𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 15

714 108 46
                                    



𝓜𝓾́𝓼𝓲𝓬𝓪
Little Mix - Secret Love Song.












May, 21.1973.

Querido diário, andei pensando nos últimos dias e em como tudo mudou tão de repente, minha mãe faleceu e não há um segundo que não pense nela, não tive tempo de me despedir, papai está arrasado... assim como o meu irmão Frankie. Sabíamos que ela estava doente, estava tomando os remédio, indo ao médico mas isso não foi o suficiente... ela nos deixou, está com Deus agora.

Era inevitável não chorar depois daquele relato, ela assim como eu também perdeu a sua mãe, teve a dor que hoje tenho, a dor da ausência... era impossível não pensar em como ela esteve naquele momento, quando escrevia, quando partilhava daquele sentimento tão profundo.

Eu estive lendo seu diário o final de semana inteiro, cada folha, cada data, cada momento que passou, era emocionante saber um pouco mais sobre ela, fatos que minha vida inteira não soube, como seus gostos, sua maneira de pensar, seu amor, ela era encantadora. Ler o seu diário era como maratonar seriados, eu não queria deixar de saber o que tinha escondido em cada página.

Papai havia me contado sobre a morte da minha Avó Liz, ela desenvolveu mieloma múltiplo é um tipo raro de câncer que afeta células da medula óssea. Se hoje ainda é pouco os métodos de tratamento, antes quase não tinha nenhum. Minha vó faleceu nova demais, deixando meu vô John viúvo e minha mãe e tio Frankie Órfãos. Saber do ponto de vista de mamãe, sobre isso me deixou mais sentimental do que deveria, resolvi dar um tempo para a leitura, guardei o diário na gaveta no momento em que ouvi batidas na porta.

Murmurei um "entre" e logo vi ela sendo aberta por Anya que entrou toda saltitante e feliz.

— Pensei que já estivesse pronta... — Ela parou no momento em que me viu, me olhou dos pés a cabeça e revirou os olhos. — Santa paciência.

— Pronta pra que? — Perguntei confusa e aliviada por notar que estive chorando, me poupou das perguntas.

— Você esqueceu? Eu fiquei falando a semana inteira no domingo irmos pro parque. — ela diz ao caminhar até minha cama e sentar na ponta.

— Eu não lembro, na verdade você vive falando tantas coisas... — Dou de ombros. — Além do mais não vou poder ir, não falei com meu pai com antecedência.

— Se o problema for ele não é mais... quando ele me recebeu lá em baixo, avisei que iríamos sair e ele disse que estava tudo bem, só nos pediu pra ter cuidado e pra você não chegar tarde mas essa segunda parte a gente esquece. — Ela explica e eu suspiro. Papai não tinha nada que dar permissão pra eu sair, eu queria mesmo era me trancar no quarto e ficar o restante da noite toda sozinha.

— Eu não sei...

— Por favor Becky, vai ser divertido... pensa só no quanto de garotos vai estar lá, precisamos ir. — Olhei para ela como se o motivo de ir era realmente para ver garotos.

— Eu vou, mas... — Ela revirou o olho mais uma vez.

— Sempre o mas... diga logo.

— Voltarei cedo. — Ela me olhou por um segundo talvez pensando nas condições e concordou.

— Combinado, agora vai se arrumar, vou ligar para o Tanner avisando que você vai também.


ᴡʜɪᴛᴇ ʙᴏᴡ - ꜰʀᴇᴇɴʙᴇᴄᴋʏOnde histórias criam vida. Descubra agora