𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 21

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𝓜𝓾́𝓼𝓲𝓬𝓪
Becky G - Shower.









Talvez eu tenha deixado uma má impressão ao sair correndo naquela noite, por que ao contrário ela não falaria essa frase. Os outros estavam distraídos demais para perceber a tensão em nossos olhares.

Engataram em uma conversa sobre lendas urbanas na qual não me inseri, já não tinha mais marshmallows para comer, nem mesmo limonada. Então levantei do tronco e fui até a mesa onde poderia haver comida.

Enquanto escolhia por algo, senti alguém se aproximar e aquele perfume era inconfundível.

— Não está com frio? — Ela pergunta e eu a olho quando fica ao meu lado, observando as comidas na mesa.

— Esqueci de pôr um casaco... mas a fogueira me esquenta um pouco. — Dei de ombro tentando não ficar nervosa ao seu lado.

— A temperatura está baixa demais para você ficar andando por aí sem casaco. — Ela diz serena e me olha com aqueles par de olhos tão profundos e importantes. — Pegue o meu. — Retira sua jaqueta amarela e me entrega.

— O que? Não precisa... eu tô bem. — Olho para ela que ainda está com sua jaqueta estendida em minha direção, não me parece se importar em me dar a única coisa que lhe aquece naquele frio.

— Por favor. — Mordo o lábio inferior e então pego o tecido que não pude evitar sentir o seu perfume tão forte nele quando o vesti.

Agradeço quando a vejo capturar um dos Cupcake espalhados pela a mesa.

— Parabéns pela a vitória de hoje.... Você foi muito bem.

Ela me olha em silêncio e sorri, um sorriso fraquinho.

— Obrigada. — É inevitável não notar seus lábios, não depois de beijá-los.

— Eu vou indo... — Digo sem graça por estarmos em silêncio mesmo que não fosse constrangedor.

— Você não veio pegar algo pra comer? — Arqueia a sobrancelha e olha para minhas mãos vazias.

— Não estou com fome... — "Ela passou no momento em que você apareceu".

Eu só estou nervosa, não sei o que dizer e sinto minhas pernas tremerem sempre quando estou na sua presença.

— Não precisa me evitar... e não se preocupa, eu não contei nada pra ninguém. — Ela dar de ombros, me parece compreensiva mesmo que sua expressão mostrasse um pouco de... desapontamento?

Não sei o que dizer... devo agradecer? Não devo falar nada? Ultimamente estou aderindo a essa última opção. Mesmo que no fundo, bem lá no fundo eu queira muito conversar sobre o que aconteceu na casa.

— Você não mentiu? — Sua voz sai muito baixa mas mesmo assim eu consigo escutar.  — Sobre o beijo... Não se arrepende? — Pela sua expressão, pelo o fio de voz, sinto que ela deseja mesmo saber o que senti em relação a nos beijarmos.

— Mentir não é uma das minhas características... — Dei de ombros  e ela assentiu com um meio sorriso, quebrando um pouco o clima tenso.

— Entendo que foi o seu primeiro beijo... me desculpa se não foi especial. — Por que ela está se desculpando? Derrepente me senti culpada por ter corrido sem lhe dar nenhuma explicação.

ᴡʜɪᴛᴇ ʙᴏᴡ - ꜰʀᴇᴇɴʙᴇᴄᴋʏOnde histórias criam vida. Descubra agora