ᴡʜɪᴛᴇ ʙᴏᴡ - ꜰʀᴇᴇɴʙᴇᴄᴋʏ

𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 17

𝓜𝓾́𝓼𝓲𝓬𝓪
Katy Perry - Firework.

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Uma das coisas que mais gosto do acampamento é a paz que este lugar transmite, o som dos pássaros, das folhas, das árvores. Passaria mais que um mês ali se eu pudesse, apesar da dura saudade que sinto do meu pai, ele entenderia.

Sentei na grama em baixo de uma árvore para ler o diário com mais tranquilidade, em poucos metros alguns dos campistas tomavam banho de piscina.  Em intervalos de duas há quatro horas, éramos liberados para momentos de lazer como este.

Era louco pensar que faltava pouco menos que cinco meses para o fim do ano letivo e finalmente chegar aquele momento em que todo aluno deseja, cursar a faculdade para mim sempre foi um objetivo a longo prazo, sabia que um dia chegaria, mas pensar que estava cada vez mais perto de acontecer me causa um embrulho no estômago. Eram tantas expectativas que eu sinto que vou explodir com tantas idealizações. Nunca morei em outra cidade, em outro lugar que não fosse  Whinchester, sair dessa bolha me deixava inquieta mesmo que seja o meu futuro...

Por que sinto que estou saindo de uma bolha pra entrar em outra?

Entrar na faculdade foi o que tanto quis não é?

Bom, é o que prefiro acreditar.

Encaro a capa do diário de mamãe, eu queria tanto escutar seus conselhos, ela assim como eu, era uma idealizadora, gostava de ler, de escrever... as vezes me pego pensando em como seria se ela estivesse aqui, teria me incentivado a seguir o que gosto? Eu nunca vou saber.

E isso era frustrante demais.

May, 29.1973

Querido diário, hoje estou indo passar o final de semana em Amersham, na casa dos tios de Badley. Nesses últimos dias ele estar tentando me animar, mas a dor ainda é recente, sempre que acordo eu penso em mamãe. Mesmo que seja fofo da sua parte fazer o possível pra me ver bem, ele realmente é muito especial. Tenho sorte de tê-lo em minha vida.

Suspirei. Sentindo as lágrimas cair rapidamente. Ainda bem que papai esteve com ela durante aquela dor. Se um dia eu me apaixonar, quero que seja um amor como o do meus pais e espero que esse dia chegue logo.

Podem me chamar de uma tola por sonhar com um amor verdadeiro ou com a pessoa certa, o príncipe encantado. Eu realmente espero que isso esteja perto de acontecer, quero sentir a sensação de estar perdidamente apaixonada.

— Posso? — Olho pra cima e vejo Freen de pé, logo percebi que ela estava pedindo permissão pra sentar ao meu lado.

Assenti enquanto enxugava minha bochechas rapidamente.

— É o diário da sua mãe? — Ela perguntou curiosa ao me ver segurar o livro. Não pude deixar de notar, o cheiro doce e refrescante da fragrância de melancia quando sentou ao meu lado.

— Sim... — Respondi baixinho e volto a olhar para as páginas, o fechando de vez. — Sempre que leio ele, eu fico assim... emotiva demais. — Confesso.

— Não tinha como ser diferente não é? Você a perdeu cedo demais... — Suspirei ao ouvi-la. — as vezes sinto que meu pai também morreu quando nasci.