𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 2

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𝓜𝓾́𝓼𝓲𝓬𝓪
Bastille - Pompeii.










Ao longo do dia acabei esquecendo de tudo que aconteceu no corredor, bom ao menos era o que eu procurava fazer. Na saída da escola, Tanner me deu uma carona até em casa, desde que conseguiu aquele mustang o garoto insistia em me levar até em casa e como era caminho para a sua, eu não fazia desfeita, até achava melhor que ir de ônibus. Anya tinha sua bicicleta e morava bem mais próximo da escola do que um de nós.

— Obrigada pela a carona. — Agradeci a ele enquanto abria a porta do carro quando parou o veículo bem em frente à minha casa.

— Becky... — Ele pegou na minha mão me fazendo parar e olhá-lo. — Você está bem mesmo?

Tanner é um fofo por se preocupar comigo, por frequentar a igreja e conhecer a palavra de Deus sabe muito bem do sentimento que tive quando Freen me falou aquelas coisas.

— Eu vou ficar. — Respondi mais para mim do que pra ele. Percebi que o mesmo me olhava diferente, como mais afeição. Sua mão ainda estava sobre a minha e então sorri tímida cortando o contato que tínhamos. — Eu vou indo, te vejo amanhã! — Disse depressa e sai do carro fechando a porta. Não olhei para trás, mas sentia que ele mantinha seus olhos em mim. Atravessei o jardim da minha casa e cheguei até porta, entrando com pressa.

Sorri ao ver meu pai na cozinha, ele estava de costas parecia concentrado ao mexer algo na panela. O cheiro estava bom, é um bom cozinheiro e posso afirmar isso com bom tom. Me aproximei e ele percebeu a minha presença pois me olhou por cima do ombro.

— Oi querida, está com fome? — Ele me perguntou com um sorriso ao me ver.

Me aproximei para dar um beijo em sua bochecha e olhar para a panela atraída pelo o ótimo cheiro que vinha dela. Parecia almôndegas e saber que estava preparando a minha comida favorita fez o meu estômago roncar.

— Estou faminta! — Respondi praticamente enfiando meu nariz na panela o que fez meu pai rir.

— Já estou quase acabando, vai tomar seu banho é o tempo que finalizo aqui.

Assenti com um sorriso leve e subi para o meu quarto.

No dia do meu nascimento, minha mãe faleceu. Para que eu tivesse vida ela teve de morrer. Meu pai viúvo e eu órfã tão precocemente. Essa dor é o que tenho de mais cruel dentro de mim. Eu não tive a chance de conhece-la , tenho que me conformar somente com fotos e as histórias que meu pai me contava sobre ela e de como amava servir a Deus.

Eu sentia tanta a sua falta.

Tomei um banho e coloquei uma roupa mais leve, como calça moletom e uma blusa de mangas longas e desci para ajudar meu pai a servir o jantar.

Quando cheguei a sala de estar, a mesa já estava posta, ele colocou a jarra de suco sobre a mesa e me olhou, ainda estava de avental, seus cabelos brancos estavam mais visíveis do que o pouco fios pretos, tinha um semblante sereno mas ainda sim manteve um sorriso fraco e acenou para que eu me juntasse a ele.

ᴡʜɪᴛᴇ ʙᴏᴡ - ꜰʀᴇᴇɴʙᴇᴄᴋʏOnde histórias criam vida. Descubra agora