ᴡʜɪᴛᴇ ʙᴏᴡ - ꜰʀᴇᴇɴʙᴇᴄᴋʏ

𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 12

𝓜𝓾́𝓼𝓲𝓬𝓪
The Neighbourhood - Reflections.

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— O que tanto pensa ao olhar pra mim...? — Pisquei algumas vezes nervosa ao ser pega no pulo. Freen virou seu rosto e me olhou curiosa.

Eu não sabia o que dizer, sua pergunta me pegou de surpresa e o que poderia falar? A verdade? Que eu estava pensando na maciez dos seus lábios? Não sei a que ponto cheguei e por que fiquei pensando naquelas bobagens.

— Nada não. — Respondi me sentindo estúpida mais uma vez.

Ela sorriu e negou com a cabeça.

— Na igreja não diz que mentir é pecado? — Ela tinha um sorriso divertido nos lábios o que me fez tirar a atenção imediata do seu rosto. Não sei o que estava acontecendo comigo mais.

— Vamos começar o trabalho? — Disse tentando me desfazer daquela situação vergonhosa. Me apressei em sair da varanda e entrar no seu quarto novamente. Podia sentir seu olhar em mim mas não ousei corresponder.

— Você pode ficar a vontade — Ela diz ao apontar para sua cama.

— Aqui no chão está muito bom. — Sentei no carpete felpudo preto que tinha no seu quarto. Ela assentiu e pegou sua mochila para se juntar a mim.

O trabalho era simples, mais uma apresentação para a professora sobre seleção e evolução natural. Com as férias batendo na porta, os professores aproveitavam para nos encher de trabalho assim ficamos atarefados nas últimas semanas. Isso soa muito injusto.

Observei quando retirou o caderno e o livro que eu havia lhe emprestado, ela me entregou.

— Ia te devolver ontem mas acabei me esquecendo, obrigada eu gostei muito de ler ele. — Peguei o livro.

— Você se surpreendeu com o final?

— Sim, foi um plot Twist genial da autora. — ela sorri e eu acompanho.

Aquela história pode parecer clichê, infantil demais mas quando começa a ler, quando se aprofunda no enredo é difícil largar sem que chegue no final da história. Fico feliz que ela tenha gostado. Curioso, mas feliz.

Eu realmente não percebi as horas se passarem, talvez fosse pelo o fato de estar a vontade, Freen e eu conversarmos muito, hora ou outra sobre assuntos que não era sobre o trabalho de biologia, como por exemplo, fiquei sabendo do seu desejo por aviação desde criança, seu avô era piloto e ela voava com ele frequentemente, falava dele com tanta paixão que eu percebia seus olhos brilharem. A saudade que tinha do irmão e a vontade de viajar o mundo com apenas uma mochila nas costas, obviamente que levei isso como uma brincadeira boba dela mas não duvido que venha a tentar fazer isso um dia.

Ouvi batidas na porta e logo a mãe de Freen coloca a cabeça pra dentro do quarto, ela sorri ao nos ver sentadas no carpete.

— Vim saber se já finalizaram o trabalho... não estão com fome? Já está na hora do jantar. — Ela diz sorridente.