a caixa com curiosidade e ele sorri.

— Seu aniversário é no próximo mês e você já vai estar no acampamento então estou te entregando hoje... — Ele me entrega a caixa, quando seguro ela percebo que não está pesada. — Ele era da sua mãe... resolvi te dar quando fizesse 18 anos. — Suspiro sentindo a angústia de ouvir sobre minha mãe. Após isso eu abri a caixa com certa pressa de saber o que era dela.

— Ela vivia escrevendo nele... era como você, amava livros, amava ler. — Ele sentou novamente na cadeira se sentindo nostálgico ao me contar lembranças suas. Papai não a esqueceu e talvez nunca a esqueceria. Queria viver um amor assim, como o que eles tiveram.

— É o diario dela... — Uma lágrima desceu sobre minha bochecha enquanto passei os dedos sobre a capa rosa. Era como se estivesse tocando ela, papai estava me dando algo que foi tão importante a ela, tantas coisas que poderia saber através dele, tantas confissões, pensamentos... sentimentos.

— Eu nunca li, era algo pessoal dela... mas pensei por que não dar ele a você? Não preciso ler nada desse diario por que sua mãe está  constantemente aqui e aqui. — Observei quando ele apontou para a cabeça e depois para o coração indicando que mamãe sempre esteve com ele, nas lembranças e no amor.

— Esse é o melhor presente que você poderia me dar... Obrigada pai! — O abracei forte e ele retribuiu. Eu podia sentir sua dor assim como ele também sentia a minha. Alguém tão importante em nossas vidas que partiu tão precocemente.

Fui para o meu quarto curiosa a começar a ler aquele diario, não perguntei ao meu pai sobre quanto tempo ela o tinha, mas eram tantas perguntas e estava tarde sabia que ele queria descansar. Fechei a porta e caminhei até minha cama, sorrindo ao ter aquele livro comigo, tinha um cheiro doce, agradável. Me perguntei se era o cheiro dela. Lágrimas se tornaram frequentes no meu rosto, pensar na minha mãe sempre foi algo delicado pra mim. Eu queira ter lembranças com ela, como as que o meu pai tinha, queria ter escutado sua voz, sentir o seu abraço, o seu afago.

ᴡʜɪᴛᴇ ʙᴏᴡ - ꜰʀᴇᴇɴʙᴇᴄᴋʏOnde histórias criam vida. Descubra agora